Quarenta e um

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Dois dias haviam se passado.

Jiwoo mantinha-se sentada ao lado do corpo do filho que dormia há dois dias.

Estava cansada. Havia acabado de sair do "quarto" de Jimin, o que era na CTI pelo estado de saúde do Park ainda ser bastante ruim.

Não aguentava pensar que ambos estavam tão debilitados e destruídos por causa de um só homem.

Por causa de Jongin.

Jiwoo fungou, limpando uma lágrima que caiu por seu rosto. Respirou fundo, vendo como o céu começava a ficar laranja e mais um dia começava a ir.

Jungkook precisava acordar.

Ergueu-se, abrindo a janela e deixando que a brisa suave do vento frio adentrasse.

ㅡ Meu amor. ㅡ a mulher parou ao lado do Jeon. Já havia tentado acordá-lo por vezes, mas nunca desistia. ㅡ está na hora de acordar, Kook...

O rosto quiescente de Jungkook permaneceu em sua plenitude.

A mulher suspirou, deixando um beijo sobre a pele da bochecha do filho.

Uma enfermeira havia ido mais cedo para limpar o corpo de seu filho, mas como mãe, a mulher pediu para fazer aquilo. Por tanto, uma bacia estava no canto e nela, um pano macio que deveria ser usado. Jiwoo encheu-a de água, deixando que mais uma lágrima escorresse por seu rosto ao pensar se seria sempre assim. Se seu filho não iria acordar e se ele nunca mais lhe chamaria ou reclamaria pelo que fosse.

Seu coração já se dilacerava em saudade.

Deixou a pequena bacia ao lado da cama e puxou o lençol que cobria o corpo de Jungkook. A bata foi aberta com facilidade, a mulher molhou o pano e o espremeu, retirando o excesso.

Iniciou a limpeza pelos braços de Jungkook, intercalando entre o peito e o pescoço.

ㅡ Você não pode desistir. ㅡ ela falou baixo, sentando-se ao lado numa cadeira. Buscou a mão de Jungkook e suspirou, passando o pano úmido por ali. ㅡ acorda, meu filho... lute.

A pele de Jungkook não estava tão suja, mas tinha o curativo bem ali no meio. Jiwoo sentia, com facilidade, seu coração se quebrar cada vez mais.

Limpou ao redor, segurando a mão com cuidado e deixou um beijo sobre o dorso.

Naquele instante, sua respiração falhou. Mais lágrimas desceram, mas não em desespero, era sua esperança.

Os dedos de Jungkook haviam fechado sobre a sua mão, apertando-a com fraqueza. No instante subsequente, um resmungo baixo, ecoou no quarto silencioso.

Jiwoo olhou-o com os olhos encharcados e sorriu, vendo o cenho de Jungkook franzir, junto a sua boca seca, que se abriu com vagareza, balbuciando algo inaudível.

ㅡ A mamãe está aqui, meu amor. ㅡ a mulher se aproximou, cobrindo o peito do filho, quando outra lufada de ar lhes bateu. Nem sequer pensou que o homem pudesse ficar mais doente com a friagem, mas naquele instante, sua mente só se preenchia com a imagem dos olhos que tanto amava se abrindo. Sorriu ainda mais, puxando o ar quando lhe faltou nos pulmões e acariciou a bochecha morna de Jungkook.

ㅡ Minie...

A mulher limpou as próprias lágrimas, vendo que, pouco a pouco, a consciência de Jungkook retornava com mais rapidez.

ㅡ Minie... eu tenho que... ㅡ sua boca estava tão seca que não conseguia formar a frase até o final. A mulher negou, apertando o botão que ficava ao lado da cama, chamando uma enfermeira.

ㅡ Calma, filho. É a mamãe quem está aqui.

Jungkook piscou algumas vezes, atordoado. Seus olhos vagaram pelo quarto hospitalar, em seguida, pararam em seus braços com um cateter que levava soro para seu corpo, mantendo-o hidratado.

Sex Angel - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora