Capítulo 4 - O Pior dos Monstros

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DAVID

Eu saí correndo instintivamente após ouvir o grito de alguém que precisava de ajuda. Atrás de mim, vieram meus três companheiros. Ainda bem que fui salvo pelo gongo, não precisei ter que lidar com aquilo que o Dwight me disse. Eu fiquei muito feliz com o fato de que ele se importava comigo, mas ali ele me pegou de surpresa. Eu não sabia nem o que falar, fiquei todo sem jeito.

Sempre fui um cara muito independente, nunca tive ninguém se preocupando comigo, pois sempre fui capaz de me virar por conta própria, e quando precisava de fato da ajuda de alguém, meus pais sempre pagavam alguém, desde enfermeiras (em caso de doença) a acompanhantes pras mais variadas situações. Meus pais tinham pouco tempo de qualidade comigo. Ele sempre trabalhando, ela apesar de estar mais presente, lidava com seus próprios demônios, grande mulher mas com grandes problemas de saúde mental.

Mas enfim, sou assim desde criança mesmo, que já ia para a escola sozinho, e era encorajado pelo meu pai, que era bem Caxias, a resolver meus problemas sem precisar de ajuda. Sou grato a meu pai por isso, mas não posso negar que as vezes senti falta de ter alguém pra poder contar sem precisar ser forte ou capaz de resolver problemas. Do tipo que você quer apenas entrega nas mãos de alguém pra resolver o problema por você. Do tipo que você sabe que alguém tem medo de que você não seja capaz de fazer tudo sozinho e se preocupa com você. Sempre senti falta disso. E o Dwight se preocupa comigo. Nossa, esse cara, é o cara...
- Ei! Eeei! Tem alguém aí? - gritei na esperança da voz desesperada ouvir e me responder.
- Eeei, alguém??? - gritei com todo meu ser. Enquanto os outros também gritavam para que alguém pudesse ouvir.
- Aqui! Me ajuda! - a voz de um homem ecoou na floresta.

Quando olhei em direção a voz, avistei um homem de terno correndo de uma criatura estranha com várias deformidades no corpo, uma bengala pontiaguda na mão e com uma gosma esquisita saindo da boca, da sua cara estranha. Quando a criatura chegou perto do homem, tentou atingi-lo com a bengala mas o homem foi rápido e desviou, ganhando um pouco mais de tempo. Na segunda tentativa de acertá-lo, o monstro soltou um grito macabro e começou a injetar algo no peito. Nessa hora, o bicho pegou. O monstro inchou e começou a correr bem mais rápido, e conseguiu atingir o homem, mas apenas no braço, pois por sorte ele era tão rápido que nem ele parecia saber se controlar e acabava por bater nas coisas. Tivemos que correr em zigue-zague pra conseguir escapar das investidas. Em uma dessas investidas, o monstro acabou indo longe demais e acabou por nós perder de vista. Finalmente pudemos parar para tomar ar.
- Richter? - falei sem acreditar no homem que via na minha frente.
- David? - ele respondeu atônito.

Após um breve silêncio, ele partiu para cima de mim, e me abraçou.

DWIGHT

Não estou entendendo muito bem o que está acontecendo. Por que esse cara abraçou o David e por que o David me olhou com essa cara de sonso durante o abraço? Mas nossa, esse cara é muito bonito. Alto, forte, loiro dos azuis, boa pinta... será que o David já teve algo com ele? Com certeza teve, se não tivesse, não teria me olhado com essa cara. É isso. Ele deve ser algum ex peguete do David, o David é hétero, disso eu não tenho dúvida, mas ele tem uma cara de safado, de que adora comer um viadinho no sigilo. Ele já deve ter comido esse aí até o talo. Mas que inferno, que inveja desse cara que pôde sentir o David dentro dele.
- Como assim cara? O que diabo você tá fazendo aqui cara? - falou o David como se tivesse visto um fantasma.
- Cara eu não faço ideia. Tava indo atrás de meu pai num gruta e de repente uma névoa me engoliu e quando dei conta já estava aqui. - o cara respondeu com um sotaque forte, como se fosse alemão ou russo.
- Todo mundo aqui tá na mesma. Ninguém lembra como veio parar aqui.

David King e Dwight Fairfield - A Dead By Daylight StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora