Computador da Biblioteca

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— Como você está hoje, Midoriya? — Aizawa fez a mesma pergunta de sempre.

— Bem. — Izuku deu a mesma resposta de sempre.

— Você melhorou mais rápido do que nós pensávamos.

— Nós?

— As enfermeiras e eu. — Disse Aizawa, concordando com a cabeça.

— Ah. Eu não sei o que você quer dizer com melhorar. Está falando sobre o meu braço direito? — Izuku levantou seu braço, que agora estava livre de gesso.

— Bem, seu braço direito sofreu apenas uma torção no cotovelo. É por isso que não requer gesso depois de duas semanas. Mesmo assim, certifique-se de não exagerar. — Aizawa removeu as bandagens ao redor do estômago de Izuku e as colocou em uma mesa redonda de metal. — Isso pode doer um pouco.

Izuku cerrou os dentes enquanto Aizawa enrolava um novo rolo de bandagens na carne exposta de Izuku. ''Graças a Deus, posso usar meu braço direito agora. Foi difícil comer com a mão esquerda.''

— Ah, eu não terminei de falar. — Aizawa disse, ainda envolvendo Izuku. — Eu quis dizer sua saúde mental. Não ouço mais você chorar por seus pais. — ''Ele conseguia me ouvir?!'' Desde que ele teve um colapso embaraçoso na frente de Uraraka, ele chorava quase todas as noites, lamentando por seus pais.

— U-uh, é que...

— Não há motivo para se envergonhar. — Izuku timidamente acenou com a cabeça.

— Tenho tentado seguir em frente. Meus pais definitivamente ficariam tristes se me vissem todo deprimido por causa do... Então, quero fazer tudo o que posso para deixá-los felizes! — Ele deu um sorriso brilhante. A boca de Aizawa se alargou um pouco e ele acenou com a cabeça.

— Eles ficariam orgulhosos de você, garoto.

''Não acredito! Doutor Aizawa sorrindo?! Impossível. Se as enfermeiras vissem esse rosto, todas desmaiariam! Agora que pensei nisso... será ele tem família?'' Izuku se perguntou.

— Ei doutor Aizawa--

— É tudo graças à jovem Uraraka, certo? — ''Huh? De onde ele tirou isso?''

— Eu- eu não entendi o que você quis dizer... — Izuku se virou e mentiu.

— Midoriya. — Aizawa se virou para Izuku, seu rosto completamente sério. — Não saia com ela. Eu já avisei antes: vai ser mais prejudicial do que o necessário. — ''Mas... ela é quem fica sempre saindo comigo... Não é como se eu quisesse isso.'' Izuku olhou para Aizawa para declarar seus pensamentos.

— Não é como se eu quisesse sair com ela. Ela quem continua se intrometendo na minha vida. — Aizawa olhou por mais um momento e baixou o olhar. Ele suspirou.

— Bem, tanto faz. Nada vai acontecer agora, de qualquer maneira. — Aizawa se levantou para sair. — Precisa de mais alguma coisa?

Izuku começou a balançar a cabeça negativamente, até que se lembrou da conversa no refeitório. ''Eu tenho a 'Doença Arterial Coronariana'.'' ''Por que ela parecia tão hesitante ao dizer isso? Eu preciso saber. Ah, não é como se eu me importasse com ela. Eu só estou curioso.''

— Como psso ter acesso à internet? — Izuku sorriu e perguntou educadamente.





____
— Vamos ver... Doença Arterial Coronariana... dores no peito... maior chance de ataque cardíaco... não parece tão sério. — Izuku suspirou e recostou-se em sua cadeira de rodas.

