Minha Rosa

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Minha Rosa


Eu colocava muita expectativa naquela conversa. Estava me corroendo em curiosidade fazia tempos. No entanto, eu não esperava o que eu ouvi.

— Obito é líder da máfia turca, Hinata. E eu sou seu braço direito.

— Máfia? — Repeti sem forças para bolar qualquer outra frase.

— Eu não vou ficar chateado se não quiser mais falar comigo ou me odiar. Esse não é exatamente o trabalho dos sonhos de ninguém...

— Não! — Interrompi me recompondo — Eu já disse que sou incapaz de sentir outra coisa por você que não seja amor. Eu só estou surpresa.

Não tanto como imaginei que estaria. Eu não diria isso a ele, mas saber aquilo me aliviava. Não suportava mais criar teorias sobre o que Deidara escondia. E fazia todo sentido. Minha teorias fantasiosas não eram tão malucas assim.

— Eu queria te contar, mas tinha medo que me repudiasse. Eu não seria capaz de te perder.

— E porquê contou agora?

— Não sei o que Obito quer comigo ou porque ele foi até minha casa, mas sei que, se foi, é porque é algo que mais ninguém da Akatsuki deve saber. Não queria correr o risco de você ouvir alguma coisa e tirar conclusões erradas.

Acenei positivamente e me virei para frente. Parecia que a coisa era muito séria e isso deixava Deidara tenso, era visível no seu olhar.

— Como... tudo começou? — Perguntei mais por curiosidade do que para tentar distraí-lo.

— Eu era um jovem do interior em busca de crescimento na capital. Dá para imaginar que as coisas não foram fáceis — seu olhar parecia brilhar de maneira nostálgica — Eu trabalhava em uma lanchonete e dormia no quarto dos fundos. Foi a única coisa que consegui inicialmente. Era quase escravista... Eu servia cerca de doze horas por dia.

— Céus! Que horror!

— Era exaustivo, mas eu me agarrei àquilo. Era um começo e eu sempre acreditei que ninguém cresce do dia para a noite — ele deu de ombros e sorriu pequeno — Mas eu não fiquei só naquilo. Eu visitei meu país e trouxe inúmeras mudas de rosas negras. Meu quarto minúsculo virou uma verdadeira estufa. Quando as rosas estavam no ponto, eu coloquei uma delas no meu cabelo. Foi minha forma de fazer comercial sem chamar atenção do meu chefe. Eu tinha medo que ele exigisse os lucros para ele.

— Ele não poderia fazer isso. Poderia? — perguntei incerta.

— Se eu quisesse um teto sob a cabeça, não ousaria negar os pedidos dele — mordi os lábios ao ouvir aquilo. Deidara havia sofrido muito no início — Mas não foi necessário, pois no mesmo dia em que desfilei com a rosa, um dos clientes comprou todas elas pelo triplo do preço que pedi.

— O que?!

— Parece loucura né? Ele disse que precisava se reconciliar com a esposa e queria todas as rosas. Então as vendi e guardei o dinheiro no banco. A vida seguiu normal por uns dois meses antes do dia que mudou minha vida — Deidara se virou para mim e analisou minha expressão — Eu me envolvi em uma briga com um dos clientes. E para meu azar, ele era primo do líder da máfia. Eu fui apagado e levado para Obito.

— Primo?

— Sasuke Uchiha. Ele era um irritante... Mas me foi útil. Quando cheguei lá, fui ameaçado de morte, porém um anjo atravessou as portas da sala em que eu estava e salvou minha vida.

— Um anjo? — A história de Deidara me deixava cada vez mais curiosa.

— Itachi Uchiha havia acabado de chegar de uma viagem com a esposa. E adivinha? Ele era o comprador das minhas rosas — Deidara deu uma risada como se ainda não acreditasse naquilo — Obito ficou interessado nas rosas negras e esqueceu o problema. Passei a morar na mansão dele e cuidar do jardim. Com o tempo fomos nos tornando mais próximos, até o dia em que ele me chamou para entrar no time, como seu maior confidente.

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