CAPÍTULO 5

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Bar Sete

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Bar Sete

21h45, 24 Kislev, quinta-feira

O Sete nada tinha de refinado. Ficava no fim de um beco — o que sempre parecia uma comédia dramática ruim nos pensamentos de Yosef —, seu interior era tosco e carente de criatividade, com uma iluminação parca amarelada e mesas pesadas de madeira velha. Baal era o único barista do estabelecimento e não se dava ao trabalho de preparar qualquer drink, o que fazia com que as melhores opções para um fim de semana desanimado fossem as misturas penosas de Amy, sua jovem e atrevida garçonete — ninguém sabia exatamente o que a aparente adolescente de cabelos tingidos de prata e rosa, pele pálida e corpo curvilíneo era para Baal. Yosef também nunca se interessou em perguntar. Mas aquele era o primeiro momento de paz desde o que havia acontecido durante a última missão, e Yosef não se preocuparia com um drink ruim naquela noite.

Depois do interrogatório, Cohen dera-lhe o restante do dia de folga e, após passar uma noite em claro com assassinos e seus corpos, tudo que Yosef queria — e precisava — era uma boa noite de sono e um dia como uma pessoa normal. Irrelevante mencionar que isso não aconteceu.

Horas de sono perturbado por pesadelos, foi isso que o infeliz teve. E quando estava acordado, a tormenta vinha com seus pensamentos, ao escapar dos olhos de Cohen naquela manhã turbulenta, Yosef foi imediatamente capturado pelos de Naomiy. Ela não precisou falar nada para assombrá-lo completamente.

Ele se sentia como um roedor, correndo de um lado para o outro, à mercê de aves de rapina, jamais seguro realmente.

— Mas que merda de vida. — O Rapaz cochichou para si, trazendo aos lábios a última tentativa de um Bloody Mary de Amy.

Horrível, como a carranca que fez deixou claro.

A porta do bar foi aberta, com um rangido metálico irritante, o vento invadiu o lugar, arrepiando os cabelos da nuca de Yosef, que estava sentado de costas para a entrada, no balcão. Um par de passos pesados e a porta voltou a se fechar com um baque seco.

— Boa noite, moça! — Amy saldou, com uma voz alegre e jovial, mas não foi respondida, ao menos não de forma audível.

Ela veio andando até o balcão, as botas pousavam em passos macios e precisos no chão. Sentou no banco ao lado de Yosef e girou para ficar de frente para ele, esperando. O rapaz não se moveu até ouvir a garota limpar a garganta, impaciente. Baal, que estava ali jogado como um saco de batatas do outro lado da bancada, soltou uma ruidosa gargalhada.

Yosef focou primeiro em suas mãos, nos dedos inquietos que seguiam os caminhos de desgaste da madeira, as unhas curtas, por bem aparadas, tinham bordas irregulares, como se já tivessem sido muito roídas no passado — um hábito perdido. Os dedos eram finos, mas não exatamente delicados, pareciam infantis e maduros demais simultaneamente.

Ele seguiu o caminho e encontrou mechas de cabelo ondulado e brilhante, como fios de cobre fluído logo abaixo dos ombros. Seu rosto era oval e pardo, seus lábios eram rosados e elegantes, e seus olhos, de cílios compridos e escuríssimos, eram de um castanho vibrante.

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⏰ Última atualização: Sep 20, 2023 ⏰

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