CAPÍTULO 2

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 Yosef nunca havia visto Naomiy Eisener a paisana

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 Yosef nunca havia visto Naomiy Eisener a paisana. Bem, nunca havia visto nenhum de seus "colegas" de trabalho, mas ela certamente sabia se encaixar naquele jeitinho irritante de ser impessoal. Impecável.

Sim, impecável era a palavra.

Havia uma regra de segurança na Divisão Antinephilim herdada de sua "irmã de criação", a Antiterrorismo: Não tire a máscara. A regra foi criada com a intenção de preservar a identidade de seus membros e, assim, garantir uma sensação de segurança e anonimato na vida íntima dos militares. As identidades desse grupo de pessoas devia estar entre as informações mais bem protegidas da corporação.

No entanto, com o aumento de baixas nas funções combatentes registradas nos últimos anos, o treinamento dos recrutas foi encurtado para aliviar o déficit e, naquele momento, a Divisão era composta majoritariamente por oficiais desleixados e mal treinados.

Quase todos os membros daquele quartel já haviam cometido algum descuido com o maldito capuz. Vez ou outra alguém baixava o lenço até o queixo para respirar em meio a alguma perseguição — por mais que não fosse necessário, já que o traje possuía um aparato de oxigenação imbutido — ou simplesmente esquecia da presença dos outros companheiros no QG, removendo assim o capuz para ficar mais à vontade. O próprio Yosef — que é bom deixar claro, não se encaixava de forma alguma fora da curva de mal treinados — já fora negligente com a própria identidade em seus primeiros meses de serviço.

Mas não Naomiy Eisener, não ela. E por mais que o jovem inglês não tivesse a mínima pretensão de ser melhor que um mero sobrevivente naquele grupo, lhe irritava um pouco conviver com uma garota perfeitinha, versão militarista.

Francamente, ela devia ser a porra de uma sombra.

Yosef sabia seu nome e que viera da famigerada Academia de Cadetes de Qodesh, há apenas alguns poucos meses, o que lhe levava a concluir que a garota não devia ter mais que dezoito anos. Não passava daí, de resto era especulação, uma coisinha pequena demais para ter mais que 1,65 de altura, com um riso agudo maldoso e sobrancelhas arqueadas como as de um duende. Sempre coberta com o capuz do uniforme — ela devia ter um orgulho tremendo daquela toalha abafada —, ele só conseguia ver os olhos castanhos-escuros.

Yosef suspirou, frustrado. A mão molhada pelo suor da garrafa que segurava passou pelo rosto, bagunçando os fios negros da sobrancelha, enquanto seus ombros, cada vez mais encolhidos, iam para a frente em um profundo suspiro. O polegar alisou o rótulo da garrafa verde distraidamente, Heineken era sua favorita, mas nem ela fazia milagres nos piores dias.

— Bebendo logo no início da tarde, senhor Krigsman? O senhor é mesmo incorrigível. — O risinho forçado veio em seguida.

O jovem rolou os olhos, já sem paciência. A demoniazinha conseguia debochar dele até mesmo sendo hierarquicamente inferior.

A Ordem Grigoriana (Os Vigilantes #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora