+𝑨𝒊𝒅𝒂𝒏 𝑮𝒂𝒍𝒍𝒂𝒈𝒉𝒆𝒓 || " Está tudo bem aí? ".
Onde S/n Davis era uma adolescente introvertida, impaciente e sarcástica. Com inúmeros problemas pessoais ela pensava que a sua vida não poderia piorar, mas tudo vai por água abaixo quando o s...
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Fechei a porta do quarto atrás de mim tendo visão mais uma vez para aqueles adolescentes bêbados, a medida em que me distanciava do quarto do Mike as vozes ficavam cada vez mais graves a altas, enquanto no fundo tocava a música " all the time ", comecei a abrir espaços entre as pessoas procurando pelo banheiro, queria dar uma olhada em meu visual que tinha certeza que já não estava tão impecável.
Atrás de alguns jovens vi uma figura cambalear pelo corredor, ela claramente não estava bem, seus pés mal estavam equilibrados no chão, ela chegou ao banheiro primeiro que eu, e no momento seguinte apenas vi ela cair diante a privada e vomitar.
— Está tudo bem aí? — Digo após levar minhas mãos até o bolso da calça.
Ela se virou para atrás afim de reconhecer pelo menos o rosto amigável, ela franziu o cenho quando me viu e limpou o canto da boca com as costas da mão, em seguida desviou o olhar e pegou a garrafa novamente enquanto encostava suas costas na parede.
— Eu perguntei se está tudo bem — repito
— Eu não sou surda — Ela disse mirando agressivamente os olhos cinzas em minha direção.
Agora eu pude ter a chance de observa-la, ela era linda, o tipo de garota que se via comprando camisas na seção masculina, do tipo que fazia toda garota perto dela sentir um golpe na autoestima só por estar no mesmo ambiente, infelizmente ninguém reparava nela. O cabelo era de um preto intenso caindo delicadamente em ondas até o meio das suas costas, a pele tão pálida quanto a um giz, e os olhos... Não posso me esquecer dos belos olhos cinzas, que queimavam minha pele apenas por seu olhar ameaçador.
Ela me encarou por mais uns segundos, querendo saber minhas intenções, mas não aguentou por muito tempo, colocou as mãos ao redor do vaso sanitário enquanto vomitava mais uma vez. Dessa vez me aproximei, pegando agora seu cabelo solto e o enrolando em minha mão, soltei uma risada fraca ao imaginar a cena.
— Seu escroto pervertido — Ela levantou o rosto limpando mais uma vez os lábios.
— Só estou te ajudando — disse eu calmamente.
— Eu não pedi sua ajuda — Ela disse, não posso mentir dizendo que aquilo não magoou.
— Eu fiz algo para você estar tão irritada?
— Só sua presença já me irrita — essa garota era terrível.
Calmamente dou alguns passos para trás enquanto meu rosto demostrava surpresa pelo gênio difícil da garota. Quando recebeu o espaço necessário ela foi até a pia, e ligou a torneira fazendo uma conchinha com a mão enquanto a água transbordava pelo espaço entre seus dedos, então ela abaixou o rosto colocando a água em sua boca e olhou seu reflexo no espelho, com as bochechas cheias de água.
Eu a encarei, o silêncio pairando sobre o banheiro sufocante, incapaz de imaginar algo que a fizesse sorrir.
