Capítulo 7 || Epilogo

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Seis anos depois

Manhã do Festival de Inverno de Ouros

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Lábios quentes pressionados no pescoço de Akaashi.

"Keiji."

"Não." Akaashi afundou ainda mais o rosto no travesseiro.

Ele sentiu o sorriso de Bokuto contra seu cabelo.

  "Não, você não é o Keiji?"

"Não, é muito cedo," ele resmungou, desistindo da dignidade e jogando um travesseiro no rosto. Ele podia jurar que o pôr e nascer do sol eram mais brilhantes nas montanhas de Ouros do que em Paus.

A risada de Bokuto foi abafada pelo tecido. 

  "Vamos, Keiji, você já está acordado!"

"Lamento informar que não posso ser Keiji por mais duas horas, pelo menos. Volte mais tarde."

"É férias, Keiji. Férias significa diversão, não dormir."

Akaashi moveu o travesseiro para encarar seu marido.

  "Em primeiro lugar, é o festival de Ouros, não férias. Em segundo lugar, não tenho certeza de por que qualquer um desses significaria não dormir até tarde."

O sorriso de Bokuto já estava com força total, o que parecia francamente impossível sem mencionar que era altamente não-prático logo após o nascer do sol. Ele deslizou seus braços em volta da cintura de Akaashi puxando-o para mais perto de seu peito e descansando sua mão sobre o coração de Akaashi. À luz do amanhecer, as marcas brilhavam como prata, uma em cima da outra.

Akaashi fechou os olhos e agarrou-se desesperadamente aos últimos fios do sono. Ele já podia senti-los escorregando por entre seus dedos.

"Minha rainha," Bokuto suspirou feliz nos cabelos curtos do pescoço de Akaashi.

"Meu Rei," Akaashi disse de volta, as palavras mais como um leve protesto com apenas um toque de exasperação afetuosa nos cantos.

Bokuto riu novamente.

  "Por que sempre sinto que você diz isso de maneira diferente de mim?"

"Podíamos estar dormindo." Akaashi não deixou de choramingar, não quando era tão cedo.

  Bokuto pressionou com mais força.

  "Mas eu te amoooooo, Keiji."

O coração de Akaashi ainda aqueceu, pulando uma batida em seu peito - aquele traidor.

"Eu também te amo," ele sussurrou de volta, trazendo sua mão para passar pela de Bokuto, dois anéis combinando agarrados juntos. "Tenho certeza de que ficarei totalmente arrasado ao me tornar viúvo tão cedo."

"É sua maneira de dizer que vai me matar se eu não deixar você dormir?" Bokuto parecia divertido.

"Tenho certeza de que me arrependeria em algumas horas," ele respondeu preguiçosamente. "Depois de uma soneca, é claro."

O sorriso de Bokuto era caloroso nas primeiras horas do amanhecer.

Ele beijou a têmpora de Akaashi.

  "Ok, ok, volte a dormir, Keiji, vamos aproveitar nossas férias mais tarde."

"Ainda não são férias," Akaashi murmurou reflexivamente, mas já estava muito ocupado afundando no calor do peito de Bokuto em suas costas e na maciez dos lençóis.

Houve uma batida na porta, uma batida rápida que exigia atenção.

Akaashi gemeu.

  "O mundo me odeia." Ele fez uma pausa. "Você acha que se ignorarmos, elu vai embora?"

A batida veio de novo, mais insistente.

"Não, é o preço da realeza, eu acho." Bokuto beijou rapidamente sua bochecha. "Eu atendo. Você se veste."

"Mas, estamos de férias," Akaashi resmungou, já se abaixando para vestir uma túnica e amarrar a linha que ele sempre preferiu aos estilos mais simples de Bokuto. Ele lamentou amargamente essa preferência, pois Bokuto já estava vestido e a meio caminho da porta, verificando brevemente se Akaashi estava pelo menos decente antes de abri-la.

Parado na porta estava a figura bastante baixa que Akaashi lembrava vagamente como um dos guardas pessoais do Naipe de Ouros.

O que era muito mais preocupante era que o rosto de Shibayama estava pálido, os olhos arregalados demais para falar de qualquer outra coisa além de choque.

Akaashi juntou-se ao marido na porta.

  "O que há de errado?"

"Vossas Altezas," a reverência de Shibayama foi tensa e abrupta, claramente quase esquecida com o peso da mensagem. "O Rei Kenma e a Rainha Sugawara solicitam a sua presença na sala de reuniões de Ouros."

Bokuto piscou, se virando e trocando um olhar com Akaashi, e Akaashi quase podia sentir a maneira como os dois mudavam, jogando a gravidade de suas posições como casacos bem gastos.

"O que aconteceu?" Bokuto comandou, encolhendo os ombros nas botas e estendendo a mão para as roupas externas o tempo todo seu olhar nunca deixou Shibayama.

Shibayama se remexeu, respirando fundo, mesmo com os olhos fixos no chão.

"Eu não deveria dizer, Vossa Alteza," disse ele calmamente, "não é... é apenas um boato agora. O que eles estão dizendo... o que eles estão dizendo não pode ser verdade. Eu sei disso."

"O que eles estão dizendo?" Akaashi pressionou, o tom mais calmo ecoando a força de seu Rei como uma melodia enfiada na pedra.

Shibayama ergueu os olhos esfregados, vermelhos, mas secos.

"Eles estão dizendo que o Ás de Espadas foi morto."

Bokuto caiu pesadamente na poltrona da sala e Akaashi sentiu sua própria mão agarrar com força o ombro de Bokuto, pensamentos de cabelo laranja e um sorriso travesso pesaram na imobilidade ecoante.

"Isso não pode- por quem?" Bokuto exigiu primeiro. "Quem o matou?"

Shibayama quebrou, as lágrimas correndo com respirações trêmulas.

"Eles estão dizendo que foi o Ás de Ouros — Kuroo Tetsuro."

Akaashi e Bokuto se encararam.

"O QUE?!"

Haikyuu!! | Se Pedras Produzissem Sinfonias  | Tradução Onde histórias criam vida. Descubra agora