Capítulo 3

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Bailey Narrando

Eu passei a noite em claro. Talvez se eu tivesse ficado com ela, se eu não tivesse a deixado sozinha, ela estaria aqui conosco. Talaco, o pai de Joalin já havia dado parte na polícia, só que eles só iriam sair às buscas depois de 24 horas de sumiço. Eu não queria nem pensar o que poderia acontecer nessas 24 horas. O celular dela, acabou caindo no carro.

— Rapaz, vai para casa, tomar um banho e descansar, passou a noite acordado. — Talaco disse e me olhou.

Na realidade todos nós passamos a noite acordados, Sina havia ido embora uma hora atrás, quando sua mãe veio buscá-la.

— São que horas? — Perguntei.

— 10:00 horas — Johanna respondeu.

Sabe quando você acha que gosta de alguém, mas quando tu se vê em uma situação que tem possibilidade de você a ter perdido, vemos que aquela pessoa é muito mais importante do que pensávamos. Eu cheguei orar, coisa que nunca fiz, só queria que a Joalin aparecesse por aquela porta brigando comigo porque eu xinguei. Ouvi um choro baixo e mais vez a Johanna havia se entregado ao choro.

— Foi culpa minha, você não queria deixar ela ir. Eu não deveria ter insistido, meu Deus, cadê minha filha? Guarde ela, por favor. — Johanna disse chorando desesperadamente.

Talaco se aproximou da mesma e abraçou.

— Não fui culpa de ninguém meu amor. Ela só estava no lugar errado, na hora errada. E Deus não vai deixar nada de ruim acontecer com ela. Ela é uma boa menina. — Ele falou e os dois ficaram ali abraçados.

— Ela está bem, ela vai ficar bem. — Falei alto, mas na realidade falei tentando me convencer.
Depois de tanto insistirem, fui tomar um banho e deitei, e não demorou muito acabei dormindo.

Joalin Narrando.

Eu estava cansada, com medo, assustada, com raiva, o que eu mais queria era o abraço dos meus pais. Quando cheguei aquela nojenta me apresentou a umas quatro meninas, uma delas era a Any, ela até que era uma pessoa boa, pelo menos eu acho, meu pai sempre diz que ninguém conhece ninguém de verdade. Eu não conseguia acreditar que uma mulher conseguia fazer isso, homem fazendo já me da nojo, mais mulher, não fazia sentido algum. Ela tinha que ter motivos bem bons para agir daquele jeito, ela não se coloca em nosso lugar? 

— Olha, fica calma, — Any disse e sentou na minha frente. — no começo é horrível, mas depois fica só ruim.

Ela falou e eu sorri fraco pela tentativa dela de me animar.

— Você vai ter uma semana para se acostumar, nessa semana você vai nos ajudar nas tarefas domésticas. — Ela explicou.

— Me acostumar á que? — Perguntei baixo, com medo, muito medo da resposta.

— Pensa nisso agora não — Ela disse e passou a mão em meu cabelo. — Sabina disse você não comeu nada, vem comer alguma coisa.

— Aquela nojenta, eu odeio ela. — Falei e lembrei do momento do sequestro, novamente me veio a vontade de chorar.

— Ei, vamos comer que é melhor, — Ela disse passando o braço pelo meu ombro.

Chegamos até a cozinha, Any mandou eu esperar sentada. Ela foi até a geladeira e tirou algumas coisas de lá de dentro. E começou a fazer alguma coisa, em instantes, estava um cheiro ótimo, me lembrou a comida da minha mãe, ah! Eu quero a minha mãe.

— Cheiro bom, — Uma voz menina entrando na cozinha. Ela foi até a Any — estrogonofe? Eu não acredito, eu te amo. — Ela disse beijando a bochecha da Any e rindo.

— Oi, como é seu nome? — A menina me olhou e se sentou na minha frente.

— Joalin. — Falei baixo.

