Nota: escutem a música anexada, pois ela é a musica cantada por a personagem no capítulo.
Ps: escolhi um cover para se encaixar na voz feminina.— Papai, a mamãe vai vir para o dia das estrelas? — perguntou, a pequena garotinha de cabelos ruivos como o entardecer.
— Não sei se ela chegará a tempo... — O seu pai, sr. Forbes, a respondeu enquanto terminava de montar a mesa do jantar.
— Desde que foi para o Brasil, ela não comemora mais as nossas festividades. — Eloise falou bufando, olhando a tela do notebook.Sua mãe, Katarina, era uma das fundadoras de um projeto entre alguns países, a sede ficava no Brasil. Havia quase um ano que ela morava lá, mas Eloise nunca aceitou de fato essa mudança. Para ela foi como se sua mãe estivesse se distanciando cada vez mais de sua família.
— Vou ligar para ela. Não podemos comemorar o Dia Das Estrelas sem ela aqui! — resmungou, enquanto seu pai fitou seus olhos verdes, tão parecidos com os de sua mãe.
— Querida, ela está fazendo de tudo para vir.
— Mas já é depois de amanhã!
Seus olhos marejaram por um instante.O Dia Das Estrelas era uma tradição da família Forbes. Comemorado no 2° domingo de outubro, eles faziam um piquenique no alto de uma colina perto da casa. Tudo era em prol de observar as estrelas, o quão eram brilhantes e independentes. Mesmo quando estava nublado, eles faziam todo o processo.
Eram só eles três, de mãos dadas, deitamos na pouca grama amarelada da colina.De todas as comemorações, talvez aquela fosse uma das mais importantes para Eloise, pois era um momento onde ela sabia que poderia alcançar todas as estrelas que quisesse, que mesmo de longe, era visível a importância de uma estrela em um céu. Porque, mesmo estando sozinha uma estrela consegue iluminar seu pequeno espaço.
— Mãe, você tem que vir! — implorou novamente, pela ligação de facetime.
— Minha anjinha, está prevista uma tempestade muito forte para amanhã, os vôos podem ser cancelados. — falou a mãe, com os olhos em um tom de verde escuro fitando os da filha. Ela era tão linda quanto sua primogênita.
— Eu preciso que você esteja aqui, mãe. Faça de tudo pra vir, por mim. Por favor.
Eloise saiu da sala após se despedir, com lágrimas nos olhos. Ela sentia raiva e tristeza, aquele seria possivelmente o primeiro dia das estrelas sem sua mãe. E isso era terrível.No dia seguinte, viu que realmente existia uma tempestade se aproximando no Brasil. Mas ouviu o que queria, sua mãe comprou uma passagem e iria chegar na madrugada. Sua felicidade foi enorme que chorou de alegria.
Minutos antes de sua mãe embarcar, elas fizeram uma última chamada de vídeo.— Ok, eu prometo te acordar quando eu chegar. — sorriu, Eloise retribuiu o gesto.
— Prometo te abraçar e não soltar nunca mais! — seus olhos verdes tinham um brilho tão intenso e feliz.
— Tenho que ir. Te amo minha anjinha. Te vejo daqui a pouco.
— Te vejo daqui a pouco.
E a ligação se encerrou.Já era noite quando a TV anunciou que o vôo que saia do brasil havia sofrido uma possível turbulencia e acabou caindo.
Nenhum sobrevivente.Eloise abraçou seu pai ao saber da notícia. Seus olhos derramaram lágrimas pesadas e repletas de dor. Seu coração estava frio, quebrado. Seu pai a abraçava com força, mas não fazia diferença alguma. Seu corpo pequeno e indefeso, estava petrificado, suas veias lutavam para levar seu sangue congelado para o resto do corpo. Não existia nada além da dor e da culpa. Ela se sentia culpada por ter implorado e forçado sua mãe a vir, mesmo sabendo dos riscos da tempestade. A tempestade a tantos quilômetros de distância agora estava ali, e permaneceu ali sobre o seu coração por tempos.
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Os Cinco Sobrenaturais (Reescrita)
Fantasía(Nota da autora: a história está sendo reescrita, ou seja, se você já leu os primeiros capítulos, leia novamente. Estão cheios de novas informações importantes :) Em uma simples festa de volta às aulas, cinco adolecentes distintos - e humanos - irão...