CAPÍTULO 1

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A Cidade Velha, era como chamavam Qodesh, a capital de Yisrael, por que, de fato, ela era bem velha, ainda conservando com grande orgulho inúmeros prédios de idade tão incalculável quanto seu valor, construídos com a pedra rosa do deserto, famosa ...

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A Cidade Velha, era como chamavam Qodesh, a capital de Yisrael, por que, de fato, ela era bem velha, ainda conservando com grande orgulho inúmeros prédios de idade tão incalculável quanto seu valor, construídos com a pedra rosa do deserto, famosa em todo o globo como Pedra de Qodesh.

O pequeno país se alocava no Oriente Médio, acalentado por colinas douradas que brilhavam à luz do sol como pó de ouro. As firmes construções ancestrais de sua capital, em maioria, se encontravam no centro da cidade, onde os gloriosos e elegantes arranha-céus pareciam deslocados e as ruas eram tão estreitas que o meio de locomoção mais adequado só poderia mesmo ser o mais antigo de todos, os próprios pés. Estes mesmos prédios eram como muralhas, um aviso aos estrangeiros: o povo que ali vivia tinha suas raízes na guerra e na conquista e nelas se elevava. Os pobres bem sabiam que até a mais pura criança parecia ameaçadora quando posta em desafio.

Mas a cidade não era apenas um grande fóssil artificial, era o centro da maioria das atividades importantes do país, acompanhada de Tel Aviv, a capital econômica de Yisrael. Com exceção da agricultura, que se dividia entre os sistemas das estufas no limiar do deserto e o clima fresco de Yokneam, no interior do distrito Norte, a capital era o firmamento do país. A Universidade, o Parlamento e o Exército eram sediados em Qodesh e ainda existiam algumas Sinagogas funcionais por ali, o que atraía grande fluxo de pessoas.

Apesar de todos os traços e da beleza da cultura, havia, no entanto, uma linha invisível que sublinhava a camada militar. O Exército era como um organismo vivo, com suas várias camadas de pele, esqueleto, células, vibrantes, vivas por si só, mas completamente ignoráveis sem o todo, o corpo em que habitavam. Era, dessa forma, onisciente, onipresente e onipotente. E não seria diferente em um mundo infestado por monstros.

Era disso que se tratava a Divisão Antinephilim, era disso que Yosef precisava fugir.


Centro Comercial de Qodesh

10h35, 21 Kislev, segunda-feira

Yosef sabia que não seria fácil, ele não seria ridículo ao ponto de imaginar o oposto, já estava batendo sua cota de coisas ridículas apenas no ato de tentar. O homem era capaz de ouvir o risinho maldoso de sua "parceira" de trabalho se pensasse demais na lógica da coisa toda, era prova suficiente para ele. Mas — pela Graça de Deus! — era só coisa da sua imaginação e Naomiy Eisener estava bem longe, com sorte, na quinta camada do Inferno.

Todavia, a ajuda de Deus parecia ficar por ali, pois não houve nenhum acontecimento milagroso de grande ajuda que interrompesse a marcha frenética de Yosef pelas ruas do Centro e, por mais que se sentisse um pouco culpado com a situação, o jovem continuou caminhando, a passos largos, para assinar um pequeno pacto com o diabo.

Era uma segunda-feira e, em tese, ele deveria estar no trabalho, mas quando uma boa oportunidade aparece, é bom que se a agarre com vontade — por mais que fosse alta a probabilidade de ser uma chance de fazer merda. Enfim, quantas vezes ele já não tinha passado por isso?! O fato de estar em Yisrael, alistado e servindo, era só a consequência de uma oportunidade que soube pegar, muito mal, inclusive.

A Ordem Grigoriana (Os Vigilantes #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora