Quarenta e dois

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Os médicos analisavam as possibilidades de retirar o respirador do corpo do Park.

Uma semana inteira já havia se passado e os sinais vinham sempre melhorando. Talvez aquele fosse o momento de dar ao corpo tão machucado, a chance de se manter vivo sozinho e assim lutar para que a consciência retornasse.

Jungkook estava ao lado do amado. Dentre todos aqueles dias, nenhum sequer passou longe de Jimin. Eram dias e noites incessantes e cansativas, mas de uma importância tão genuína, que para Jungkook cada um daqueles dias significava que Jimin estava mais saudável, mais curado e mais perto de voltar para si.

ㅡ Anjinho. ㅡ Jiwoo chamou-o da porta, levando a atenção do filho para si. Com um movimento sutil com a mão, a mulher chamou o filho para fora da sala. ㅡ É só um minuto, mas... ㅡ Jiwoo ergueu o celular e mostrou-o. ㅡ seu filho quer falar com você.

Jungkook deu-lhe um sorriso, buscando o aparelho sem demoras. Deu uma última olhada sobre o corpo de Jimin ainda inerte e cheio de máquinas ao redor.

Olhou ao redor, procurando um melhor lugar para falar com Kwan e sentou-se na última fileira de cadeiras numa sala de espera vazia.

Respirou fundo antes de colocar o celular sobre a orelha.

ㅡ Kwan?

ㅡ Papai-hyung, oi!

ㅡ Oi, meu bem.

ㅡ Estou ligando para saber do meu outro papai, o tio Taehyung disse que eu poderia ligar para perguntar...

Jungkook comprimiu os lábios, sentia ainda mais seu peito doer quando falava com Kwan. Lembrava dos sonhos que rapidamente começou a sonhar com Jimin e jamais pensou ter que falar com a criança sobre seu outro pai ainda estar tão debilitado.

ㅡ Ele ainda está dormindo.

ㅡ Ah... eu pensei que o papai já tivesse acordado, eu queria que ele acordasse...

ㅡ Eu também queria muito isso, meu bem.

ㅡ Eu posso ver ele? O tio Yoongi disse que eu não posso ainda, mas eu queria, papai, por favor...

ㅡ O tio Yoongi tem razão, meu bem, hospital não é lugar para uma criancinha como você.

ㅡ Mas eu sinto saudade...

ㅡ Eu também, Kwan... e me desculpe ainda não ter ido te ver, o papai sente muito, muito mesmo, mas o papai Minie precisa de mim aqui, eu não posso deixá-lo sozinho...

Jungkook secou rapidamente a lágrima que desceu por seu rosto e respirou fundo outra vez. Era incrível como Kwan percebia quando alguém estava chorando. Ele sempre perguntava se Jungkook estava chorando, ou se estava triste, mas o Jeon sempre precisava negar.

ㅡ Tudo bem, papai...

ㅡ Como está sendo ficar com os hyung's?

ㅡ Aqui é legal. ㅡ a voz baixa do garoto, evidenciava sua tristeza também. Doía ainda mais em Jungkook. ㅡ tio Hobi deixou Yeontan dormir comigo ontem.

ㅡ Mesmo? E foi legal?

ㅡ Foi...

ㅡ E o que fizeram mais? ㅡ perguntou, tentando, de alguma forma, fazer o garoto esquecer um pouco o quanto Jimin estava "dodói".

ㅡ A gente comeu pizza, assistiu filme de heróis e brincou de lutinha. Tio Hobi e eu ganhamos sete vezes.

ㅡ Woah, sete? Será que eu sou pai de um lutador?

ㅡ Não... eu vou ser astronauta. Ou pintor. Ou padeiro... ou bailarino, igual ao papai Jimin.

Jungkook sorriu, com a leveza momentânea que a voz mélea de seu filho chamando Jimin de "papai" lhe trazia.

Sex Angel - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora