Carta de Amor

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24 de novembro de 20XX. Ahokina saiu com seus pais após receber alta do hospital. Aparentemente, para comemorar, a família está viajando para Kyoto por uma semana. Ugh, eu também quero uma pausa. Trabalho demais, sem promoção ou aumento à vista... esses idiotas famintos por dinheiro. Bem, eu amo o que faço, então acho que vou tentar não reclamar tanto. Você sempre disse o quanto amava meu sorriso, não é?

De toda forma, se lembra daquele garoto que eu te falei? Izuku Midoriya. Sim, o namorado idiota da filha do segundo casal mais idiota que eu já conheci. Bem, os gessos de suas pernas foram retirados! O que por um lado é ruim, já que só resulta em mais papelada para mim por conta da fisioterapia. Droga, eu só quero me aposentar logo. Não que eu tenha encontrado dinheiro ou tido uma família para fazer isso. Eu não me casei, mas acho que você já sabe disso. E, sinceramente, acho que nunca vou. Ah, aqui vou eu novamente. Você, provavelmente, me zoaria sobre como eu resmungo como um homem velho. Mas eu tenho que concordar com você. Para falar a verdade, eu gostaria de te ouvir dizer isso, mas você não está aqui, de todo jeito. Minha promessa de herdar seus cigarros é muito difícil, considerando que sou um médico. Recebi palestras pelo menos 10 vezes por 10 pessoas diferentes. Vou esgotar lentamente suas reservas. Considerando o quão lento os estou consumindo, estarei com 90 quando consumir todos eles. Como é adequado.

Bem, aqui está minha carta mensal obrigatória. Espero que você esteja bem. Irei visitá-la em algum momento no futuro, se não estiver muito ocupado com o trabalho...

-Te amo
- Shota Aizawa

— Terminou de enviar sua carta? — Yu perguntou. Aizawa se afastou da caixa postal e caminhou na direção de seu carro. — Desculpe, tivemos que mantê-lo no hospital por muito tempo. Se Emi estivesse aqui, ela nos importunaria para deixá-lo ir. — Yu brincou gentilmente.

Aizawa ficou em silêncio e continuou andando em direção ao carro. Yu sorriu derrotada e seguiu logo atrás dele.











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— Uraraka? Ah! Você quer dizer sua namorada, certo? — Kirishima exclamou. Ele estava ajudando Izuku a se vestir depois do banho.

— E-e-ela não é minha namorada! — Izuku gaguejou, com um rubor total. — E-eu só estava me perguntando onde ela estava. Não a vi a semana toda...

— Eu acho que ela foi com a família para Kyoto..? Sabe, desde que Ahokina teve seu fígado revivido e tudo mais. — Kirishima cantarolou. — Embora, por seus hábitos de bebida, eu o esperasse de volta ao hospital mais cedo ou mais tarde.

''Ela foi embora sem me avisar? Bem, quer dizer, acho que não é da minha conta, mas...'' Izuku suspirou, sentindo-se um pouco chateado. Ele ergueu os braços enquanto Kirishima colocava de volta seu vestido de hospital nele.

— Ei, Kirishima?

— O que foi?

— Quando você acha que posso começar a me trocar sozinho? Quer dizer, posso usar meus braços, afinal. — Kirishima parecia desviar o olhar de Izuku enquanto ele lentamente começava a se afastar. — Kirishima?

— Ahaha, bem, sabe... — Kirishima começou a suar enquanto Izuku o encarava com olhos inocentes, implorando por uma resposta. — Você poderia ter tomado banho sozinho... mas eu meio que disse às enfermeiras e médicos que você gostou de como eu te vesti assim... Tchau! — Kirishima então correu para fora das portas, deixando um Izuku atordoado para trás.

— Esse pedaço de merda! — Izuku resmungou furiosamente. Ele se preparou para correr em sua cadeira de rodas. — Eu vou matar você! — Izuku gritou com raiva enquanto o perseguia, girando as rodas o mais forte que podia.











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— Ocha vamos lá! — Ahokina implorou. — Essa é uma oportunidade única para passear em Kyoto! —Uraraka ficou deitado na escuridão da sala, permanecendo em silêncio. Ahokina coçou a cabeça e suspirou. — Pelo menos saia para jantar, ok? Afinal, hoje é nosso último dia em Kyoto. Tente aproveitar algumas das atrações locais. — Ahokina suspirou e se virou para ir embora, quando uma voz interviu.

— Ahokina... me dê um pouco daquilo. — Ahokina sorriu.

— Entendido. — Ahokina saiu da sala, cantarolando nenhum tom em particular.

Uraraka se encolheu quando as lágrimas começaram a cair de seus olhos.

— Izuku... me desculpe...







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Um pouco de comédia hoje, só para descontrair. Mas... do que a Uraraka tava se desculpando? O que foi que ela pediu? Será que foi bebida? Conhecendo o histórico do Ahokina, eu não duvido que seja...

Postei bem cedinho porquê acordei de bom-humor. Na verdade eu acabei de acordar e tô com tédio, mas tanto faz.

Próximo capítulo: Luz de vida

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