Vinte

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Park Jimin mantinha-se com os olhos fechados. Sentia sua pele ser suturada com lentidão, mesmo que parte da dor já não estivesse presente devido à anestesia local que havia recebido. Recebia o décimo ponto, e suspirava pesadamente, enquanto os olhos de Jungkook, inchados e vermelhos, mantinham-se presos sobre o seu corte que era tratado.

A mão menor se mantinha presa à dele. Acariciava a palma maior que a sua com ternura, enquanto ouviam as reclamações constantes de Hoseok.

ㅡ Como o porteiro simplesmente deixou com que ele entrasse lá? Quanta irresponsabilidade!

ㅡ Eu liberei a entrada do entregador, Hobi. Vai ver ele apenas se atrapalhou... ㅡ respondeu, encostando-se no travesseiro atrás de si, sentindo o médico finalizar, limpando e pondo um extenso curativo logo depois.

ㅡ Prescreverei alguns antibióticos para você tomar. Os pontos deverão ser removidos com sete dias, então espero que retorne e avaliaremos como foi a recuperação. ㅡ o profissional falou, vendo o Park assentir, ainda encostado.

ㅡ Isso ficará cicatriz? ㅡ Choa perguntou preocupada.

ㅡ Isso é o de menos, Choa, pelo amor de Deus! ㅡ Jimin ralhou, mas olhou o curativo sobre sua costela.

ㅡ Você é um bailarino, Park Jimin, deve ter essa preocupação, quando é o seu corpo que transmite sua arte! ㅡ ela disse, sobressaindo com sua voz, tão autoritária quanto Park Boram, sua mãe.

ㅡ Uma marca não é nada. Ao menos estou vivo! ㅡ ralhou em retorno, negando e se erguendo com cuidado, tendo o apoio de Jungkook para o fazer, vendo-o ainda fungar e buscar sua camisa, pondo em si com todo cuidado do mundo.

ㅡ Vou assinar sua liberação, só um minuto. ㅡ o médico se afastou, buscando a ficha de Jimin logo na recepção ao lado.

ㅡ Você conhece quem fez isso? ㅡ Hoseok perguntou. Jimin olhou-o outra vez, aquela era a terceira vez que perguntava aquilo, e como em todas às vezes, Jungkook apenas negou com a cabeça, não o olhando, por se sentir inteiramente culpado. ㅡ Você tem certeza disso?

ㅡ Ele não sabe, Hobi. ㅡ o Park falou, vendo-o buscar seus sapatos e calçá-los.

ㅡ Mas eu não acredito! ㅡ Hoseok falou, arqueando as sobrancelhas. ㅡ Porque ele não diz uma palavra sequer?

ㅡ Me desculpe. ㅡ Jungkook pediu, baixo e se erguendo, parando ao lado do Park.

Hoseok olhou-o por longos segundos, até suspirar pesadamente, sentindo-se culpado pelo modo em como o tratou. Claramente o mais velho estava tão abatido quanto Jimin. Senão pior.

ㅡ Me desculpe. ㅡ o Jung pediu, fechando os olhos e jogando os cabelos vermelhos para trás, negando quando os olhou outra vez. ㅡ mas precisamos saber quem é esse que fez isso. No prédio há câmeras de segurança, o rosto dele com certeza foi gravado.

Jimin assentiu, buscando a liberação, junto a receita de alguns remédios que precisaria tomar, com o médico, e agradeceu. Sua irmã se afastou um pouco, atendendo seu celular que não parava de tocar, e quando já estava pronto para ir, sorriu, sentindo Jungkook passar o braço por seus ombros e lhe segurar firmemente, segurando sua mão livre para assim ajudar-lhe a andar.

ㅡ Não se culpe por nada. ㅡ Jimin sussurrou-lhe, encarando os olhinhos brilhantes, enquanto assentia. ㅡ você ainda pode ficar comigo hoje?

ㅡ Eu não posso... e se ele aparecer?

Jungkook sentia seu coração doer. Era como se uma bomba tivesse explodido dentro de si outra vez. Jongin nunca lhe deixaria viver em paz. Viver feliz. Mas parecia doer ainda mais porque ele não queria deixar o Park, mesmo que desde o início, esse era o seu plano inicial.

Sex Angel - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora