𝕗𝕚𝕗𝕥𝕖𝕖𝕟

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                                 𝐒/𝐧 𝐃𝐚𝐯𝐢𝐬

Era a tarde de uma sexta-feira quando minhas aulas haviam terminado, vestia um moletom verde do meu irmão mais velho, com alguns desenhos nas costas, minhas pernas estavam cobertas por uma calça jeans negra de cintura alta, enquanto meus pés acomp...

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Era a tarde de uma sexta-feira quando minhas aulas haviam terminado, vestia um moletom verde do meu irmão mais velho, com alguns desenhos nas costas, minhas pernas estavam cobertas por uma calça jeans negra de cintura alta, enquanto meus pés acompanhavam um tênis Air Jordan branco e preto da Nike. Meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo soltinho e minhas pálpebras mantinham o desenho de um delineado negro acima dos meus cílios longos.

— Minha mãe acreditou em mim — ela disse baixinho, tentando evitar os olhares maldosos e as risadinhas debochadas que recebia — Meu pai sente vergonha de mim.

— Vai ficar tudo bem Maby.

— Como você sabe? — a morena pergunta, ela andava tão triste ultimamente.

— Logo, logo os corredores dessa escola só vão falar de um novo assunto, e te garanto que não será um boato— concluo evitando o sorriso maldoso que estava prestes a se formar em meus lábios.

[ ... ]

— Não acredito no que você diz.

— Não me interessa o que você acredita — retruco — Só quero deixar claro que é uma mentira. Stanley e Molly inventaram isso, porque é isso que eles fazem, brincam com os sentimentos das outras pessoas, assim como você.

Ele desvia o olhar, claramente irritado.

— Não sabe do que está falando — Ryan deslizou os dedos pelo cabelo escuro, bagunçando algumas mechas, elas acabam caindo para os lados de seu rosto enquanto seus lábios demonstravam impaciência.

— Não, você é quem não sabe o que está falando, muito menos o que está fazendo. Fala sério, eu nem sei se posso realmente confiar em você.

Ele voltou os olhos verdes em minha direção, a boca levemente aberta pelo choque das palavras.

— Cale a boca menina — foi o que ele disse, tentando controlar a irritação.

— Não — respondo em seguida, cruzando os braços e desviando o olhar.

— Cresça S/n.

— Nunca — digo sem tirar os olhos da rua, em seguida coloco meus pés no banco do seu carro, só para ele ter o trabalho de limpar depois.

Ele rapidamente nota e empurra as minhas pernas para baixo, no minuto seguinte as portas são destrancadas.

— Saía — no momento eu fiquei sem reação, mas não hesitei em abrir a porta, quando pisei no asfalto me virei para o carro, batendo com toda a força a porta, ouvi um barulho estranho e logo depois a voz dele: — Sua idiota! Você vai pagar pelo estrago! — engulo em seco e me viro.

— Vá se foder! — grito enquanto dava passos para trás, lhe mostrando meus dois dedos do meio. Depois me viro novamente, andando pelas ruas frias e mal iluminadas da cidade, rumo ao cinema.

Ó céus, como eu odiava esse garoto.
Não sou do tipo que distribuí abraços sem motivos e não tenho tempo para me divertir com amigos, os seja lá o que amigos fazem juntos. Não menti, eu o odeio. Também odeio Mike e monte de gente, mas apenas não gosto de Ryan.
Ele é crítico, ousado e grosseiro. Acabei de descrever a mim mesma não é? Merda.

[ ... ]

Meus olhos se abrem lentamente, acostumando com a claridade do dia, minha mão se fecha ao redor do celular, e meu dedo indicador bate agressivamente no botão, desligando o despertador.
Era a manhã de sábado, podia ouvir o som do liquidificador vindo da cozinha, e o odor do cigarro da minha mãe passando pela beira da porta, me levantei da cama, vestindo o meu roupão branco e abrindo a porta, onde os sons alcançaram altamente meus tímpanos. Comecei  a caminhar devagar, em passos preguiçosos, minha mãe assistia a um programa de culinária na sala de televisão, enquanto meu irmão preparava uma vitamina na cozinha.