O que ele estava fazendo? ''O primeiro uso de ambas as minhas mãos foi feito por aquela prostituta.'' Era angustiante pensar que ela estava arruinando a vida dele mesmo quando não estava ali.Ele continuou a rolar as páginas quando algo chamou sua atenção. "Hm? Tratável por cirurgia?" Izuku colocou a mão no queixo para pensar. ''Foi por isso que ela estava com medo? Porque ela estava com medo de uma pequena cirurgia?'' Izuku fez uma cara muito presunçosa. ''Afinal, ela é apenas uma pirralha! Quer dizer, é isso que se espera de uma garota de 15 anos.'' Bem ali, Izuku estava quase orgulhoso de ter vencido uma garota de 15 anos. Ele ergueu os braços em comemoração e começou a comemorar em sua mente. ''Acabou... Eu venci aquele demônio!''

''Bem'' Izuku pensou em Uraraka o confortando. ''Ela não é tão ruim.'' No entanto, algo parecia errado. Uma sensação incômoda corroeu o fundo de sua mente, mas ele não era capaz de identificar o que era.

— Ora, ora, se não é o Garoto Pervetido aqui.

''Merda. Só conheço uma pessoa que me chama de 'Garoto Pervertido'. É aquela vadia.'' Izuku se virou para encontrar o rosto de Uraraka.''Ochako Uraraka!''

— Uggh. Você de novo não. — Izuku gemeu. — Por que você aparece em todo lugar que eu estou?

— Porque eu te amo?

— O-o-o q-que--

— Ei, não me diga que você levou isso a sério? Qual é! — Uraraka disse, rindo. Izuku apenas resmungou enquanto tentava se acalmar.

— Então, o que a traz à biblioteca, majestade? Veio novamente para me incomodar?

— Não! Estou aqui para usar os computadores e olhar alguns livros. Além do mais, esta é a biblioteca, sabe?

— Sério? Nunca pensei em você como uma leitora. — ''Achei que você fosse analfabeta, sua bruxa.''

— Não sou. Mas tem uns livros novos e há um em que estou interessada. — Uraraka olhou para um carrinho de biblioteca e seu rosto se iluminou. — Aí está!

''Oh? Que tipo de livro ela gosta? Romance? Isso seria inesperado.'' Em vez disso, Uraraka escolheu um livro intitulado ''Maldições e Bonecas de Vodu: Para iniciantes''.

— Este é o livro que eu queria! — Uraraka exclamou alegremente.

— Ei Uraraka? V-você não vai realmente usar o livro, certo? E se você for, não será para mim, certo? — Izuku engoliu em seco e perguntou lentamente.

— Claro que não, Izuku! Eu nunca faria isso! — Disse Uraraka, olhando fixamente para ele e rindo. Seu rosto se aproximou mais e seu tom se tornou maligno. — Claro, se eu fosse usar o livro, você seria minha primeira vítm- quero dizer, parceiro.

— Você ia dizer vítima! — Uraraka riu e olhou por cima do ombro de Izuku.

— E aí, o que você está fazendo no computador? Vendo pornografia?

— Ha, ha, ha, muito engraçado — Izuku parou e percebeu a aba que estava aberta. Ele rapidamente fechou a janela e olhou para Uraraka. — Não é como se eu estivesse--

Izuku parou quando viu uma expressão de dor em Uraraka. Houve algumas outras expressões também. A hesitação de Izuku pareceu despertar Uraraka de seu transe e ela fingiu uma risada.

— Hahaha está tudo bem... Por que você não se interessaria pela minha doença? Sim, é totalmente natural... Totalmente... — A risada falsa de Uraraka foi ficando cada vez mais tensa, como se ela estivesse contendo as lágrimas - ou era dor? — Agora tchau, Izuku. Te vejo mais tarde. Hahaha... — Uraraka saiu, deixando Izuku sozinho.

— Ei, você esqueceu o seu... livro. — Ele gritou, sem ninguém para ouvi-lo. ''Isso foi... estranho, para dizer o mínimo. Isso estava fora do comum dela.'' Izuku olhou para o livro. — O que eu faço com isso?






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Uraraka tava estranha, o que será que deu nela? De toda forma, vocês acham que ela usaria o livro no Izuku?
Se tiver algum erro que eu não percebi, me avisem.

Próximo capítulo: Com medo

Dois Meses [Izuocha]Onde histórias criam vida. Descubra agora