o maldito sorriso de Katsuki Bakugou

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Correndo. O ar estava frio, mas as minhas bochechas pareciam quentes. O Sol descia, as nuvens laranjas passeavam no céu e a sua luz em nossa pele.

Estávamos correndo meio desajeitados. Bakugou estendeu a mão pra mim e eu a peguei. Era quente e escorregadia. Perdi o ar, porque estava meio nervosa, mas agora a situação toda parecia engraçada. E eu queria muito rir.

De mãos dadas, nos escondemos das câmeras entre os muros que conectam as quadras de esporte e os vestiários. Ainda tínhamos que correr, mas algo nos prendeu ali e estávamos meio ofegantes.

Ele ainda estava sorrindo quando ficamos de frente um para o outro. Agora estávamos trocando olhares estranhos, hesitantes e curiosos.

Que sorriso bonito. Eu estava olhando demais.

Aqueles dentinhos e os malditos olhos vermelhos brilhantes.

Como chegamos a isso?

O curso de super-heroínas tinha acabado. Muita gente começou a sair das aulas e pelo tamanho daquela multidão saindo das salas ao mesmo tempo, todos eram coordenados pelos professores, que apontavam para a próxima partida.

— Eu tenho aula de primeiros socorros agora! — Tsuri segurou a minha mão. — Se precisar de algo, me ligue.

— Claro. Eu vou...

— Parece que vamos juntos, Camie. Também me inscrevi nesse simpósio.— Shishikura olhou o seu horário.

Ao olhar para frente, Bakugou e Kirishima vinham até nós.

— Por que estão aqui? — Shishikura perguntou.

— Vamos para o simpósio com vocês. — Kirishima respondeu docemente.

— Não vou tenho paz mesmo.

— Seja legal. — cutuquei Shishikura.

Eu olhei para Kirishima e Shishikura, desviando de manter com qualquer contato visual com Bakugou. Por que eu estava tão ansiosa, de repente?

Quando Kirishima começou a nos guiar com toda a sua diversão, puxou assunto com Shishikura. É, agora me restava lidar com todas aquelas bagunças acidentais e implicantes na minha mente.

— Parece aérea. — a voz de Bakugou me fez pular.

— Mas eu sou aérea, não?

— Não desse jeito. — nos olhamos.

Droga, nos olhamos.

Engoli seco. Aqueles olhos vermelhos que normalmente sempre pareciam indiferentes ou irritados com a vida, agora soavam tão atentos e curiosos olhando para o meu rosto. Olhei para frente e torci para que os meninos nos incluíssem na conversa.

— Alguém ainda está te chateando?

Ele estava bem falante hoje. Justo hoje.

— Não. Quer dizer, não ligo mais pra isso.

— Ainda estão pegando no seu pé?

— Não deveria se importar com isso — eu sussurrei.

— Tem razão. Eu não deveria. — ele murmurou, com certo estranhamento.

Aquilo me pegou de surpresa.

Eu estava sendo chata, com certeza. Talvez, na realidade, ele me odiasse e só estava sendo atencioso por estar em um curso de heróis, então de alguma forma queria ser amigável por eu ter sido tão aberta a nossa amizade.

Electra Heart | Camie ItsushimiOnde histórias criam vida. Descubra agora