CAPÍTULO 03. Cupcakes

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Segunda-feira, na aula de história, Claire atrapalhou a Revolução Francesa para perguntar sobre o meu encontro com Peter.

– Eu não acredito que você não me mandou mensagem contando tudo o que tinha acontecido no domingo! Eu fiquei esperando. – Ela disse fingindo que estava brava.

– É claro que eu não ia contar – eu respondi, olhando para a professora e esperando que ela não percebesse que nós estávamos conversando. 

– Por que não? O que você aprontou agora? – eu olhei franzindo a testa para Claire.

– Eu não fiz nada! Por que você pergunta essas coisas? Foi tudo relativamente bem.

– É por causa desse tipo de frase que eu acho que você aprontou. Por que "relativamente bem"?

– Porque, talvez, eu tenha ficado um pouco nervoso, e Peter achou que eu não tinha gostado do evento.

– Não entendo porque você sempre fica assim perto dele, já faz um tempo que vocês saem.

– Mas antes a gente saia como amigos. E mesmo assim, no começo eu ficava nervoso. Agora eu tenho que reaprender como agir perto dele, porque ... bem, parece que ele gosta mesmo de mim. – Claire arregalou os olhos e começou a rir, fazendo com que todo mundo virasse a cabeça e olhasse para nós.

– Você é um idiota. – ela falou baixinho depois de alguns minutos.

– Claire! Eu sou seu melhor amigo, você não pode falar isso para mim.

– Eu falo as verdades! Você é um idiota de pensar que só agora ele gosta de você, porque desde janeiro tava na cara que o Peter gostava e queria te beijar. – Eu balancei a cabeça que não e ri um pouco dela.

Talvez a minha amiga estivesse certa.

– Aceito que não tenha sido muito inteligente. –  disse e ela revirou os olhos.

– Finalmente. Mas e aí, o que mais aconteceu? Vocês se beijaram antes dele ir embora? Me conta as partes boas!

– Eu o beijei antes da gente sair. – Eu acho que Claire não estava esperando essa atitude minha porque ela fez uma cara de surpresa quando contei, e tive que rir, só que baixinho para não atrapalhar ainda mais a invasão da Bastilha que estava acontecendo na aula. – Agora ele quer sair só comigo, só nós dois. – Eu falei arregalando os olhos.

– E o que você vai fazer?

– Eu não sei! O que será que ele espera desse evento?

– Pergunta para ele, ué. Tudo fica mais fácil quando você pode falar que tá apavorado – eu franzi de novo a testa para ela, mas Claire não pareceu ligar muito –  Eu não me preocuparia, o Peter te conhece o suficiente para saber que você corre rápido. – Ela falou dando outra gargalhada que fez com que a professora olhasse de novo para gente.

Eu e Peter conversamos sobre todos os assuntos na segunda-feira depois da aula, ele me falou sobre como tinha sido o seu dia, que o seu professor preferido gostou do último trabalho que ele apresentou e que estava muito animado com a nossa próxima saída – eu não respondi nada quando ele disse isso.

Conversar com Peter no WhatsApp não me deixava tão nervoso como todas as outras coisas que a gente fazia. O bom de usar esses tipos de aplicativo é que nem tudo precisava, necessariamente, de uma resposta, algumas coisas poderiam ser deixadas no limbo e eu fazia bastante isso.

Terça-feira foi bem comum também, a novidade de que eu tinha saído com Peter desapareceu para Claire, e nós voltamos aos tópicos normais, ela me contou sobre o grupo de meio ambiente que participava depois da aula e disse que mandaria uma mensagem para o Finn, pedindo uns desenhos para o grupo. Depois da aula eu busquei Hannah da escolinha de balé, passando na nossa lanchonete preferida para comprar Milkshake.

Flores de Maio (Romance gay) AMOSTRAOnde histórias criam vida. Descubra agora