— É diferente, mas eu gostei. — Ela disse e pegou uma maça. — Onde aqueles idiotas te pegaram? Que dizer, de onde você era?

— Rio de Janeiro. — Respondi.

— Puta que pariu, eles foram longe dessa vez, — eu olhei para ela assustada. — se bem que o Rio de Janeiro, não é tão longe daqui. — Ela falou e deu de ombros.

— Onde estamos? — Perguntei.

— Minas Gerais. — Ela respondeu e terminou de comer sua maça. — E à, eu sou a Shivanni.

— Puta que pariu. — A nojenta entrou na cozinha aparentemente irritada. — Cheiro bom de comida.

— Any está fazendo a melhor comida do mundo todo. — Shivanni disse.

— E você já fez suas tarefas? — Ela perguntou séria, olhando para Shivanni.

— Já fiz tudo, capitã. — Shivanni ficou em pé e bateu continência.

— Shivanni. — Any disse em um tom para repreende-la.

— Deixa ela, — A mulher disse e olhou séria para ela — depois não quero ouvir dramas.

— A comida está pronta, — Any disse e colocou uma toalha sobre a mesa. — chama o Josh, Noah e as meninas.

— Ouviu Shivanni? Vai logo porra. — A nojenta disse e sentou na mesa.

Shivanni saiu pisando firme e voltou com dois meninos. E o resto das meninas vieram depois. As meninas conversavam como se aquilo fosse algo normal. Eu apenas observava, Any encheu meu prato, e quase me obrigou a comer. A comida estava muito boa, e eu estava com muita fome.

— Estava realmente com fome. — Shivanni disse rindo.

Eu dei um sorriso sem graça. No final não sobrou nada, eu e Shivanni ajudamos a Any a lavar louça.

— Sabina se não fosse a verme que é, eu até dizia que ela é gostosa. — Any disse e Shivanni revirou os olhos.

— Cala boca Any. — Shivanni falou e eu e Any e fomos andando para o quarto.

Tinha uma menina sentada no chão do quarto, ela chorava de se tremer.

— O que aconteceu Savannah? — Any disse se abaixando em sua frente.

Ela puxou a Any para um abraço e chorou mais ainda.

— E-eu... eu... estou grávida, — As meninas se entreolharam. — Não sei de quem é.

— Savannah, pelo amor de Deus, você sabe o que o Fernando vai fazer? Meu Deus. — Shivanni disse com a mão na testa, ela começou a andar de um lado para o outro.

— Se acalmem, vamos tentar conversar com a Sabina. — Uma outra menina disse, devia ser a Mélanie.

— Você acha que a Sabina vai fazer o que? — Ana disse nervosa. — Dar parabéns e pedir pra ser a madrinha?

— Mas uma hora ou outra a Sabina vai saber. — Any disse tentando ser sensata.

— Sabina vai saber de que? — Ouvi a voz do mesmo na porta do quarto. Nos olhamos uma para outra.

— Que...que... eu... — Tentei falar, mas a Shivanni me interrompeu.

— Que ela é virgem. — Shiv disse rápido e eu olhei para ela sem entender.

Ela nos olhou desconfiada e depois me olhou de cima a baixo.

— Fernando vai gostar de saber disso, vai render uma ótima grana. — Ela falou com aquela voz nojenta.

Ela saiu do quarto, e Savanah respirou fundo.

— Você salvou a Savannah, e fudeu a Joalin, ótimo. — Mélanie disse e eu estava assustada.

— Para gente, vão assustar a menina. — Any se pronunciou.

— Está tudo bem. — Falei baixo.

— Vamos nos arrumar logo, se não a babaca da Sabina vai dá aquele show. — Shiv disse e abriu um guarda roupa.

As meninas começaram a se arrumar, Savannah estava com uma cara péssima. Elas se vestiram com umas roupas vulgares, maquiagens pesadas, eu estava mandando para longe meus pensamentos.

Proibida pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora