Flores de Maio (Romance gay) AMOSTRA

CAPÍTULO 09. Beijos

Com a nova semana aparecendo eu não parava de pensar que queria, mais do que nunca, abraçar e beijar Peter. O que antes era apenas algo para se fazer no final do encontro, agora parecia impossível passar tanto tempo assim sem estar nos seus braços e ganhar beijinhos no rosto.

Eu não sei se posso ser classificado como uma pessoa muito sexual. Eu tinha a impressão que os outros meninos que eu saí, principalmente Mark, tinham algum tipo de interesse sexual para comigo. Mas da minha parte, que a verdade seja dita, eu não pensava nisso.

A verdade era que nunca pensei muito em sexo na minha vida, achava que quando a pessoa certa aparecesse eu saberia o que fazer e como fazer e não teria tantas inseguranças dentro do meu coração. Até mesmo quando eu imaginava uma vida com o Finn, sempre pulava a parte do sexo. Eu pensava em abraços, segurar suas mãos e ouvir palavras bonitas, mas o sexo em si, não aparecia nas minhas historias imaginarias.

Mas agora, estava mais interessado em abraços e beijos de Peter, e talvez, eu até imaginava algo bem no futuro, quando a gente se conhecesse mais e eu não tivesse tanto medo de ser vulnerável com ele.

Até esse dia chegar, porém sabia que seria quase que impossível passar essa semana inteira sem beijar Peter e eu precisava arrumar um jeito para gente se ver e eu poder voltar para aqueles braços, que pareciam me acomodar tão bem.

O problema de não ter experiência nenhuma, é que eu não tinha experiência nenhuma com nada. Chamar uma pessoa que você não tem interesse para sair é uma coisa, porque não importa a resposta dela, mas chamar Peter para sair, com intenção de beijá-lo, era algo totalmente diferente.

A segunda-feira começou e como de costume, ou o novo costume, eu enviei mensagem para ele de bom dia, e nós começamos o dia conversando sobre amenidades. E entre uma conversa e outra eu pensava em uma maneira sútil de chamá-lo para sair. Eu enviava apenas um "Peter" ou algum emoji para chamar a sua atenção e quando ele respondia eu perdia a coragem e mudava totalmente o caminho da conversa, contando sobre algo que tinha acontecido na sala ou o que Hannah tinha falado.

Terça-feira eu perguntei para Claire, qual era o melhor jeito de convidar um homem para sair, e ela disse: "Você abre a porta e diz, por favor saia" se achando toda engraçada com a piadinha que tinha lembrando.

– Você sabe que não é isso que eu quis dizer. Eu quero ver o Peter, mas não sei como falar com ele.

– Ué, mas não estou entendendo o problema, vocês já não estão saindo? Eu achei que vocês até estavam namorando e você tinha esquecido de me contar.

– Na verdade não, eu acho que eu estou passando por um período de avaliação de Peter, ele ficou bem chateado comigo um tempo atrás, e agora estou me esforçando para ele gostar de mim de novo.

–Mas vocês estão conversando? – eu apenas balancei a cabeça que sim. – Então chama ele para sair. Eu não estou entendendo o problema. fala "Peter, você quer sair hoje?". E pronto.

– Mas Claire, - eu falei abaixando o tom da voz para ninguém me escutar – agora eu quero beijar ele e tudo mais.

Eu devia ter aprendido, das conversas anteriores, que elas não poderiam acontecer em sala de aula, porque eu, inevitavelmente, fazia a Claire rir. E foi isso que aconteceu de novo, no meio da aula de álgebra – como era matemática eu não me importei muito em incomodar a aula, eu só fiquei horrorizado quando todo mundo olhou para a nossa cara de novo.

– Eu nunca mais vou te contar nada! – eu falei bravo para Claire.

– É claro que vai, você me ama.

– Talvez. – eu disse anotando os números do quadro, mesmo sem saber o que estava acontecendo lá na frente.

– Você me ama, e precisa dos meus conhecimentos para não estragar ainda mais esse relacionamento. O que você faz é o seguinte, envia uma mensagem e fala, "vem aqui em casa, vamos fazer algo", o bom mesmo é você chamar para ver filme, porque aí a outra pessoa já sabe que precisa levar camisinha. – arregalei os olhos para Claire e fiquei imaginando como ela sabia disso.