breve introdução: garotos não prestam

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Mais um dia completamente tedioso nessa escola.

Acabo me distraindo facilmente quando não temos aulas práticas.

Apertei a minha caneta e a rodopiei entre meus dedos. Ouvindo as vozes das pessoas, mas não entendendo o que elas dizem.

Apesar de adorar crianças e salvar pessoas seja um papel de força, um pouco de diversão nunca é demais. Por que tratam essas coisas de uma maneira tão democrática?

Talvez seja a excentricidade da individualidade Glamour na minha personalidade, mas todas as situações que envolvem conversas com grandes papéis cheios de palavras definitivamente se tornam torturantes para mim!

Olha essa sala de aula cafona, por exemplo. Quanta beleza desperdiçada nesse lugar. Tem uns garotos tão bonitinhos aqui... E essas garotas fofas e cheirosas? Que tristeza. Todos são tão lindos e tão injustiçados, sistematizados a algo que deveríamos aprender na prática, não em uma sala fechada.

Heróis são mais do que isso, certo? Eles são divertidos também! Acredito que se trata mais de bravura e coragem. Isso não se ensina em campo educacional, certo?

Lembrei das aulas de sábado com os meninos. Descansei meu queixo na palma da mão, passando as memórias do meu dia preferido da semana. Aqueles garotos sabiam mesmo o que era diversão... Aprendi mais com essas aulas de reforço do que presa nessa carteira em aulas que deveriam ser avançadas.

Ah, e eles são tão bonitinhos... Aquele Shoto Todoroki, minha nossa senhora. Por que não peguei a mesma escola que ele? Katsuki Bakugou também é tão lindo quando tá quieto, esse tipinho revoltado late, mas não morde. Aposto que ele é do tipo que fica vermelho ao receber um elogio inesperado. Queria ter visto as meninas da UA, devem ser obras de arte como eles dois.

Minha caneta é tão linda. Girei para ver os detalhes de glitter que tem ao redor dela. Linda.

Verdade! Amanhã tem estágio. Finalmente posso pôr em prática como heroínas glamourosas agem.

Raramente consigo me focar totalmente em algo. Me chamam de avoada como implicância, mas vão precisar de muito mais do que isso se querem me abater. Até porque, cara, eu sou avoada mesmo! Como poderia me ofender? Como exatamente agora, enquanto converso comigo mesma sobre como essa aula parece a morte e esses pensamentos super aleatórios voam na minha cabeça, as palavras do professor saem como bolhas brilhantes cheias de carinhas tristes. Chaaato.

— Itsushimi!

— Eu!

Levantei meu braço, acordadíssima. É óbvio que eu estava toda antenada.

— Você escutou o que eu falei?

— Hum... — inclinei minha cabeça. — Não, mas tenho certeza que era alguma coisa sobre a matéria, certo?

Ele apenas ignorou minha resposta revirando os olhos enquanto vários alunos riram de escárnio. Agora me diga, eu errei a resposta?

A Camie é tão burrinha.

Ela é tão avoada. Sério, como ela passou nessa escola?

Imagina para salvar as pessoas, é capaz que ela se perca no lugar e se torne a pessoa a ser salva! Já imaginou?

Não liguei, dei até risada. Esse pessoal é bem criativo...

O sinal tocou. Todos os alunos já se levantavam com suas mochilas prontas sem ao menos o professor terminar de falar. Eu, como sempre, perdida em todos os rolês possíveis, fechava meu caderno de boaça e guardava minhas canetinhas.

Electra Heart | Camie ItsushimiOnde histórias criam vida. Descubra agora