Capitulo 3 - Habilidades

181 89 294
                                    

  Depois de longas horas se conhendo melhor, o quinteto logo se deu conta que o dia já estava quase amanhecendo. As perguntas tirarão a atenção do tempo para eles.
Eloise que era a única que estava de carro, os levou para suas devidas residências após decidirem que era melhor irem para casa e depois quando estivessem menos elétricos, iriam conversar novamente. Ao chegarem de fininho para os pais não perceberem, cada um utilizou as últimas horas que ainda faltavam para o amanhecer para tentar entender os outros, e a si mesmo.

- Filha? Não vai descer? O seu café já está pronto! - gritou da cozinha o viúvo Forbes, que era o pai de Eloise.
- Já estou descendo! - exclamou a garota pisoteando os degraus da escada de mármore fria.
- Fiz ovos mexidos! - sorriu o pai colocando os ovos sobre o prato de Eloise. Esse era um dos poucos pratos que eles comiam pela manhã. Na maioria das vezes Eloise tomava café no caminho para a escola.
- Hmm, tá delicioso pai! - disse a garota já sentada na mesa colocando uma colher cheia na boca, saboreando lentamente.
- É a minha especialidade! - gargalhou o sr. Forbes apoiando seus braços fortes na mesa.
- Ah, querida. Você viu o arco da sua mãe? Eu não o vi desde ontem a noite. - perguntou juntando os ovos no garfo.

O coração de Eloise acelerou com a pergunta, e as imagens da noite anterior vieram em sua mente.
- Ahh... - Sussurrou procurando uma resposta digna em sua cabeça que já estava a mil.
- Eu peguei! É... para fazer um trabalho. Da escola - um sorriso nervoso apareceu em sua face, realçando suas covinhas.
- Ah, assim tá certo. Achei que tinha perdido, ou até desaparecido. - gargalhou.
Socorro! Socorro!
Eloise levantou o olhar ao ouvir uma voz profunda pedindo ajuda
- Você ouviu? - perguntou ela para o pai. Jogando bruscamente o talher no prato de porcelana.
- Ouvi o que? - indagou sem entender a pergunta da filha.
Socorro! Por favor!
- Você não está ouvindo, pai? - interrogou ficando de pé enquanto olhava frenéticamente para os lados.
- Querida, está tudo bem? - Questionou com a voz preocupada.
Dessa vez a voz que Eloise ouvia, não indicava onde ela estava, a fazendo andar pela casa tentando ouvi-la mais uma vez.
- Filha? - Falou em tom forte o viúvo que já ficava de pé.
- Tá, tá tudo bem... - Sussurrou Eloise pegando sua mochila e indo em direção a porta da casa.
- Eu já vou indo. Não quero me atrasar. - Um sorriso falso apareceu em seu pequeno e fino rosto enquanto atravessava a porta.
Dúvidas sobre o pedido de socorro vinheram em sua mente.
Ela entrou em seu carro prateado e seguiu o rumo da escola.

                         _ _ _ _ _

- Camilly! - berrou a mãe.
- Já estou indo! - murmurou Cami enquanto terminava de pentear seus cabelos médios.
A garota logo terminou e foi para a cozinha.
- Oi filha! - disse seu pai sorridente.
Cami não conseguiu olhar nos olhos castanhos do pai, ela ainda estava furiosa e frustrada com a briga de seus pais, sendo assim, ela não ligou para responder o homem.
- Filha, como foi a festa ontem? - Camilly estreitou os olhos ao ouvir a pergunta da mãe.
- Nós a vimos sair, devia estar indo a alguma festa. - esclareceu o homem que era empresário de uma das maiores empresas daquela cidade.
- Foi normal! - Falou Camilly colocando café em uma xícara.
- Eu não ouvi quando você chegou, não veio tarde de mais não né? - perguntou a mãe sentando na mesa ao lado de seu marido.
- Não vim muito tarde... - Sua palavras eram falsas, mas ela não poderia dizer aos pais o que aconteceu algumas horas antes.

Camilly colocou seu café sobre a mesa e se sentou de frente para as pessoas que a trouxeram ao mundo.
- Querida. - Sussurrou o pai encarando a filha a sua frente.
Cami deu um suspiro fundo para ouvir as palavras que ele iria dizer.
- Eu quero te pedir desculpas... Eu errei mas... - começou o pai com a voz embargada.
- Eu já o perdoei querida. Está tudo bem entre a gente. - Sorriu a mãe colocando suas mãos sobre as do marido, deixando espostas as alianças nos dedos de ambos.
Ao ouvir aquelas palavras, os nervos de Cami ficaram a flor da pele e novamente ela explodiu.
- Mãe? Como você... Pelo amor de Deus! - Falou ficando de pé rapidamente.
- Meu amor, se acalme. - implorou o Sr. Jones gesticulando as mãos.
- O que? - pela primeira vez ela encarou seu pai naquela manhã, em seu olhar existia raiva e os arrepios que até então ela não tinha sentido mais, voltaram.
- Quando você fez aquelas barbaridades você não pensou na nossa família! - Cami gritou recuando da mesa.
- Filha, isso é passado. - disse a mãe também ficando de pé.
- Mãe! Ele te traiu! Como você pôde perdoar uma traição? Ele - apontou para seu pai que ainda estava sentado - ,ele é um babaca! - disse a garota falando pausadamente. Seus olhos já lacrimejavam e sua mãe não sabia o que falar ao ver o desespero e a raiva estampados no rosto da filha.
- Filha... - Disse o empresário com o olhar cabisbaixo. Sua respiração estava pesada igual a de Camilly.
- Não me chame de filha! - retrucou com a voz forte e alta.
- Se você realmente me considerasse, teria pensado em mim antes de fazer o que fez! - finalizou passando os dedos sobre sua pele fina e limpa, enxugando as pequenas lágrimas que escorriam.

Os Cinco Sobrenaturais (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora