quando falamos sobre curativos na fila de inscrição

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— Um encontro!

— Fala baixo! — tampei a boca de Tsuri.

— Um. Encontro.

— Eu sei, eu sei.

— Como aquele garoto maluco pode ser tão fofo?

— Também não sei. 

— Tão atencioso!

Só a ouvi falar. Parecia um mundo paralelo, na verdade. Pensar em toda a situação me deixava meio envergonhada. Acho que eu não tinha caído na real ainda.

Tínhamos nos despedido fazia meia hora. Tsuri subiu depois de mim no ônibus. Então, ela começou a perguntar onde eu estava e aí chegamos a isso.

Apesar de ter comentado e dado alguns detalhes sobre Bakugou, é como se nada parecesse real e eu não sabia bem como me sentir com aquilo. Eu gostei? Sim. Eu gosto dele? Dúvidas.

— E como você tá se sentindo? — parecia que ela tinha lido meus pensamentos.

— Bem...

— Camie! Fala sério! Você não pode não estar sentindo algo.

— Eu não sei... — eu realmente falava a verdade. — Parece muita coisa ao mesmo tempo. Faz sentido?

O ônibus balançou de um lado para o outro, mas ainda falávamos em sussurros.

— Vai falar com ele de novo?

— É claro. Somos amigos.

— E se ele te chamar para outro encontro?

— Eu não sei. Eu deveria ir?

— Camie!

Eu encostei a cabeça na vidraça da janela.

— E se ele te beijar?

O ônibus passou por um quebra-molas na hora que ouvi aquela pergunta e bati a minha testa na vidraça.

— Você ficou nervosa só de pensar!

— Não! Eu bati na vidraça do ônibus, só isso. — eu nem conseguia pensar nessa possibilidade. Quer dizer, antes eu nem pensava na possibilidade de um encontro com aquele esquentadinho.

— Você parece diferente, Camie... E agora eu estou falando sério. Sabe que estou só brincando com você, não é?

— Eu sei. — agora estava eu sorrindo. — Pareço diferente?

— Diferente do tipo, parece estar menos impulsiva ao pensar que alguém gosta de você.

Aquilo me deixou sem uma resposta imediata.

O que me fazia ficar tão elétrica quando sabia que era correspondida e o que me faz agir com tanta cautela com Bakugou?

É claro que depois de todas essas situações que venho passado é fácil definir parâmetros.

Ainda assim, algo parece... incerto.

— Eu não sei. Ele não flertou comigo, eu acho. Ele parecia curioso em saber o que eu estava pensando. Isso foi diferente.

— Vocês conversaram sem segundas intenções, é isso?

— Acho que sim. A companhia e a diversão eram mais importantes. Meio que não liguei para isso...

— Como assim? Você não liga se não for desejada por ele?

— Eu me sentiria mal se fosse com o Kou-senpai... — fiquei em silêncio por alguns segundos tentando me entender.

Electra Heart | Camie ItsushimiOnde histórias criam vida. Descubra agora