DAVID
Ver o Dwight dormindo me dava paz, não sei porquê. Talvez por a serenidade no seu sono me distrair da situação de morte iminente na qual estávamos. Se me fosse permitido, teria passado muito mais tempo do que eu passei velando o sono do Dwight, porém ouvi passos de alguém correndo próximo a onde estávamos, então ao olhar melhor consegui avistar o que parecia ser uma pequena mulher, que corria usando toca e roupas rasgadas.
- Dwight? Dwight? Acorda, cara! - apesar de estar com pena de tirar ele daquele sono que parecia tão gostoso, tive que acordá-lo.
- Han? O que houve? - ele respondeu assustado e meio desorientado.
- Uma mulher passou correndo aqui. Não parecia com aquela louca dos machados, parecia gente normal como a gente, e parecia estar fugindo também. Vou atrás dela pra ver se ela sabe de alguma coisa ou pode nos ajudar de alguma forma...
- Ou talvez precise de sua ajuda, - me respondeu - já que disse que ela parecia estar fugindo. Mas eu vou com você.
- Tá louco? É perigoso demais! Deixa que eu vou sozinho, Dwight, você fica aqui.
- Aqui sozinho eu corro mais perigo. Com você eu estarei mais seguro. - esse contra argumento eu não tive como refutar.
- Tem razão. Então vamos logo porque senão perderemos a direção dela. Vem, por aqui!Não vou mentir que me senti de peito estufado depois que o Dwight disse que estaria seguro comigo. Era estranho ver um homem adulto precisar de minha proteção. Se eu fosse ele, teria vergonha de precisar da proteção de outro homem, mas ele não tem. E eu gosto de saber que posso protegê-lo e que ele conta com minha proteção, não sei porquê. Venho de família rica, mas meu pai nem sempre foi rico. Ele trabalhou muito pra construir tudo que construiu. Sempre admirei isso nele. Ele também sempre foi muito protetor de nossa família, sempre fazendo de tudo para nós deixar seguros e sentirmos que tínhamos uma rocha para descansar. Devo ter puxado isso dele, esse instinto protetor.
Eu e ele seguimos correndo rápido por onde eu deduzi ser o caminho que ela tomou quando passou pelo local que estávamos. Não muito tempo depois avistei ela, que corria mancando. Depois de uns três assobios um pouco baixos demais, para não atrair nenhuma atenção indesejada, ela olhou pra trás, e eu e Dwight fizemos sinal para ela esperar. Ela continuou um tempo, mas depois parou, e nos chamou ao seu encontro. Visivelmente desconfiada, ela esperou até chegarmos até ela.
DWIGHT
Ao chegar perto da mulher, pude ver o quão grave estava o ferimento na sua canela direita, talvez fosse caso de amputação.
- O que houve com seu pé? - perguntei atônito.
- Armadilha de urso - respondeu ela apertando a coxa com as mãos e usando o máximo de forças possíveis para não gritar de dor - tem várias espalhadas por essa propriedade.
- Que propriedade? De quem é esse local? Aonde estamos? O que diabos está acontecendo aqui? - perguntou David numa rapidez que deixou eu e a mulher confusos.
- Calma aí, "detetive". Não sei muito sobre isso. Apenas chamei de propriedade porque com certeza aqui tem dono. Vi umas instalações que parecem ser habitadas. Mas não sei quem é o dono, nem muito menos aonde estamos.
- Que beleza! Mais uma pessoa que não sabe aonde está com uma assassina a solta. - falei com um tom mais irritado do que deveria.
- Assassina? - perguntou a mulher.Então eu e David fomos explicar a situação e o ocorrido, e pra nossa surpresa, descobrimos que também havia um assassino, um homem de máscara estranha que coloca armadilha de ursos para humanos pisarem. Depois de muito conversarmos, nos apresentamos e descobrimos que o nome da mulher era Nea Karlsson, e que ela também não fazia ideia de como tinha ido parar ali. Chamamos ela pra voltar pro nosso canto seguro e ela topou.
Chegando na nossa pedra segura, traçamos alguns planos para caminhos ao amanhecer, que nos levassem de volta a civilização. De repente, Nea lembrou tinha um kit de primeiros socorros na mochila, e disse que ia fazer um curativo na ferida de David, que ela confirmou ter sido superficial mas que precisava de cuidados para evitar infecções, mas antes dela iniciar os curativos, ouvimos o grito de um homem. O David de supetão se levantou e já queria ir correndo ver o que aconteceu, mas após eu e Nea o acalmarmos, ele ouviu a voz da razão e resolveu ir com calma e nós três juntos. Pra mim surpresa, ela é parecida com o David no quesito ajudar desconhecidos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
David King e Dwight Fairfield - A Dead By Daylight Story
HorrorApós acordarem repentinamente em uma floresta macabra com assassinos perigosos e outros sobreviventes, David e Dwight descobrem que as vezes nas piores situações, pode se encontrar o amor verdadeiro. Repleta de perigos, tramas, egoísmo, altruísmo e...