Anahí
Depois do jantar desastroso com Christopher, as coisas esfriaram muito entre nós. Talvez eu tivesse descontado um pouco da minha frustração do dia nele, mas não era justo eu ter esperado uma hora e quinze minutos no restaurante sem nem ter tido uma explicação de sua parte. Conforme os dias passavam, algumas coisas do relacionamento estavam sendo postas em dúvida em minha mente.
Parecia que certas atitudes de nós dois não faziam mais sentido para mim e eu me perguntava como eu tinha aceitado e concordado com inúmeras coisas. Porque eu aceitava toda vez que ele se atrasava para um jantar? Porque eu não ia mais a Linares ver minha mãe apenas pelo motivo de que Christopher sempre estava muito ocupado para viajar aos finais de semana? Porque as datas festivas eram quase sempre passadas com a família dele? Essas dúvidas, que eu nunca havia tido em um ano e meio de casamento, começaram a surgir.
Eu ainda amava meu marido e toda nossa história juntos, mas a impressão que eu estava tendo é que eu nunca havia efetivamente notado essas mudanças que acabaram vindo com o noivado e o casamento. Quando apenas namorávamos, essas situações não ocorriam com frequência. Não sabia se era o fato de que não tínhamos cargos tão importantes na empresa e tantas responsabilidades profissionais na época, porém a questão é que, se não fosse por Christopher, eu conseguiria manejar todas essas coisas mesmo sendo gerente administrativa da Castillo Corporations.
Meu esposo pareceu perceber meu distanciamento e, ao invés de me sufocar com carinho, presentes e puxação de saco como ele estava fazendo antes, ele apenas me deu espaço para pensar. Eu precisava colocar as ideias no lugar antes de sentarmos e conversarmos sobre isso. O fato de eu continuar encontrando Alfonso nas minhas corridas matinais não ajudava para que eu colocasse a cabeça em ordem.
Estava claro que ambos tínhamos o mesmo horário para fazer a atividade e que nenhum de nós iria alterar sua rotina apenas para não nos esbarrarmos – na verdade, Poncho não alterou. Eu tentei, mas correr no final da tarde não estava mais dando certo –, então simplesmente continuei ignorando, ou tentando ignorar, o fato de que toda manhã lá estava ele. Gostoso, suado, músculos a mostra e extremamente sexy naquelas calças de moletom ou abrigo que ele adorava usar.
Às vezes eu tinha a impressão de que ele fazia o mesmo caminho e ritmo que eu apenas para me irritar. Contudo, também havia vezes que eu apenas o observava de longe, correndo em seu próprio mundinho. Depois de todo esse tempo, eu ainda não entendia Alfonso e nem estava perto de entender.
Minha mente vagava por esses pensamentos enquanto eu estava na Castillo Corp., na minha sala trabalhando, quando meu celular apitou. Antes que eu pegasse o aparelho para ver o motivo do toque, o mesmo começou a vibrar incessantemente, anunciando a chegada de várias mensagens, fazendo eu estranhar aquela movimentação toda.
"Mai adicionou você ao grupo Happy Hour 🍻"
"Mai: Oi queridos. Não sei pq não tínhamos esse grupo antes."
"Chris: Excelente pergunta. Como ninguém pensou nisso?"
"Dul: NÃO ACREDITO QUE NÃO ESTOU EM MONTERREY PARA VER ESSE GRUPO RESSUSCITAR!!!! 😭"
"Mai: Trate de vir nos visitar, Maria! Sua presença é requisitada..."
"Mai: Falando em presença requisitada, tenho um convite a vocês."
"Mai: Este sábado, happy hour no Doble B, às 19h. Todos convocados."
"Alfonso: Você não vai deixar ninguém dizer não, não é mesmo, Mai?"
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Despiértate
Fiksi Penggemar+18 | Uma amizade fortalecida. Um amor não correspondido. Anahí, uma jovem universitária, possuía uma vida comum e boa. Não havia muita emoção na sua história, mas não podia reclamar. Ela não pretendia alterar sua monotonia, até um certo moreno de o...