Capítulo Oito - Duas semanas.

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De início, estranho o lençol confortável em que estou deitada

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De início, estranho o lençol confortável em que estou deitada. É como se tudo ocorresse novamente, porque quando abro os olhos, o que vejo é muito diferente do meu quarto. O cômodo é enorme, tem as paredes assustadoramente brancas, móveis pretos com tons de dourado e, como se tudo isso não fosse o suficiente, pilastras. Malditas pilastras adornam o lugar.

Sem me importar em vasculhar, ando em direção à porta, sabendo exatamente onde estou. A primeira coisa que vejo quando desço as escadas com - pasmem - corrimãos dourados, é a imensa janela com vidro do teto ao chão, e, por um segundo, me questiono se estou em algum tipo de paraíso moderno.

— Olívia? Te acordei?

Meus olhos alcançam Grey, ou, pelo menos, seu abdômen, já que é a primeira coisa que vejo quando ele aparece em minha frente. Vestido com jeans e nada mais, ele parece um personagem saído de algum livro erótico.

— Fiz algo para você comer. Gosta de omelete? — Ele vai ao extenso balcão de mármore e pega um prato, antes de estendê-lo para mim. Não posso evitar o barulho que sai de meu estômago.

— É um traficante ou coisa do tipo?

Ele se vira para mim, suas sobrancelhas estão franzidas. Aceno com a mão pela casa.

— Tudo isso, como conseguiu?

— Quer saber como sou rico?

Dou de ombros.

— É apenas estranho que leve as mulheres para um lugar diferente. Posso apostar que tem cocaína escondida embaixo do sofá.

Ele sorri.

— Não sou traficante. Agora coma. — Ele aponta para o prato em minha mão. — Não quero que fique fraca.

Meu rosto cai quando me lembro o que estou fazendo aqui. Quando lembro quem ele é. E ele nota isso.

Grey puxa um banquinho de dentro do balcão e puxa-me para lá, então ele faz o mesmo e senta ao meu lado. A profundidade cinza de seu olhar prende-me numa intensidade que nunca senti antes, envergonho-me de admitir o arrepio que subiu por toda a minha coluna.

— Está tudo bem. — A rouquidão de sua voz me diz o contrário, e ele embola os dedos uns nos outros como se estivesse evitando tocar-me.

— O quê?

— Tudo bem se não quiser manter. Eu... — Sua voz quebra, então ele levanta-se e fica de costas para mim, fingindo que está lavando pratos inexistentes na pia. — Eu entendo que não queira. Nunca conseguiria te forçar.

A imagem de meu pai vem à minha cabeça. O asco que tomou seu rosto quando ele olhou para Alice no colo de minha mãe pela primeira vez, e o sorriso forçado que tomou conta dele quando viu que eu estava olhando. Lembro-me dos grunhidos da minha mãe pela madrugada, o único momento que ela tinha para chorar sem ser na frente de suas duas filhas depois dele partir.

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2022 ⏰

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