CAPÍTULO 11. Abrindo as portas

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– Oi, neném. – Peter disse assim que eu abri a porta e eu dei uma risadinha de novo do apelido.

Ele sempre vinha até a porta quando me buscava, e isso me fazia sentir muito especial, por mais que eu aceitasse sair correndo quando o celular tocasse. Ele me tratava com muito cuidado, mas a verdade era que, depois de eu conhecer um pouquinho mais da sua vida, Peter tratava todo mundo com esse mesmo cuidado.

– Você tem que parar de me chamar assim – eu respondi nos braços dele.

– Por quê? – ele falou colocando as mãos no meu rosto e eu já estava pronto para fechar os olhos e receber o beijo.

– Porque eu não sou um neném – disse rindo.

Peter se aproximou e deu um beijo na minha boca, não tão grande quanto o de terça, mas maior do que estava acostumado a receber.

– Mas você é meu neném gay. – Peter falou no meu ouvido, e por mais que não tenha sido algo realmente sexy, o meu corpo inteiro arrepiou de senti-lo perto daquele jeito.

Eu dei uma empurradinha nele e ri da sua frase. Se eu deixasse Peter faria com que eu ficasse louco na porta de casa, e não era esse o meu plano para a noite.

– Vamos? – perguntei sorrindo, e ele, como sempre, colocou o meu braço nas minhas costas e nós caminhamos até o carro.

Peter morava perto da universidade Glasgow Caledonian, que era onde estudava. Eu estava um pouco tenso de ir até a república, por inúmeros motivos, mas Peter estava com o maior sorriso, e durante o caminho eu fiquei um pouco perdido no seu rosto.

– Chegamos. – Ele disse quando estacionou o carro na frente de uma casa. – Vamos entrar?

– Peter, – falei antes de sairmos do carro. – Os seus amigos estão aí?

– Estão, é domingo à noite, eles não vão ter outra coisa a fazer fora ficar jogando Counter-Strike. – Ele falou dando os ombros. – Por quê?

– Você falou que iria me trazer?

– Não – ele disse depois de ter pensado um pouco. – Você queria que eu os avisasse? Todo mundo vai te adorar, Al, vamos.

– Tá bom – eu falei sem me mover. – Peter.

– Oi, neném – ele realmente estava gostando desse apelido, mas eu ainda não tinha certeza do que eu sentia.

– O que os seus amigos sabem sobre mim?

– Eles sabem que você é o menino mais especial do mundo. – Ele respondeu sorrindo e eu balancei a cabeça.

– Não, eu tô falando sério.

– Ué, eu também. Eu disse que você não viria à festa sábado e que se fosse por mim a gente cancelava tudo, não tem graça fazer evento sem a sua companhia. – ele disse rindo.

– Você tá impossível hoje, sabia? – eu também ri.

Ele veio e me deu um selinho rápido, que me deixou com vontade de receber milhares de outros beijos.

– Vamos entrar. – Ele disse e eu, finalmente, comecei a me mover.

Assim que Peter abriu a porta da república eu vi a maior bagunça, do que eu imaginava ser da festa. Talvez eu tenha feito uma cara de surpresa grande demais, porque ele pediu desculpas e falou que tinha mandado o pessoal limpar o resto da casa, mas isso não surtiu o efeito desejado.

Andamos um pouco mais para frente, em meio a latas de cervejas e chão grudento, até chegar à sala, onde todo mundo estava jogando no notebook.

– Gente, esse é o Alex! – Peter falou alto para chamar a atenção deles, não sei como não me escondi atrás dele, e eu dei um tchauzinho. – Esse é o Jake, o Shawn e o David. – Os meninos falaram oi sem realmente notar a minha presença ali, focados demais no jogo.

Flores de Maio (Romance gay) AMOSTRAOnde histórias criam vida. Descubra agora