Todoroki voltou com nossos pedidos. Além das nossas bebidas, havia bolinhos e sanduíches na bandeja. Assim que ele a botou na mesa, percebi o quanto estava faminta já que desde a noite anterior não comi nada além de lágrimas. Bakugou se separou de mim gentilmente quando tirei o fone para entregá-lo.
— Obrigada pela comida! — beberiquei meu cappuccino depois de assoprá-lo.
Passaram alguns minutos e eu devorava com vontade aqueles sanduíches. Os dois conversavam entre meias palavras sobre algumas provas e exercícios da UA. Escutava as suas vozes, mas não entendia o que eles diziam de tão concentrada no sabor daqueles sanduíches e bolinhos.
— Me desculpem. Eu tô acabando esses sanduíches. — deixei um no prato, restando apenas três deles.
— Por que está se desculpando? Você não comeu direito hoje, não é? — Todoroki observou.
— Ah... — é adorável ele ter reparado isso. — Eu meio que fiquei enjoada ontem à noite. — omiti toda a desgraça.
Bakugou se concentrava nos bolinhos como uma criança que ama doces. Ele me olhou de canto após a minha resposta, curioso sobre alguma coisa que não deixou passar. Eu ia perguntar a razão, mas fiquei receosa de sua resposta, então apenas deixei para lá.
Na verdade, mal conversei. Não era só indisposição, tudo o que aconteceu me deixou tão frustrada que eu não conseguia fingir a minha plenitude por tanto tempo. Se fosse para afogar minhas dores com essas delícias, que seja!
Após o término do lanche, as bandejas e xícaras foram devolvidas.
— Onde você mora? — Bakugou perguntou assim que saímos do local.
— É um pouco longe, mas consigo voltar a pé. — pensei na localização.
— Vamos deixá-la em casa. — Todoroki teclou com agilidade no celular e me olhou em seguida.
Antes que eu pensasse, eles já seguiram o caminho à minha frente.
— Direita ou esquerda? — Todoroki apontou para as ruas.
— N-não precisa! — gesticulei com as mãos para pararem de andar. — Vocês já foram a minha companhia nessa manhã!
— Do que você está falando? — Bakugou virou para mim. — Aproveita e conta quem você quebrou no soco pra sua mão está desse jeito. — ele apontou para a mão enfaixada.
Toquei no machucado no mesmo momento, tinha esquecido completamente dele.
-— Bakugou, você realmente daria um ótimo detetive, hein? — fiz um esforço para não suspirar de tristeza com uma piadinha sem graça.
Ele só revirou os olhos e voltou a olhar para frente.
— Venha ao nosso lado. Você está nos guiando. — Todoroki me chamou para andar no meio dos dois.
Andamos tranquilamente. Mesmo com vários carros buzinando e barulhos de trânsito, não era como se estivéssemos no mesmo clima de pressa. Não sei que horas eram, chuto de onze da manhã entre uma da tarde. O céu mesclava cinza e azul claro com uma ventania forte.
Quando encontrava folhas secas caídas na rua, me apressava para pisá-las. Todoroki e Bakugou continuavam em um silêncio paciente.
— Eu não sei por onde começar... — tentei parecer natural.
— Não se preocupe. Se você se sente pressionada, então...
— Não! — interrompi Todoroki — Não sinto. É que... é um pouco... ah.
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Electra Heart | Camie Itsushimi
FanficDepois de toda a confusão de "clones do mal" e aulas de licença provisória, Camie Itsushimi começa a refletir sobre a sua vida de heroína em um mundo tão longe de suas ilusões. Ela só não imaginava que ao longo de sua jornada, teria aqueles dois ami...