— Bom dia vampirinha — ele lança os olhos azuis em minha direção enquanto abria um largo sorriso — Não devia estar se arrumando? Seu namoradinho vai jogar às duas horas.

— " Namoradinho "? Desde quando alguém se interessa por ela?

Reviro meus olhos enquanto entrava na cozinha, meus pés praticamente deslizando pelo chão.

— Eu não vou — digo decidida, abrindo a porta da geladeira e pegando o litro de leite que havia lá dentro. Em seguida abro um dos armários, retirando uma vasilha de vidro verde lá dentro, então despejo o leite dentro, e depois o cereal de chocolate.

— Isso não é nada saudável — ele disse após encher seu copo com vitamina de maçã, não respondo — O que aconteceu com a rabugenta da minha irmã? — ele se aproximou me abraçando por trás enquanto seus dedos se movimentavam na região da minha cintura, me fazendo cócegas. Não consigo evitar a gargalhada que veio inesperadamente, enquanto tentava me soltar dele. Ele dispensa um último beijo na minha bochecha e termina seu copo com vitamina, no minuto seguinte a porta da sala é aberta revelando meu pai e as sacolas do mercado.
Minha mão se fecha ao redor da vasilha enquanto me preparava para ir pro meu quarto, meu irmão fez o mesmo dando grandes goles da vitamina enquanto se preparava para sair.

— Podem ficar aí, hoje vamos tomar café da manhã em família — bato agressivamente a vasilha contra o balcão, recebendo o olhares de todos presentes.

Meu pai se mantinha na ponta da mesa, ele era o único que se alimentava, seus dedos sujos pelo o ovo mole, desvio o olhar pela gastura. Minha mãe já havia terminado seu cigarro e também olhava seu marido, com nojo; eu sei que eles não se gostam mais, e só convivem juntos por necessidade.
Meu irmão estava com os braços cruzados na minha frente, o corpo esticado na cadeira, a regata branca realçando seus músculos pelo treino e o cabelo molhado pelo banho recente.
Meus olhos se voltam para o velho na mesa quando ele limpa a garganta, em seguida passando o guardanapo ao redor dos lábios e depois nos dedos.

— O que vai fazer hoje? — ele virou o rosto para meu irmão, que nem se preocupou em olhar de volta.

— Sair — foi a única coisa que ele disse, em seguida fez a mesma pergunta para mim.

— Trabalhar, é só isso que eu faço né?  Trabalhar para comprar as minhas roupas, trabalhar para comprar a minha comida, trabalhar para comprar as minhas roupas de cama, segundo você isso é o certo a se fazer não é? — minha mãe solta uma risada abafada e nasalada enquanto Elio me olhava com uma sobrancelha erguida, meu pai continuou a me encarar, os frios olhos cinzas penetrando nos meus.

— Não faz mais que a sua obrigação — ele disse, encerrando o assunto, deixando a cozinha em silêncio, respondo por impulso.

— Já que você quer falar de obrigações, vamos começar — entrelaço meus dedos enquanto bato minhas mãos na mesa, ele me olha em desaprovação — Para engravidar uma adolescente vinte anos atrás você não se preocupava com isso né? Aliás sua mãe fazia tudo para você, então quando seu primeiro filho nasceu você continuou com a mesma visão da vida, nada mudou. Agora você tem dois filhos, um que você nem pensa em pagar uma faculdade e a outra, que você leva para aquele seu maldito quarto e abusa sexualmente e psicológicamente, e para você isso é normal, se colocar filhos no mundo significa colocá-los para trabalhar na pré-adolescencia e fazê-los acreditar que eles mesmos tem que se sustentarem, então é muito fácil não é?

O homem não se moveu, seus olhos frios continuaram em mim, junto com as fundas olheiras e os cílios curtos, naquele momento não desviei o olhar, continuei olhando para ele, nem se quer me preocupei com a possível punição.

— Já para o seu quarto — abro um sorriso amargo enquanto empurrava a cadeira para trás.

— Com muito prazer.

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𝐁𝐀𝐓𝐇𝐑𝐎𝐎𝐌 》》aidan gallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora