– Eu sou o pai?Diferente do abraço quente e acolhedor que eu esperava da minha pequena irmãzinha, o que recebo quando abro a porta da frente de meu apartamento é gelo. Pura e totalmente, gelo. Meu coração retumba na minha caixa torácica de forma agressiva, quase ensurdecedora, e sei que ele pode escutar também.
A alta figura à minha frente me diz o que eu não quero acreditar. Não consigo ao menos entender como é possível Grey estar em minha casa, e, além disso saber da minha gravidez. Minha mente está nublada, girando. E mal posso enxergar um palmo à minha frente, mas ouço muito bem sua pergunta.
– O que está fazendo aqui?
Seus olhos claros me encaram.
– Eu sou o pai?
Meu coração está acelerado, minhas mãos tremem como nunca senti antes, o rosto quase conhecido do homem me traz uma sensação de alívio e tristeza, e não sei dizer se isso é algo bom.
– Como sabe onde eu moro?
Grey, que ainda estava petrificado na soleira da minha porta de entrada, invade meu apartamento numa rapidez surpreendente, ele é tão rápido que só noto-o quando ouço batida das portas de todos os cômodos de meu pequeno lar, ele encara tudo com uma expressão tão raivosa que chego a me perguntar se é o mesmo cara que conheci no bar algumas semanas atrás.
– Loira, eu não estou vendo nenhum vestígio de qualquer homem aqui, então vou te perguntar somente uma vez mais: Eu.Sou.O.Pai?
Encaro-o, as palavras recusam-se a sair da minha boca, porque sei que quando eu falar, quando eu disser em voz alta, para todos ouvirem, tudo apenas vai se tornar mais real.
Encaro um ponto atrás dele, minha garganta recusando-se a liberar a resposta que está em meu cérebro. Sinto suas mãos em mim, sinto o frio delas em minha bochecha, então ele força seu olhar no meu, e consigo captar tudo o que o homem cujo rosto a pouco de três centímetros perto do meu está sentindo.
Uma chama de ansiedade, desespero e esperança queima em seu olhar tão próximo do meu.
Um fio de voz sai de sua garganta, desesperado, implorante.
– Por favor.
Balanço a cabeça, afastando-me de seu olhar, da sua hipnose. E então, com o resto de confiança que me resta, minha voz se abre.
– Não importa. Acabarei com isso logo.
Minha resposta o atingiu, consigo notar isso, e, mesmo se não conseguisse, seu olhar machucado me falaria o óbvio.
– Por favor. Sim ou não. Eu apenas preciso saber.
Eu explodo, e não internamente.
Empurro-o com o máximo que meus braços podem empurrar um cara 20 centímetros maior que eu.
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Convince Me
RomanceUm caso de uma noite com um atraente desconhecido que conheci em um bar não deveria dar em nada, certo? Os cinco testes de gravidez positivos à minha frente dizem o contrário. Grávida. Mas estava tudo bem, eu passaria numa clínica e acabaria com...