Um caso de uma noite com um atraente desconhecido que conheci em um bar não deveria dar em nada, certo?
Os cinco testes de gravidez positivos à minha frente dizem o contrário. Grávida.
Mas estava tudo bem, eu passaria numa clínica e acabaria com...
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Consigo sentir um clima diferente assim que meus pés atingem o claro e liso chão de mármore branco do hospital em que trabalho. Captando toda a extensa área da recepção, noto, além do grupo gigante de enfermeiras cochichando entre si, minha colega de trabalho, Rachel.
Pequenos fragmentos de conversas como "Praia", "Bronzeados" e "Doenças virais" me apontam o óbvio, estou deixando alguma coisa passar.
Os dedos longos e finos de Rachel giram uma caneta, seu olhar está preso ao chão e seu rosto não é um dos melhores. A médica ortopedista antes brincalhona e engraçada, exibe uma expressão preocupada e lança-me um sorriso amarelo assim que me vê.
— Olivia, oi.
— Tudo bem?
Ela solta uma risada nasalada e meio sem graça.
— Ah, tudo ok. Só tenho um pequeno medo de agulhas.
Franzo minhas sobrancelhas.
— Medo de agulhas?
Ela dá de ombros, aparentemente constrangida.
— Eu sei, eu sei. Não é comum uma médica ter medo de agulhas, apenas estou um pouco nervosa com os exames de hoje.
— Exames? Que exames?
Dessa vez, é ela quem franze as sobrancelhas.
— Os exames de volta ao trabalho. O grupo da enfermagem voltou das férias hoje.
— Ah, merda. — Bato a mão na testa.
Logo meus olhos detectam o pequeno folheto preso à porta de uma das salas de descanso:
Visando o bem-estar dos pacientes, médicos e colaboradores, amostras de sangue serão coletadas de todos no hospital, tendo em vista o combate ao espalhamento de possíveis doenças virais contraídas em viagens de férias.
Aperto o braço da minha amiga.
— Vai dar tudo certo.
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