Capítulo 19 - Tentação

867 97 208
                                    

Alfonso

Acordei com uma dor de cabeça absurda. Fechei os olhos com força, tentando fazer passar aquela sensação. A noite passada invadiu meus pensamentos e sentei na cama em um pulo. O dia anterior havia sido um pesadelo. Eu tinha convidado Anahí para passar a noite comigo, porque fazia um tempo que estávamos afastados e eu estava sentindo sua falta. Claro que o tesão também havia sido um dos motivos, mas quando ela me acusou de a ter convidado apenas para transar, senti-me ofendido.

Dali em diante a nossa conversa foi ladeira abaixo e ela encerrou o que tínhamos, saindo correndo do meu apartamento.

Flashback

Noite anterior

– Aproveite a pizza. – A loira falou com a voz embargada, olhando em meus olhos, e saiu correndo.

Fiquei imóvel sem saber como reagir. Anahí havia me deixado puto com sua insinuação de que eu apenas a usava para sexo, já que eu gostava dela de verdade. Despertei do transe com o barulho do elevador avisando que tinha chegado.

– Any! – Exclamei, abrindo a porta.

Fui em direção ao elevador, caminhando em passos rápidos e largos, tentando alcançá-lo a tempo. Contudo, quando cheguei, as portas já estavam fechadas e o visor em cima delas anunciava que ela já estava dois andares abaixo do meu.

– Merda. – Falei baixo, voltando rapidamente para dentro do apartamento.

Peguei as chaves do carro e de casa, assim como minha carteira, coloquei um tênis já que estava apenas de meias e saí correndo pelas escadas. Nunca me arrependi tanto de morar no décimo segundo andar. Cheguei esbaforido no térreo uns quantos minutos depois, apoiando minhas mãos no balcão onde o porteiro ficava sentado. Respirava fundo, tentando controlar meu fôlego e seu José, o porteiro do prédio, olhou-me assustado.

– O que aconteceu, senhor Alfonso? – Perguntou.

Sem responder, fui em direção às portas de entrada do prédio em uma corrida. Antes que saísse para a calçada, ouvi a voz de seu José em alto e bom som.

– A senhorita já foi, se é o que está procurando...

Bufei e virei-me em direção a ele, que estava de pé mais próximo a mim.

– Seu José... – Falei, ainda ofegante. – Sabe para onde ela foi?

– Não faço ideia, seu Alfonso. – Ele disse, sentando-se novamente na sua cadeira. – Ela chegou aqui chorando muito... – Contive um gemido e me apoiei novamente no balcão. – Dei uma água para ela se acalmar e ela foi embora em um táxi.

– Faz muito tempo isso? – Questionei.

– Deve fazer uns cinco minutos, seu Alfonso. – O funcionário respondeu.

– MERDA! – Exclamei, dando uma pancada no balcão, assustando o senhor. – Desculpe.

Saí correndo em direção ao elevador, entrando no mesmo e apertando o botão que levava até a garagem. Sabia que, em Monterrey, podia-se ir longe em pouco tempo já que a cidade não era gigante e tinha um trânsito razoavelmente tranquilo. Quando cheguei no andar, quase saí correndo em direção ao meu carro e agradeci mentalmente que minha vaga era fácil de manobrar. Entrei no veículo e dei a partida, saindo do meu prédio rapidamente.

Não sabia para onde ela teria ido, mas chutava que teria ido para casa, então dirigi o mais rápido que podia até a universidade. Ao chegar no campus e estacionar, lembrei que não poderia entrar no alojamento feminino.

DespiértateOnde histórias criam vida. Descubra agora