Capítulo 57

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~ Alyssa narrando ~

Maelle anda em nossa direção com o rosto contorcido de raiva. Suas bochechas estão vermelhas, ela está vindo direto para mim com a mão erguida. Eu fecho meus olhos, a sensação de perigo evidente.

Então escuto um estalo, minha bochecha não dói, nada em mim dói. Quando abro meus olhos novamente Trent está na minha frente, com a bochecha vermelha, mas a expressão firme.

- T-trent... - eu sussurro seu nome.

- Vai mesmo defender ela? Que palhaçada de casamento falso é essa!?

- Chega mãe.

- Chega mãe... - ela zomba - Você esteve mentindo para mim esse tempo todo, e essa secretária também. Essa coisinha pobre e nojen-

- Eu disse chega caramba! - ele grita - Pare de tratar todo mundo assim, como se você fosse superior a eles!

- E eu sou sim! - ela agarra meu braço - Sou porque tenho dinheiro e classe!

Maelle me puxa escada a cima, minhas pernas estão doendo, eu estou doendo. Mas tudo fica ainda pior quando ela me joga no chão do quarto, sua mão encontra minha bochecha e ela estapeia meu rosto.

- Vá embora! - ela berra - Junte suas coisas imundas e vá embora!

- Maelle! - Trent aparece na porta - Você não pode fazer isso!

- Ah não? Pois bem, o que estou fazendo nesse exato momento?

- Merda. - Adam aparece ao lado do irmão - Fazendo o mesmo que você sempre faz, destruindo a harmonia desse lugar.

- Olha como você fala comigo tá! Sou sua mãe e posso te corrigir.

- Você nunca foi nossa mãe. - Trent diz com a voz firme - Nunca foi e nunca será se continuar agindo assim.

Pela primeira vez ela o ignora, se virando para me encarar com o rosto vermelho.

- Junte suas coisas, seu verme, eu te proíbo de entrar nessa casa. Te proíbo de falar com Amélia e caso vocês tentem trazê-la para dentro deste lugar, eu irei deserdar vocês dois.

Maelle diz séria, então passa entre os meninos queimando de raiva. Meus joelhos falham, eu caio no chão entrando em prantos. Meu rosto dói, minhas bochechas vermelhas.

- Alys...

- Tudo bem... - eu limpo meu rosto - Eu vou ficar bem...

Repito isso mesmo sabendo que é uma grande mentira. Eu não vou ficar bem.

- Não queremos que vá embora.

- E eu não quero que vocês sejam deserdados.

- Mas... Queremos que você seja feliz, ao nosso lado.

- Eu não posso. Vocês são dois, sacrifício a minha felicidade pela de vocês.

Eles falam, falam tentando me persuadir a ficar. Uma parte de mim quer ir contra a mãe deles, mas a outra quer que eles tenham uma vida boa. Sem complicações, sejam felizes assim como eram antes de eu chegar.

Abro o pote de joias, tiro minha aliança e o colar de lá, ando até os meninos e peço que estiquem as mãos.

- Isso é de vocês... Eu não sei se mereço, não sei se posso ficar.

- Não. - Adam coloca o colar em mim, beijando o rubi em cima do meu peito - Não posso te fazer ficar nesta casa, mas quero que se lembre de mim.

- Eu também. - Trent põe a aliança em meu dedo novamente beijando as costas da minha mão - Por favor, não se esqueça de tudo o que passamos juntos.

- E como eu poderia? - meus olhos enchem de lágrimas - Como eu poderia esquecer de vocês?

Volto a chorar, e eles me abraçam passando suas mãos em meus cabelos num afago gentil. Eu respiro fundo, essa pode ser a última vez que eu vou sentir esse cheiro. Sentir esse toque, e o calor que eles transmitem.

- Por favor... - eu digo em meio a lágrimas - Por favor, não me esqueçam também.

- Nós não vamos.

- Nunca.

Eles sussurram isso para que só eu escute. Relutantemente me afasto, limpo meu rosto com as costas das mãos. Mesmo que doa, eu sorrio em direção a eles, pego minhas coisas e saio da casa, Bethany me encontra na porta.

Seu rosto está triste, suponho que ela já ficou sabendo da minha saída. Por um momento ela hesita, então passa seus braços em volta dos eu ombros. Sussurrando palavras desconexas, e no meio de todas elas eu entendo uma parte.

- Vamos sentir sua falta, e eu digo isso em nome de todas as empregadas.

- Também vou sentir a falta de todas vocês, por favor, se cuidem.

- Nós vamos. - ela segura minhas mãos - Não se preocupe.

Um motorista que me é familiar aparece para me levar embora, posso sentir o olhar de Maelle em minhas costas enquanto eu me distancio. Entro no carro e não é preciso uma palavra para que o Sr. Morris me leve para minha casa.

O trajeto inteiro e silencioso, e antes de sair do carro ele finalmente me encara. O homem já na meia-idade segura minhas mãos com um sorriso gentil, uma expressão que nunca vi vindo dele.

- Por favor... - ele pede - Seja cuidadosa, enquanto estava na casa dos Chevalier você estava segura. Não posso dizer muita coisa, afinal eu sou apenas o motorista, mas não confie em ninguém.

(Não confiar...?)

- Eu sou um motorista particular, escuto muitas conversar que os Chevalier tentam manter segredo. Sua casa é um local seguro, as empregadas são pessoas seguras.

(Que tipo de conversa?)

- Estou apenas te dizendo, não confie nas pessoas da empresa. Muito menos nas mais gentis.

- Eu irei tomar cuidado. Obrigado por se preocupar.

- Por nada querida, e se perguntarem, não fui eu quem te contou.

- Me contou o quê? - ele sorri com meu tom brincalhão.

Sr. Morris solta minhas mãos e eu saio do carro. Acenando enquanto ele se distancia. Minhas empregadas abrem o portão segundos depois, pegando minhas malas.

- O que aconteceu Srta. Blanche? - pergunta Miranda pegando uma mala.

- Nada muito importante.

- Você estava chorando Srta. Blanche? - Mary pega outra mala - Seus olhos estão inchados.

- Vá preparar meu banho Miranda, traga a janta para meu quarto, eu ficarei ocupada essa noite. Não se preocupem comigo, estou bem.

Elas acenam com a cabeça e Mary cobre meus ombros com um casaco. Mesmo que eu peça, elas continuarão a se preocupar comigo, as mais velhas da casa me tratam como uma garotinha de seis anos.

Não posso negar que toda essa atenção é boa, mas se continuarem fazendo isso daqui a pouco não vou precisar mover nem um dedo. O que eu sei que seria bom para algumas pessoas, mas essa vida não é para mim.

[...]

Enrolo-me em um roupão de veludo quando saio do banheiro. Meu jantar está posto em uma das mesas do meu quarto, o que é ótimo. Enquanto troco de roupa meu celular liga para o número de Harry e assim que termino ele atende.

- Aly... Eu fiquei sabendo.

- ...

- Por que me ligou?

- Quero as imagens do dia da festa, do dia inteiro.

- Aly, você tem que descansar.

- Apenas faça Harry, é um pedido meu e eu sei como cuidar de mim mesma.

Continua

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Um novo acordo - 1° Livro da saga: Meu Destino IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora