Lover of Mine - Hawks x OC

Capítulo 8

— Não acredito que você realmente tenha quase dado um soco no Endeavor! — Hawks gargalha.

— Opa, não foi exatamente assim... Eu não cheguei perto dele.

— Você mesma disse que foram precisos seis dos seus amigos para te segurarem enquanto você gritava com ele.

— Shoto é meu melhor amigo, eu não me importaria de ser presa por agredir o merda do pai dele.

Hawks continua rindo, mas o brilho nos seus olhos dizia que estava impressionado de certa  forma.

— Ele é literalmente um dos caras mais assustadores que eu já conheci pessoalmente!

"Eu não", penso em responder. Nem mesmo meus melhores amigos sabiam sobre meu pai, então era óbvio que eu não contaria isso para alguém que eu mal conhecia.

— Ok, agora é sua vez, Passarinho. Me conte algo sobre você que eu não esperaria.

Ele franze o nariz ao ouvir o apelido dado por mim, mas sorri logo depois. Hawks pensa um pouco, enquanto eu finalizo o pedaço de pizza doce que estava na minha mão. O herói não havia concordado em me deixar ajudar a pagar a comida, alegando que numa próxima eu poderia pagar, mas mesmo assim ele havia feito questão de me deixar comer mais do que ele. Propositalmente ou não, eu tinha comido mais do que o suficiente, e já me sentia bem melhor.

— Vem comigo no telhado, vou te mostrar uma das coisas que eu mais gosto de fazer quando estou entediado. — Ele estende a mão para mim com empolgação enquanto se levanta da almofada que nós havíamos colocado no chão. Aceito sua mão e deixo que ele me guie até o telhado de seu apartamento.

O lugar onde ele morava era uma cobertura de dois andares em um prédio não tão alto próximo ao centro da cidade, mas era facilmente um dos com a vista mais bonita que eu já tinha visto. Por ter um ranking tão bom, provavelmente deveria ganhar muito bem, sem falar dos anos que ele já estava trabalhando nisso. Eu e meus amigos, com pouco mais de um ano de trabalho, havíamos conseguido um lugar bom para viver com nossos salários, além de conseguirmos ter uma vida confortável, mas nada comparado ao que Hawks tinha.

Ao chegarmos no topo do prédio, ele me guia até a beirada do parapeito, e nos sentamos ali. Quando eu era mais nova, possuía pavor de altura, mas conforme fui me acostumando com minha quirk ele se foi, sendo substituído por uma afeição enorme ao voo. Olho para ele, esperando que ele me explique o que estávamos fazendo ali.

— Então?

Ele sorri relaxado, e sua postura se torna completamente desleixada conforme seu olhar recai sobre a rua movimentada abaixo de nós. 

— Está vendo as pessoas andando ali embaixo e nos prédios próximos? 

— Sim, o que tem? — Olho em volta, curiosa. 

— Cada uma delas tem uma história própria que está se desenrolando conforme conversamos. Quando eu estou de patrulha e entediado, gosto de inventar histórias ou tentar adivinhar o que está acontecendo com elas. Por exemplo, — ele aponta na direção de uma senhora, que seguia um garotinho correndo animado na sua frente — aquela senhorinha ficou responsável por cuidar do neto depois que sua filha morreu tragicamente em um acidente, e hoje em dia ele é a luz da vida dela...

Observo, realmente impressionada enquanto ele desenrola a história, sinceramente adorando esse lado criativo de Hawks. Ele realmente parecia entretido enquanto me contava os mínimos detalhes que ele mesmo bolara, e eu apenas observo, genuinamente interessada. 

— Todas geralmente envolvem coisas tão triste como a morte de alguém? — Pergunto quando ele termina de narrar a história. 

— Não mesmo, só achei que nesse caso fazia sentido.