a queda e o triunfo!

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Eu era a maldita garota errada no maldito lugar errado

Antes de toda ascensão de uma protagonista, seja ela uma

guerreira,
amazona,
rainha,
deusa,
heroína,

Todas passam pela queda.

Isso é amadurecimento? A quebra da inocência?

Infelizmente minha queda teve um cara sem sentido e inútil. Mas, ele disse coisas que não saíram da minha cabeça.

Ele não disse aquelas coisas como piada, muito menos ironia. Aquele cara realmente pensou em me usar só pelo meu jeito de agir, só porque eu sou quem sou.

Quer dizer, eu não sou burra só porque vivo no mundo da Lua.

Ah, a solidão e incompreensão das garotas avoadas foi longe demais.

Minhas pernas trêmulas me levaram para casa de algum modo. Ainda não sei dizer o que exatamente estou sentindo. Meu estômago estava embrulhado como se eu quisesse vomitar,

Ah.

Meu primeiro beijo.

Coloquei uma mão na boca, senti enjôo só de lembrar do momento.

Ao ver a porta de entrada, engoli seco e sorri para fingir que estava tudo bem. Coloquei minha mão machucada para trás, eu estava tão irada que não sentia dor. Porém, ao retomar consciência, podia sentir o seu latejar.

Abri a porta, implorando para não desabar em minha mãe.

— Você demorou, Camie! — mamãe apareceu na porta da cozinha. — Estava chorando?

— Não! — respondi de imediato, aquilo era um ultraje — Não chorei.

— Por que esses olhos vermelhos?

— Passei perfume perto demais dos olhos.

Ela começou a gargalhar. Agora meu sorriso parecia sincero e natural. Pelo menos consegui fazer a minha mãe rir. Tento focar nessa sensação para dizer que o dia não foi de todo ruim. Ver o sorriso de quem amo tanto é benéfico para pensar e deixar que coisas ruins me deixem para baixo.

— Vá logo tomar um banho.

— Tudo bem.

Subi desajeitada e trêmula para meu quarto, buscando apoio entre o corrimão e a parede. Desejando que tudo fosse um sonho ou uma ilusão assustadora que usei em mim mesma. Quando chego no quarto, me jogo na cama e deixo meu corpo pesado relaxar sob o colchão macio.

É inevitável não lembrar de novo daquele beijo.

A vontade de vomitar veio de novo e precisei correr para o banheiro.

Ah, Deus. Devo ter posto para fora tudo o que comi durante o dia.

Precisei tomar um banho gelado para tirar aquela sensação que tive dele. Meu coração batia tão forte, meu estômago revirava e eu tremia como se estivesse com frio. Passei por tudo isso sem derramar uma lágrima.

Com meus cabelos molhados e roupas tão quentinhas sob minha pele trêmula e gelada, deitei na cama de novo. Apenas respirando fundo aquele ar para não vomitar outra vez. Minha cabeça está a mil. Eu só queria dormir e esquecer tudo o que aconteceu.

— Camie, vem jantar!

— Mãe, não estou me sentindo bem! Vou dormir! — gritei com o pouco de vontade que me restava.

Ouvi os passos da minha mãe subindo as escadas. Me cobri rapidamente com o edredom.

— O que você tem?

Electra Heart | Camie ItsushimiOnde histórias criam vida. Descubra agora