Rotina Ideal

45 4 4
                                    

Rotina Ideal


Deixei a bolsa em cima da mesa e me joguei no sofá, descalçando os saltos altos e descansando a cabeça no estofado. O dia havia sido desgastante.

Horas de análises em um único caso. Normalmente eu começava a perícia no mesmo dia em que achavam o corpo, no entanto, hoje fiquei agarrada na cena do crime.

Maldita hora em que criaram as bombas de gás. Como era irritante analisar cada centímetro atingido pela arma. e o pior de tudo era descobri que eram três mortos, o que nos deixava ainda mais confusos.

— Como vai minha perita favorita? — levantei o rosto e vi Deidara descendo a escada com a toalha nos ombros.

— Esgotada, amor — confessei indicando que se sentasse ao meu lado — Hoje fiz a perícia de um local de crime com três mortos por uma bomba de gás.

— Três? — ele perguntou coçando a nuca, concordei com a cabeça — Bomba de gás?

— Ah, Deidara! — exclamei ao reparar em sua expressão culpada.

— Eu não sabia que isso iria para âmbito federal!

— É claro que iria! — Bati na testa e suspirei — Você não disse que a tarefa de se livrar de pessoas era do Naruto?

— Foi só esse caso específico, eu juro!

— Tudo bem — suspirei — vou encobrir qualquer DNA que eu encontrar.

Às vezes eu me perguntava quão certo era viver como eu vivia. Mas era tudo muito subjetivo. Poderia não ser certo para alguém, mas para mim, manter Deidara a salvo era o mais importante.

Depois de três anos casados, já estava acostumada com tudo que ele fazia e tentava ao máximo levar o estilo de vida que aquilo exigia. Começar uma carreira na polícia federal, inicialmente não parecia uma boa ideia, mas quando percebi que isso o livraria de problemas, resolvi arriscar.

Isso era amor, não era? Suportar tudo e passar por cima de tudo por aqueles que amamos. E eu não me arrependi nenhum pouco daquilo. Minha vida era perfeita ao lado de Deidara e tudo valia a pena.

Além do mais, ninguém jamais desconfiaria, já que ele trabalha oficialmente na empresa Namikaze. Ninguém precisava saber que a empresa era um fachada da máfia e que realizavam trabalhos sujos. Aquilo era só um detalhe.

— Quer lasanha de jantar?

Olhei para o loiro à minha frente e sorri. Tudo valia a pena ao lado dele.

— Quero, mas não tenho um pingo de ânimo para fazer.

— É por isso que eu sou o cozinheiro dessa noite! — ele me deu um selinho e se levantou — tome seu banho e desça para comer!

Tudo valia a pena. Tudo mesmo.

[...]

— Vamos tentar algo novo?

Larguei o livro que eu lia na mesa de cabeceira e me virei para Deidara que me olhava com um sorriso travesso, escorado na porta do quarto.

— Novo?

— É sábado à noite, e já que não saímos para lugar nenhum poderíamos nos divertir.

— Como?

— Bom, nós já transamos três vezes por semana e é maravilhoso, então pensei em testar algo diferente que pode ser bom...

— Direto ao ponto, Deidara — falei rindo da cara sapeca dele.

Rosas NegrasOnde histórias criam vida. Descubra agora