𝐁𝐀𝐓𝐇𝐑𝐎𝐎𝐌 》》aidan gallagher

𝕥𝕨𝕖𝕟𝕥𝕪 𝕠𝕟𝕖

                                𝐒/𝐧 𝐃𝐚𝐯𝐢𝐬

      { aviso da adm: conteúdo sensível!! }

Fecho a porta de casa, girando a chave no buraco da porta, mantendo a segurança na residência.
Uma onda de arrepios corre pelo meu braço enquanto me lembro dos últimos momentos com o garoto dos cabelos castanhos.
Em passos silenciosos caminho em direção do meu quarto, tomando o máximo de cuidado para não fazer barulho. Quando alcanço a porta do meu quarto, fecho ela calmamente atrás de mim, andando em direção da minha cama bagunçada, em seguida me jogo nela, suspirando abafadamente contra o travesseiro, um sorriso tolo se possa de meus lábios antes mesmo que perceba.
Começo a ouvir o som das chaves vindo de fora do meu quarto e entro em desespero, tirando meu par de tênis e cobrindo todo o meu corpo, enquanto fingia estar dormindo. Atrás de mim ouço a porta se abrir, revelando a figura alta de Charlie.

— Boa noite filha — ele se embaraça nas palavras e logo solta uma áspera risada, aperto meus olhos, desejando que ele saía do quarto — Além de ter nascido mulher, é muda?

Consigo notar pelo tom da sua voz o quão forte o álcool o atingiu, ele se aproxima em passos rigorosos e eu aperto a coberta em minhas mãos, segurando o choro.

— Olhe para mim quando eu estiver falando com você! — ele agarra meu braço, me forçando a olha-lo, as lágrimas agoram deslizam pela minha bochecha enquanto vejo o homem sobre mim — E não tente se livrar de mim dessa vez, será pior para você...

[...]

Levantei com dificuldade na manhã seguinte, após fazer questão de sair do meu quarto só depois que o homem fosse trabalhar, tomei um longo banho e  procurei por peças mais largas em meu guarda-roupa, pegando um moletom com capuz negro, e uma calça jeans mom, dessa vez não sinto uma mínima vontade me maquiar ou usar meus acessórios. Lentamente passo a alça da mochila pelo meu braço, enquanto observava meu reflexo na frente do espelho.

Dói tanto olhar para o meu reflexo no espelho e me ver tentando esconder algo que sempre gostei, que numa tive problemas ou inseguranças porque simplesmente tenho marcas por certas regiões causadas pelo meu próprio pai.
Coloco meu capuz e vou andando em passos ligeiros até a cozinha, pegando um pacote de bolacha recheada no armário e indo em direção da porta.

[...]

— E caraca! — ela exclama, animada — Ninguém mais lembra dos boatos que criaram sobre mim, agora a única coisa falada na cidade é sobre Molly e a sua gravidez. Você acha que é de quem?

Ela vira o rosto em minha direção, desvio o olhar, desejando que ela não perceba um sentimento fora do comum. Deixo meus ombros caírem, demostrando desinteresse.

— Oi gatinha — uma terceira voz surge atrás de mim, não tenho dificuldade em reconhecer — Não estou falando com você — ele direciona os olhos para Maby — Dê o fora daqui sua esquisita.

Maby pega o copo com salada de frutas e se retira silenciosamente, sem nem olhar em meus olhos.
Ryan assim que teve a chance se sentou onde Mabel estava, bem ao meu lado, ele abriu um sorriso enquanto passava o braço pelos meus ombros, recuo do seu toque, o que faz ele mudar sua expressão, para uma confusão estranha.

— O que foi? — ele pergunta para mim, os olhos não desgrudam do meu rosto — Aconteceu algo?

Continuo em silêncio, com o olhar perdido no gramado do colégio.

— Ei! eu estou falando com você — entendo que foi sem querer, mas quando ele toca em meu braço me forçando a olha-lo não consigo continuar em silêncio.

— Não me encoste Gallagher! — inevitavelmente o grito escapa da minha garganta, mais uma vez sua expressão muda, enquanto olhares eram direcionados na gente, provavelmente pensando que ele estava tentando abusar de mim. Desvio meus olhos outra vez, limpando a lágrima que escorreu pela a minha bochecha.

Aidan semi-cerra os olhos, era evidente a raiva em seu rosto, seus olhos agora não procuram pelos os meus, e sua respiração está um pouco acelerada.

                          𝐀𝐢𝐝𝐚𝐧 𝐆𝐚𝐥𝐥𝐚𝐠𝐡𝐞𝐫

Pelo canto dos olhos vejo a garota se esconder em seu largo moletom abraçando as próprias pernas, suas mãos agora tremem incontrolávelmente enquanto seus dedos apertam as mangas da sua roupa.

— Não entendo você — esclareço, voltando meus olhos para ela, que continua em silêncio, os olhos presos no gramado — Você pode sair comigo, me beijar; Mas não pode ser vista em público comigo?

Seus olhos se voltam para mim, só agora tenho chance para observa-la, olheiras fundas tomavam posse de seu rosto, e a esclera de seus olhos estavam levemente avermelhadas, como se não já não bastasse as horas de sono roubadas dela, evidentemente minha vampirinha também andou chorando.

— Deixa eu te ajudar... — minha voz soa fraca ao perceber o vazio em seu rosto, ela leva os dedos até os seus olhos fechados, esfregando as pálpebras preguiçosamente.

— Não há nada com o que se preocupar — ela diz calmamente, o tom deprimido em sua voz trás péssimos efeitos em meu coração. Ela se inclina para frente, se levantando e passando as mãos calmamente pelas bochechas molhadas, tento não reparar no cansaço perceptível em seu rosto — Eu estou ótima — Seus olhos se voltam calmamente até os meus, S/n força um sorriso, enquanto seus lábios entregavam a fragilidade em seu corpo, suas macias mãos se escondem nos bolsos do moletom, enquanto mais uma vez, ela me dava as costas.

[...]

— E Mike está irritado contigo — Ben diz entre risadas, a situação lhe parecia divertida — Porque ele sabe que você conseguiu fazer a garota se gamar em você em cinco semanas, coisa que ele não conseguiu em seis anos — ele gargalha altamente, dessa vez não consigo me segurar e acabo soltando uma fraca risada, não dando muita atenção para as suas palavras — Como ela vai? — ele pergunta minutos depois, seguro firmemente o copo com uísque em minhas mãos, me irritando novamente — Você e ela...?

— Tentador, mas não — digo entre dentes, eu não conseguia entender ela e a sua vida estranha — A canalha não consegue decidir se me odeia ou se me quer.