Expectativas

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Expectativas, é impossível viver sem cria-las, brotando como água em nosso cérebro, inundando cada situação, relacionamento, atitude. Afogando a realidade e nos fazendo ter sede do improvável.

Expectativas, nos trazendo a decepção de não alcançarmos patamares impossíveis, nos trazendo a dor de não alcançar o improvável o inalcançável.

Expectativas, me fazendo surtar, me fazendo querer gritar e parar de imaginar, me fazendo ansiar em uma pausa de sentir tudo aquilo que tanto amo sentir.

Expectativas, me fazendo ter pressa, me fazendo adiantar o relógio biológico das coisas, das situações, das pessoas, dos acontecimentos.

Expectativas, porque vocês são tão cruéis? Doces expectativas.

Quebradas como vidro, espalhadas pelo chão, cortando os pés de nós seres humanos deliciosamente sensíveis e delicados.

Expectativas, só queria deixar de sentir, de imaginar, de criar. Brotam como capim em um vasto campo de emoções, elas se entrelaçam com nossos sentimentos e tudo parece ser mais brilhante em nossa cabeça, nos fazendo querer sentir ainda mais, ainda mais intenso, mais bonito, mais brilhoso, mais...mais...mais.

Sempre mais, esperando mais, criando expectativa de querer, de poder, de ganhar, de acordar, de viver.

A vida que eu queria ter, a conta bancária que eu queria ter, o amor que eu queria ter, como eu queria viver.

Expectativas enterradas em um mar de sonhos mortos, no lixão de nossas vidas, criado especialmente para crises existencias, onde toda a dor, desespero e medo se encontram, se concentram e bagunçam nosso psicológico.

Como um quarto nunca arrumado, dentro do nosso guarda roupa estar tudo aquilo que quero vestir, tudo o que quero usar, mas já não me cabe, porque eu criei tantas...tantas...tantas...tantas expectativas, emoções, sentimentos, que já não sei mais discernir o que é real e mera invenção daquilo que eu gostaria de viver.

INCOMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora