Capítulo 7 - E que comecem os jogos

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Anahí

Passei pela catraca sem olhar para os lados. Estava atrasada para almoçar porque tinha ficado na sala tirando uma dúvida com um professor e tinha certeza que ninguém me esperaria para comer. Após me servir rapidamente, sentei na nossa mesa de sempre. Tinha acertado, todos já estavam comendo.

– Demorou hoje. – Maite murmurou, entre uma garfada e outra.

– Estava tirando uma dúvida com o professor. – Respondi, começando a comer.

Em um momento levantei meus olhos e acabei encontrando os olhos de Poncho, que estava sentado em minha frente, encarando-me. Contive um sorriso e voltei a olhar meu prato, percebendo minhas bochechas ficando levemente coradas.

Desde que eu havia deixado claro que Christopher e eu éramos só amigos, ele estava mais presente. Não que Alfonso não tivesse se aproximado desde que nos conhecemos, mas agora ele claramente tinha mais interesse. Eu estava esperando ele me convidar para sair, o que na minha opinião estava demorando muito.

Ok, eu tinha dito para mim mesma que seria estranho beijar o primo de um dos meus melhores amigos, ainda mais que eu e Poncho havíamos nos tornados amigos, porém a atração e conexão que eu sentia por ele estava impossível de controlar, sem contar que ele flertava comigo o tempo todo! Então, a culpa não é só minha.

Não sei se ele e Christopher haviam conversado, se Uckermann tinha dito para ele o que sentia ou algo do tipo. Só sei que Christopher estava nos dando algum espaço e isso era muito legal da parte dele. Talvez eu e meus amigos estivéssemos errados e ele não sentia nada por mim além de irmandade, certo?

De qualquer forma, eu tinha percebido que durante as aulas Ucker parecia muito interessado na nossa colega Natalie. Não sei o que estava acontecendo, mas para ser bem sincera não estava muito interessada em saber.

– Vocês vão fazer algo esse fim de semana? – Christian questionou, tirando-me dos meus devaneios.

– Eu ia estudar e você também devia. – Dulce respondeu, com uma sobrancelha levantada.

Chris dispensou com a mão e olhou para os outros que negavam com a cabeça.

– Você disse bem, Dulcinha. – Christian tomou um gole do suco que bebia. – Ia, não vai mais.

–O que tem em mente, Chris? – Maite questionou enquanto Dulce revirava os olhos.

– Vai estrear um filme de terror chamado Exorcistas do Vaticano! – Ele fez uma pausa enquanto ouvíamos murmúrios em negativa. – Podíamos ir todos ao cinema, o que acham?

– Christian, eu não assisto mais filmes de terror com você! – Falei séria, encarando-o.

Dulce, Maite e Mane concordaram comigo, enquanto Christopher deu risada e Poncho arqueou a sobrancelha para mim em uma indagação silenciosa.

– Alguém tem medo de filmes de terror aqui? – Alfonso finalmente falou, a sobrancelha ainda arqueada.

– Não tenho medo! – Disse exasperada. – Christian que escolhe os piores filmes.

– Uhum, sei. – Poncho disse em deboche.

Chris começou a rir, juntando-se a Ucker nas gargalhadas. Bufei. Ele estava me desafiando, mas Alfonso não fazia ideia de onde estava se metendo. Eu era extremamente competitiva e odiava que me desafiassem a fazer algo. Estreitei os olhos e fuzilei-o.

– Vamos ver o filme, Christian. – Falei baixo, sem tirar os olhos de Poncho.

Ouvi Dulce exclamar uma reclamação e Mane bufar. Christopher parou de rir e Alfonso abriu um sorriso.

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