CAPÍTULO 4

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 O som do impacto do cotovelo de Naomiy contra o ponto na lateral do olho direito de Roth foi algo como

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 O som do impacto do cotovelo de Naomiy contra o ponto na lateral do olho direito de Roth foi algo como... bolachas água e sal, bem alinhas em uma pilha e quebradas ao meio de uma vez só. O estalo fez a bile subir pela garganta de Yosef, não ajudou muito ver a garota que o caçava por aí a meses deixar a colega de equipe cair no chão de pedra como uma boneca quebrada.

Bom, ela não deve se importar já que estraçalhou a mão dela! Ele ainda não podia acreditar no que via.

Naomiy, todavia, ignorando o companheiro, começou a agir. Ela não sabia bem o porquê, apenas que devia fazer aquilo. Em seu íntimo, uma luta de ideais e ordens parecia quebrar suas paredes, um dos dois venceria, um dos dois a quebraria, mas até lá, ela precisava fazer algo.

Passou por cima do corpo mole de Roth e, posicionando o revólver contra o quebra-chamas do fuzil da garota inconsciente, realizou mais um disparo, destruindo a arma parcialmente. Em seguida, virou-se para a mulher nephil que permanecia encolhida com as duas crianças em prantos.

— Você... — A mulher começou a falar, com um fiapo de voz trêmula, mas foi interrompida.

— Saiam daqui agora. — A oficial ordenou, grave. Olhou para o ponto atrás de si, atrás de Yosef, além da fronteira. — Não devem encontrar outros membros da Divisão para além. — Voltou a olhar para a mulher nephil e, dessa vez, a voz saiu entredentes, furiosa. — Seja rápida e aproveite a sorte, monstro.

A mulher a encarou, perdida, sem entender o que tudo aquilo significava, mas resolveu não brincar com a sorte, ela estava sozinha agora, afinal. Teria tempo para lamentar os mortos quando pudesse garantir a própria vida e a das meninas que carregava. A mulher fungou, sentindo-se menor do que qualquer coisa ou pessoa naquele mundo.

— Eu agradeço. — Então ela jogou as meninas sobre os ombros e começou a correr como nenhum humano seria capaz.

Naomiy teve um último vislumbre do trio, afastando-se cada vez mais rápido, e o olhar furioso da garota mais velha lhe penetrou a alma, ela sentiu aquilo a atravessar como uma lança. Ela tirara o pai de alguém, como alguém devia ter feito com ela.

— Meu Deus! — Yosef finalmente abriu a boca, os olhos arregalados. — O que você fez, droga?!

Ele começou a andar em círculos, as mãos pressionando a cabeça como se assim conseguisse espremer uma solução para tudo aquilo dela. Estamos ferrados! Tão ferrados!

— Eu não sei, tá legal?! Não sei! — Ela pinçou a ponte do nariz com os dedos, tentando se acalmar. A respiração estava ofegante, ela queria se livrar daquele lenço que já fora como uma armadura, mas agora parecia estrangulá-la como uma serpente.

— Eisener... — Ele fez uma pausa, engolindo em seco com dificuldade, então foi até ela e a agarrou os ombros. — Naomiy! Isso é traição.

— Ah, jura?!

A Ordem Grigoriana (Os Vigilantes #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora