Elas vestiram uma roupa e desceram até a sala de jantar. Maria Eduarda estava sonolenta no colo de Gilberto, que andava de um lado para o outro com a filha nos braços, fazendo-a dormir.
Sarah pegou-a no colo e levou-a para o quarto.
— Vocês são muito parecidas, amor — disse Juliette, olhando-a fixamente.
— Eu percebi — respondeu Sarah.
Elas jantaram enquanto conversavam sobre o passado. Juliette se sentia culpada por tudo que seu pai fez, não somente com Sarah, mas também com os pais dela. Sarah disse que ela não tinha culpa das maldades de seu pai.
Os pais de Sarah morreram três anos atrás em um acidente de carro. Sarah estava enciumada, vendo Gilberto ocupando um lugar que deveria ser dela no coração de sua filha, mas depois da explicação do amigo, ela se acalmou.
— Obrigada por cuidar dos meus dois amores — agradeceu Sarah.
Depois da conversa, foram dormir. Maria Eduarda apareceu no quarto da mãe e deparou-se com sua professora deitada ao lado da morena. A menina estava muito sonolenta para enchê-las de perguntas e deitou no meio delas.
(...)
No dia seguinte, Juliette acordou bem cedo. Era domingo, seria o primeiro de muitos Dias das Mães para Sarah.
A morena preparou um café da manhã para todos e, em especial, para seu grande amor que havia reaparecido.
Sarah desceu as escadas com Maria Eduarda no colo. A menina estava grudada na professora. As semelhanças entre elas eram gritantes; a pequena tinha olhos claros na mesma tonalidade dos de Sarah.
Além da data especial, o casal iria contar para a filha que ela era filha de Sarah.
— Mamãe, por que a titia estava no seu quarto? — perguntou a menina, comendo sua fatia de bolo de chocolate.
Sarah, Juliette e Gilberto se entreolharam.
— Então, meu amor! — começou Juliette. — Eu e Sarah nos conhecemos desde muito antes de você nascer. Ela morava na fazenda da nossa família, e seu avô não gostava dela... — a menina estava com os olhinhos lacrimejando. — Um belo dia, ele brigou com ela e a expulsou da fazenda, acabando com nosso contato. Um mês depois, mamãe descobriu que estava grávida... — sorriu, limpando as lágrimas.
— Eu sou filha de vocês? — perguntou, confusa e com a boca cheia de bolo. Sarah confirmou com a cabeça e a menina pulou no colo da loira. — Então eu tenho duas mães e um pai?
Eles confirmaram e ela sorriu.
— Eu vou contar para os meus coleguinhas, mamãe! — ela beijou a bochecha de Sarah.
Elas tomaram café da manhã e foram passear um pouco pela região. Maria andava segurando as mãos das mamães. Gilberto não parava de tagarelar junto com a menina.
— Ela é tão tagarela quanto você, amor — brincou Sarah, olhando para Juliette.
— Mamãe, eu posso brincar com os meus amiguinhos? — Juliette autorizou e ela correu até algumas crianças.
Sarah sentou ao lado de Juliette no banco da praça. Gilberto optou por sentar na grama de frente para o casal.
— Sarah, assim que você foi embora, eu cortei laços com meu pai. Reconstruí-me sozinha, consegui alcançar tudo aquilo que tanto almejei sem a ajuda dele — falou Juliette, com um sorriso enorme no rosto.
Uma moça desconhecida (para Sarah) cumprimentou Juliette e Gilberto. Sarah ficou com ciúmes da forma que a mulher olhava para sua amada.
Juliette apresentou Sarah como sua namorada, e a mulher foi embora. Sarah segurou a risada e deu um selinho na morena.
**Pov. Juliette**
Sempre sonhei em tê-la de volta em minha vida, por isso me mantive esperançosa durante todo esse tempo. Sarah foi a única mulher que amei e que quero continuar amando, e se Deus quiser será assim até o fim dos meus dias.
Maria chamou Sarah para brincar com ela. Fiquei apenas observando a sintonia que elas tinham. Deveria ter me esforçado mais para achá-la? Dói-me saber que ela perdeu os melhores momentos: o primeiro dentinho, os primeiros passinhos, e quando ela começou a andar.
Vê-las juntas se divertindo mostra-me o quão boba fui por não ter lutado por nossa família. Mas eu nem sabia que estava grávida e só tínhamos 15 anos na época. Maria nasceu quando eu tinha dezesseis e foi duro conciliar tudo com ela ainda bebê. E hoje, aos vinte e três, beirando os vinte e quatro, sinto-me realizada por ter reencontrado meu amor.
Maria caiu e ralou o joelho. Sarah ficou desesperada e eu caí na risada. Maria estava calma enquanto seu joelho sangrava.
— Eu conto ou você conta? — disse Gilberto.
Sarah correu até uma farmácia próxima para comprar curativos para a menina.
Ela fez um pequeno curativo e entregou-lhe um doce.
— Esqueci de dizer que ela não chora assim tão facilmente, e também que nunca fez escândalo quando se machuca — comentei, e ela olhou-me torto. — Normal, na idade dela eu também era assim — finalizei.
Quando criança, Juliette vivia caindo por conta de suas travessuras, mas raramente chorava, o que assustava um pouco Sarah, que era o inverso da morena. Sarah chorava por tudo.
Maria Eduarda voltou a brincar no mesmo brinquedo onde havia se machucado.
— Sim, ela também é teimosa — falei. — Ela tem sua fisionomia, amor, mas a personalidade é minha! — provoquei, e ela revirou os olhos.
— Ela é uma mistura de vocês! — comentou Gilberto, e Sarah me olhou assustada.
(...)
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Uma Noite Apenas - Sariette (G!P)
Fiksi PenggemarSarah e Juliette tiveram um breve romance no passado e do mesmo foi gerado uma vida. O pai da paraibana não aceitava o namoro da filha com a filha do caseiro, tendo em vista que tinha outro pretendente para a mesma.