Capítulo 1 - Começo - Lado A:

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Noah Urrea-





Prodígio... essa palavra foi usada para me definir durante toda a minha vida. Ao ponto de não suportar mais ouvir.

Nem todos estão familiarizados, mas o mundo de crianças com QI acima da média, é feroz e solitário.

Meus pais descobriram meus talentos cedo. Memória fotográfica, facilidade de aprendizado, e um cérebro que parece ter sido feito para resolver equações matemáticas.

Nunca usei uma calculadora na vida, nunca precisei, mesmo em testes feitos por mestres e doutores renomados.

Participei de inúmeras olimpíadas de matemática, ganhei a grande maioria, meu quarto parece um mausoléu de troféus e medalhas, tantas que já nem conto, tampouco me importo.

Em dado momento, cansei de ser o nerd franzino que era zoado por ter as melhores notas, pular as séries, etc, e decidi começar a malhar no intuito de ganhar massa muscular para me defender quando fosse preciso.

De início, minha família negou meu pedido por um profissional que me ajudasse a alcançar meus objetivos, até que fiz chantagem emocional para conseguir o que queria.

Um ano, corridas de 1 hora, treinos diários e alimentação saudável depois, fiquei satisfeito com o resultado.

Me afastei léguas da aparência de moleque indefeso e recluso de 16 anos. Poderia me passar, facilmente, por um adulto de 19 ou 20 anos.

No fim, é exatamente o que acontece. No entanto, não vamos falar sobre isso ainda. Tudo a seu tempo...

Estava eufórico com a chance de participar de um curso de verão da Universidade Estadual da Califórnia em Los Angeles (CSULA), que fica cerca de 100 km distante da pequena cidade em que vivo.

A oportunidade surgiu por intermédio do meu professor no ensino médio, Sr. Jones.

Desconheço seus reais motivos, talvez quisesse apenas se livrar de mim por um tempo, me mantendo afastado das atividades extracurriculares que pretendia desenvolver no período.

Tínhamos o péssimo hábito de discutir, que se repetia com certa frequência. Ele odiava ser corrigido e contrariado, contudo, continuava errando em sala e me sentia no dever de interceder pelos meus colegas sem capacidade suficiente para perceber.

Ver o mestre confiante e altivo desconcertado diante da própria falha, era um bônus que desfrutava com prazer.

A oportunidade veio em boa hora, precisava ficar longe. Não aguentava mais aquela cidade e a recíproca sempre foi verdadeira.

O curso citado, teria duração de 3 meses. Ficaria hospedado em um dos alojamentos temporários da instituição, receberia verbas para gasolina, alimentação, pesquisas e quaisquer outras necessidades que surgissem. Parecia bom demais para ser verdade...

De todas as hipóteses que cogitei sobre o que viveria nesse período, o que, realmente, me aconteceu, não passaria nem na mais fértil imaginação.





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Flashback on – (Em algum momento do passado):





O dia que viajo rumo à universidade, é um dos melhores e mais excitantes da minha existência.

Estou ansioso para conhecer pessoas novas com experiências e histórias em comum. Falar, ao menos uma vez, a mesma língua dos demais. Chegar em um lugar e passar despercebido, porque qualquer um ali, é tão ou mais inteligente do que eu.

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