Capítulo 5

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Chegamos na sala, as meninas estavam sentadas, Joalin estava sentada do lado do meu pai e Noah estava parado na porta.

— Então quer dizer, que essa belezura aqui não perdeu o cabaço? — Fernando disse e passou a mão na coxa da Joalin, a mesma se encolheu um pouco. — Você vai me render uma boa grana sabe? — Ele disse e passou o dedo em uma de suas bochechas.

— Preciso que você entre em contato com aqueles empresários. — Ele falou direcionado para mim. — E ver o que fizer a melhor oferta.

Assenti, ela matinha os olhos para baixo e mexendo no seus dedos. Joalin era diferente das outras meninas, as outras assim que chegaram, gritavam, faziam escândalos, era sempre chato isso. Mas Joalin não, ela chorava em silêncio, talvez ela estivesse com medo, e seu medo fosse tão grande que ela não conseguisse expressar da maneira que todas faziam. Mas na realidade, nada disso me importava e muito menos tinha alguma coisa haver comigo.

— Pode voltar para seu quarto. — Meu pai falou para ela.

Ela manteve a cabeça baixa e se levantou indo para o quarto.

— Hoje eu quero você Mélanie. — A mesma forçou um sorriso. Ela assentiu e seguiu até o quarto. Meu pai foi logo em seguida.

Savannah se encostou na parede, e estava completamente pálida. E do nada, ela caiu no chão. Any correu para o lado dela, e eu só fiquei observando.

— Savannah — Ela sacudiu a mesma devagar. — fala comigo. Pega algo para ela comer, deve ser a pressão.

— Ok. — Shivani disse e saiu correndo. Minutos depois ela voltou com um pedaço de queijo e um copo d'água. Any fez a mesma tomar. Ela foi acordando aos poucos. — Deve ser o be...
Eu olhei para ela, e ela arregalou os olhos como se tivesse falado algo errado.

— Termina Shivani. Deve ser o que? — Falei séria.

Ela olhou para Any que mantinha um olhar que iria matá-la a qualquer momento. Fiquei olhando aquela situação. E pensei, nos desmaio, na cena que vi hoje de manhã. Olhei para Savannah, e ela estava um pouco mais, digamos que com mais corpo do que ela realmente mantinha.

— Ela está grávida. — Falei firme e baixo.

— Sabina, pelo amor de Deus, não conta para seu pai. — Shivani disse quase ajoelhando.
Ouvi alguns passos leves atrás de mim. Era leves demais para ser meu pai.

— E vocês esperam o que? Que eu esconda isso? E você acha que ele nunca vai descobrir? — Falei de forma óbvia.

Senti uma mão no meu ombro, olhei para trás e era a Joalin. Olhei para ela, e ela olhava dentro dos meus olhos. Aquele olhar me deu uma sensação estranha.

— Só um pouco, ela não está bem. Seu pai só vai piorar tudo. — Ela falou calma demais para aquela situação. — Apesar de você não ter coração, como você mesmo disse. Só um pouco de humanidade.

Eu permaneci olhando a imensidão azul que eram seus olhos. Que por algum motivo me manteve presos á ele. Seus olhos estavam tristes, eu não precisava saber o motivo deles estarem assim, na realidade foi por culpa minha. Culpa? Desde quando eu sinto culpa? Ouvi meu nome ser chamado. E alguma coisa que me dizia, que não era a primeira vez que ele era pronunciado.

— Só ela se sentir melhor. — Falei e desviei meu olhar do dela.

Shivani e Any me olharam surpresas. Talvez pela minha atitude humana, que não combinava muito com as minhas atitudes normais. Deixei elas e sai da sala, indo para o quintal.

Joalin Narrando.

Sabina ficou me olhando de um jeito, que apesar de tudo não me deu medo. Parece apesar dela mostrar ser daquele jeito, lá no fundo ainda via algo bom. Ela pareceu se perde nos meus olhos, por mais que eu quisesse desviar, uma força maior me fez ficar ali, presa naquele olhar.

— Eu achei que a Sabina, fosse nos matar. — Shiv disse.

Já era fim de tarde, estávamos todas sentadas no quarto conversando. Eu não havia esquecido de tudo, de onde eu esta e como vim parar aqui. Mas ficar me remoendo, me isolando só vai fazer isso ser mais torturante do está. Então estava tentando agir o mais "normal" possível.

— Ela agiu de forma estranha. — Any disse pensativa. — Eu achei que ela fosse surtar, bater na Savannah e entregar ela para o pai dela.

— Eu também pensei — Shiv se pronunciou. — ela ficou encarando a Joalin.

— Não sei como ela não ficou com medo. — Mélanie completou.

— Mas o olhar dela não foi para ter medo, sei lá, não sei explicar. — Falei olhando pro nada.

Depois de mais umas horas de conversas. Chegou a hora delas irem, se arrumaram do jeito de sempre. Eu fiquei apenas observando seus movimentos, elas ficaram prontas, Sabina apareceu na porta e elas foram atrás dela. Fiquei no quarto olhando para o teto, eu não sei quanto tempo fiquei naquela posição, mas quando dei por mim estava acordando, eu nem vi a hora que eu dormi. Levantei, abri o guarda-roupa da Any e peguei um short e uma blusa, tinha umas calcinhas novas, peguei uma e fui até o banheiro. Tomei um banho quente, e mais uma vez chorei, estava com saudade das minhas amigas, dos meus pais, do meu namorado. Terminei meu banho, me enxuguei, vesti a roupa que eu separei. Saí do banheiro, deixei as coisas no quarto, a casa estava vazia em silêncio, eu sabia que não estava ali sozinha, mas era como se tivesse. Andei até a parte de fora da casa, vi uma sombra, e caminhei de volta para dentro, dei de cara com Sabina.

— Eu não sabia que você estava aqui. — Falei baixo, mas mantive meus olhos firme. Apesar de tudo eu não tinha medo dela. Louca? Talvez.

— Estava tentando fugir de novo?

— Não, fui só respirar um pouco. — Me desviei dela e fui para o quarto que eu podia chamar de meu.

— Joalin... — Ouvi a mesma me chamar, virei para olha-la e ela ficou me olhando. — nada não, some daqui.

Proibida pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora