Capítulo 16

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~ Alyssa narrando ~

Seu tom autoritário e seu rosto sério faz com que eu estremeça. Olho para meu prato incapaz de refutar o seu olhar cortante.

- Adam se acalame, não vai adiantar nada pressioná-la a falar agora.

- É que... Estamos preocupados e ela não diz nada! Isso é revoltante.

- Estava com medo... Medo de que o homem que tentou me matar voltasse para terminar o trabalho e que vocês vissem alguma cena traumatizante.

Eu engulo seco com as imagens do meu sonho voltando. Minhas mãos tremem e eu as tiro da mesa colocando-as no meu colo.0

- Ou que ele tentasse machucar algum de vocês.

- Passou mal por que estava preocupada?

- Na verdade, eu tive um sonho ruim. Eu sei que é algo bobo, mas parecia real pra mim.

- Isso talvez seja um problem-

- Sinto muito. - me levanto interrompendo sua fala - Eu perdi o apetite, aproveitem a comida.

Com um breve aceno de cabeça eu subo as escadas correndo novamente, mas por um motivo diferente agora. Não devo ter comido nem metade do meu almoço, porém eu me sentia cheia.

Não do tipo satisfeita, mas sim com o sentimento de que se eu comer mais irei vomitar tudo. As imagens do sonho também não ajudam nem um pouco.

No final de tudo eu acabei me recolhendo para meu quarto novamente. Sem sombra de dúvidas esse é o único lugar em que eu me sinto segura, como se nada pudesse passar pela porta.

- Droga, droga, droga! Por que eu tinha que me lembrar disso logo agora!? Por que... Por que tinha que parecer tão real?

Meus ombros tremem e eu me jogo na cama incapaz de suportar aquele sentimento de angústia. Sabendo que tudo o que aconteceu a três anos atrás foi culpa minha.

(Então esse é o sentimento... Não pensei que seria tão ruim assim.)

Encharco meu travesseiro e tudo o que mais desejo nesse momento é um colo, como aquele colo de mãe. Aquele abraço quentinho. O abraço que meu avô sempre me dava em meus piores momentos.

Adormeço emaranhada naqueles edredons e travesseiros. Cercada por um calor artificial que nunca, nem em um milênio, substituiria o calor terno de um abraço banhado de carinho.

[...]

Desperto de meu sono pesado quando ouço meu celular tocar. Noto algumas chamadas perdidas. O som machuca meus ouvidos deixando um zumbido para trás assim que atendo.

- Alô?

- Alyssa querid-

- Não

- Como assim não?

- Eu não vou sair com você hoje.

- Sua voz está horrível. Você está doente Alyssa?

- Não.

- Qual o problema? - ele pergunta sua voz genuinamente preocupada.

- Nenhum.

- Tem certeza?

- Sim, eu tenho.

- Eu sei que você está mentindo. Sua voz está tão desanimada, me diga qual o problema.

Um novo acordo - 1° Livro da saga: Meu Destino IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora