As horas seguintes ao encontro com a sogra foram extremamente difíceis para Jungkook. Ele tentava criar uma abordagem para revelar gradualmente os eventos e justificar o acordo com Jimin. Taehyung, mais do que ninguém, compreendia a intensidade dos cios de Jungkook. Era um problema hereditário, e, infelizmente, não se tratava de um cio comum; Taehyung havia presenciado várias de suas crises.
Jungkook lembrava com clareza o trauma de seu primeiro cio. A dor era insuportável e parecia que ele estava à beira da morte. Seus pais, desesperados, recorreram ao primo Hoseok para ajudar. Tentaram diversos inibidores, na esperança de que algum funcionasse, mas todos resultaram em intolerância medicamentosa grave, com risco de morte. Então, até que Jungkook encontrasse um namorado, Hoseok foi designado para auxiliá-lo. Embora tenham tido um breve romance, a relação não durou, pois Jungkook precisou se mudar para Seul para iniciar a faculdade e encontrou aquele que seria seu verdadeiro par.
Quando Jungkook começou a faculdade, estava apreensivo. Estava em uma cidade distante de sua cidade natal e de Hoseok, que o ajudava durante os cios. Seus pais temiam pelo que poderia ocorrer sem assistência próxima, e Hoseok, com sua vida estabelecida em Busan, não poderia se mudar para Seul. Assim, decidiram manter um relacionamento à distância, e Hoseok visitaria Jungkook sempre que o cio estivesse próximo de começar, para evitar crises que pudessem levar a hospitalizações.
Jungkook e Taehyung se conheceram no primeiro semestre da faculdade, durante a festa de integração. Jungkook, bastante tímido, se mantinha à margem, tentando evitar atenção, enquanto Taehyung e Jimin, já amigos, eram pura energia e alegria. Após alguns drinques, estavam ainda mais animados e puxavam todos para dançar. Quando Taehyung avistou Jungkook, um ômega encantador e reservado, rindo discretamente das palhaçadas alheias, não hesitou.
- Ei, você está meio sozinho aqui - disse Taehyung com um sorriso amigável. - Que tal vir dançar um pouco? Garanto que vai se divertir!
Jungkook, surpreso, olhou para Taehyung e sorriu timidamente. Sem hesitar muito, aceitou o convite e se juntou a Taehyung na pista de dança.
- Esta música é perfeita para se soltar! - exclamou Taehyung, puxando Jungkook para um ritmo animado.
Após aquela dança, nunca mais se separaram. Seus dias se tornaram mágicos; eram tão perfeitos juntos que ninguém ousava interferir. Parecia que o mundo entendia e respeitava que eram um do outro. O primeiro beijo aconteceu alguns dias depois, quando Jungkook voltou de uma viagem a Busan, onde visitou seus pais. Na verdade, a viagem foi para encerrar seu relacionamento com Hoseok pessoalmente, respeitosamente. Hoseok já esperava por isso, ciente das dificuldades de um relacionamento à distância, embora não imaginasse que o fim aconteceria tão rapidamente.
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Naquele mesmo dia, ao final da tarde, Jungkook levou a pequena para conhecer o pai. Ela estava radiante, ansiosa por finalmente ver o papai acordado. Ao abrir a porta com cuidado, notaram que Tae estava adormecido. Aproximaram-se em silêncio e Kook a acomodou na cama ao lado do pai. A garotinha começou a dar leves beijinhos e a dizer:
- Acorda, papai! Agora você já pode acordar!
Aos poucos, Tae abriu os olhos e viu a alfinha mais linda que já tinha visto. Pensava apenas:
- Ela é a lobinha mais linda do mundo!
O momento de conexão entre pai e filha foi único e perfeito. Foi a cena mais tocante que Jungkook já presenciou, e ele havia esperado muito por isso. O ômega estava em lágrimas e sorrisos emocionados. Yuri abriu um sorriso tão grande que parecia que sua boca ia se rasgar, e os dois riram juntos. Tae a puxou para um abraço apertado, querendo sentir seu aroma, beijá-la e demonstrar todo o carinho que não pôde expressar até então.
Ficaram assim, os três juntos, o resto da tarde e grande parte da noite, conversando e trocando afeições. Jungkook não perdeu a oportunidade de se aconchegar ao lado deles, colado ao peito de Tae, com Yuri acompanhando. A pequena contou, à sua maneira, sobre sua vida, as visitas ao hospital, a escolinha, seus amigos, seu papai Kook e o titio Ji. Nesse momento, Tae percebeu a ausência de seu amigo.
- Onde está o Ji? - perguntou ao ômega, confuso. - Por que ele ainda não veio me visitar?
Jungkook, desconversando, respondeu:
- Ele estava de plantão no hospital e deve estar ocupado. Provavelmente ainda não sabe da novidade.
Embora a desculpa fosse fraca, Tae acreditou nela. Quando Jungkook foi buscar a filha em casa, contou sobre a conversa com a sogra, o que deixou Jimin muito triste. Jungkook sabia que Jimin se sentia culpado, apesar de suas boas intenções. Jungkook também se culpava por envolvê-lo na situação, reconhecendo o quanto Jimin havia sido fundamental em sua vida. Jimin deu suporte inestimável durante os anos: ajudou a criar Yuri, apoiou na gestação e no parto, dividiu tarefas e foi um verdadeiro anjo em sua vida.
Kook tinha uma profunda admiração e gratidão por Jimin. Embora fosse um sentimento forte, não chegava perto do que sentia por Taehyung. Jimin era especial, quase como um irmão mais velho, mas não era ele quem Jungkook queria para compartilhar toda a vida, ter filhos e envelhecer juntos.
- Eu juro que vou trazer aquele alfa, nem que seja amarrado, amanhã, amor! - prometeu Kook ao ver a tristeza no rosto de Tae. - Assim que recebi a notícia, ele já tinha saído para o trabalho. Deve estar ocupado e nem deve saber ainda.
- Como assim ele não estava em casa? - Tae perguntou, confuso. - Ele está na sua casa ou você na dele?Na tentativa de acalmar Tae, Jungkook cometeu um deslize. Agora, ele precisava encontrar uma explicação convincente para o mal-entendido.
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Dois Alfas e eu... ABO TAEKOOK
Romance[CONCLUÍDA] Um amor... Uma amizade... Um acidente... #2 taekook - 02/09/2021