capitulo 2

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THIAGO CROCKER

  Enquanto isso, lá em casa (não pense besteira, rsrs)… Eu estava na cozinha preparando pipoca. Faltavam cerca de quinze minutos para a Any e o Noah chegarem. Terminei de estourar a pipoca e a espalhei em uma assadeira. Peguei uma caixinha de leite condensado e despejei sobre a pipoca. Em seguida, polvilho bastante leite em pó por cima. Minha pipoca doce estava pronta.

  Subi para o quarto para trocar de roupa. Coloquei um short dos Vingadores e uma regata cinza.

  Desci novamente para a sala e, assim que cheguei, ouvi a campainha tocar. Caminhei até a porta e abri com um sorriso no rosto.

  — Ooooii! — Cumprimentei animado.

Any: — oooiii queridoo!

Noah: — Oooii best!

  Nós rimos juntos e dei passagem para que ambos entrassem. Fui até a cozinha pegar a pipoca, enquanto a Any e o Noah se acomodavam no sofá. Voltei para a sala e coloquei a assadeira com a pipoca sobre a mesa de centro. Peguei o controle remoto e o joguei no sofá para que eles escolhessem o filme. Fui até a cozinha novamente e trouxe uma caixa que tinha vários tipos de doces e alguns refrigerantes que estavam na geladeira. Voltei à sala e percebi que eles tinham decidido assistir à série Heartstopper.

Any: — Tu quer me engordar, né, viado?

  A Any olhava para a quantidade absurda de doces que eu trouxe, com um sorriso no rosto.

Noah: — Se não quiser, sobra mais pra gente!

  — Pois é, pelo menos ela não come os da Cacau Shauw. — Acrescentei brincando.

Any: — É óbvio que eu quero! Só se vive uma vez, né?

  Revirei os olhos, rindo, e me joguei no sofá. Coloquei os refrigerantes na mesa de centro e mantive os doces no meu colo.

  E assim começou a nossa tarde: rimos, choramos e curtimos a série juntos. Em certo momento, peguei meu celular para conferir o horário e me assustei. Já tinha passado da meia-noite! Estávamos assistindo ao episódio em que o Nick e o Charlie passaram alguns dias com a turma em Paris, a cidade do amor. Estava tudo tranquilo até o momento em que o Charlie desmaiou nos braços do Nick por causa de seu problema alimentar. Fiquei tão ansioso e nervoso que comecei a gritar e pular de empolgação. Aposto que acordei a vizinhança inteira.

...

  Acordei em cima de algo… ou melhor, em cima de alguém. Abri os olhos devagar e me deparei com o Noah, que me olhava com um sorriso travesso.

Noah: — Oh, docinho, tá carente de corpo, é? Contrata um garoto de programa, então.

  Olhei para ele com uma cara de nojinho, enquanto tentava ajeitar meu cabelo bagunçado. Não que eu tivesse algo contra garotos de programa, cada um trabalha como desejar, mas eu não teria coragem de contratar alguém para me satisfazer, eu acho.

   — Idiota. — Ri e comecei a procurar a Any pelo ambiente.

  — Cadê a Gabrielly?

Noah: — Ela foi tomar um banho no banheiro do seu quarto.

  Ele se sentou no sofá e eu me espreguicei, ainda me sentindo um pouco grogue.

  — Que horas são?

Noah: — São 10:30 da manhã. — Assim que ele disse isso, me levantei num pulo.

— Puta que pariu! Perdi a aula!

Noah: — Ei, relaxa! Hoje é sábado.

  Suspirei aliviado e me joguei no sofá novamente, olhando para ele. Levei minha mão até a dele e comecei a alisar, fazendo uma expressão maliciosa.

  — Compra uma comida pra gente?

  Se vocês vissem a cara que o Noah fez quando alisei a mão dele… Meu Deus, vocês iriam rir igual uma hiena. O garoto faz umas caretas engraçadas demais.

Noah: — Compra você, palhaço. Hoje tô sem grana.

  — Aaaah, filho! Meu cartão tá no quarto. Vai lá pegar pra mim?

  Fiz uma carinha de cachorro abandonado, e ele foi correndo buscar. Peguei meu celular que estava na mesinha à minha frente e liguei para um restaurante. Hoje eu queria comer um almoço com bastante fartura, então já fiz o pedido.

  O telefone tocou uma, duas, três vezes, até que alguém atendeu:

  — Restaurante Brutus, com quem eu falo?

  — Thiago. Então, moça, é o seguinte: eu vou querer quatro refeições de vinte reais com direito a tudo. Coloca bastante linguiça, viu?

  —  ok! Só isso mesmo?

  — Ah, vou querer uma Coca de três litros também.

  — Certo, fica oitenta e oito reais. Qual é o endereço, por favor?

  — Rua Manoel Vieira, número 906. Pagarei no cartão.

  — Ok, a churrascaria agradece e tenha um ótimo almoço.

  — Pra você também. — Respondi antes de desligar.

  Logo depois, vi o Noah descendo com meu cartão.

Noah: — Pronto, aqui está. Você já pediu?

  — Já! Pedi umas refeições fartas.

  De repente, ouvimos passos vindo do corredor. Era um barulho de chinelos arrastando pelo chão, mas não era irritante. Parecia um som familiar e confortável.

Any: — Pediram o que pra comer?

Olhei para ela, que vestia um short básico e uma das minhas regatas, que ficaram um pouco justas nela.

  — almoço, mais prático do que fazer.

  Nos jogamos no sofá e ficamos assistindo TV para passar o tempo e distrair a fome. Não demorou muito até que a nossa comida chegasse.

  — Foi aqui que pediram quatro refeições em nome de Thiago?

  Sorri e concordei com a cabeça, olhando para o entregador que, por sinal, era bem bonito.

  — Sim! — Ele me entregou as refeições e eu lhe dei o cartão.

  — Vai por aproximação, moço.

  Ele aproximou o cartão da maquininha e, em poucos segundos, a transação foi autorizada. Não sei vocês, mas sempre fico com medo do cartão não passar, mesmo sabendo que tem mais do que o valor da compra na conta.

  Levei as refeições para a mesa.

  — Any, Noah! Venham comer. — Assim que eles se aproximaram, avisei:

— É uma pra cada, hein?

Noah: — Ok, mamãe. — Disse, em tom de riso

Any: — Acordou com o Patati e o Patata enfiado no cu hoje? — Disse, sendo cirúrgica.

  Nós rimos e nos sentamos à mesa. Começamos a abrir nossas refeições e devorar a comida. Estava uma delícia. Poucos minutos depois, ouvi alguém bater na porta.

  — Vocês chamaram mais alguém? — Os dois balançaram a cabeça negativamente.

  — Então vai lá um de vocês dois!

Noah: — Eu não vou. Vai você!

Any: — Nem pensar, a casa é sua.

  Bufo e me levanto, caminhando até a porta. Quando abro, me surpreendo com o ser a minha frente.

  Lá estava ele, a última pessoa que eu esperava ver. Meu peito apertou e o ar pareceu sumir por um instante. Como ele tinha conseguido meu endereço? Eu nem sabia como reagir; mil perguntas passaram pela minha mente, mas nenhuma resposta fazia sentido.

  — Você aqui?


Até que a magia se acabe (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora