Capitulo 7

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Já eram 16:30 da tarde. Alec e eu chegamos na lanchonete e ele estacionou a moto junto com as outras dos presentes no estabelecimento.

Apos entramos ouvindo o tilintar do pequeno sino de prata da porta, nos encaminhamos para uma mesa afastada das outras, onde eu sempre me sento por ser perto de uma janela grande da lateral que fica de frente para a estrada colorida da primavera.

Os sofás na volta da mesa quadrada branca eram num tom de vermelho forte, bem macios, nos sentamos um de frente para o outro. Assim que nos acomodamos não demorou muito para uma garçonete de avental branco e vestido azul marinho nos atender, como comemos antes de virmos eu peço somente um milk-shake de morango e Alec opta por um de baunilha.

-Você ta bem?- Pergunto apos uns minutos de silencio.

-Sim, já estou acostumado com isso.- Diz de forma vaga.

Fico por um minuto encarando as safiras azuis, Alec parecia cansado, como se fosse um esforço sorrir. Abro a boca na intenção de perguntar sobre nosso quase beijo, que estava incomodando minha mente e me deixando inquieta.

-Jones! - Escuto alguem me chamando, reconheço essa voz mesmo antes de virar-me a tempo de ver Will McNoy levantar de sua respequitiva mesa e vir em nossa direção.

- McNoy- Falei de forma vaga.

McNoy sempre foi apaixonado por mim e isso não é segredo nem para o mesmo. Will é um rapaz muito bonito e bem elegante, sempre bem vestido e com muita educação, seu cabelo preto muito bem arrumado e seu terno bem alinhado. Confesso que já tive uma queda por ele ano passado, porém passou em um piscar de olhos, McNoy é muito centrado e serio, eu sempre fui solta e alegre, temos muitas coisas para nos diferenciar.

-Continua linda como sempre- Disse com um sorriso educado.

-Obrigada senhor McNoy, este é Alexander Argent, estamos fazendo um trabalho juntos- Falem de maneira formal, era como uma brincadeira entre nós, mesmo não nutrindo de sentimentos pelo de cabelos noturnos, não deixo de gostar do mesmo, sempre sendo muito educado e inflando meu ego com elogios.

-Olá Argent- Disse educado, mas vi em seus olhos que não gostou de conhecer Alec.

- Oi- Alec disse tão vago quanto pode, o que me fez sorrir sem perceber.

Os dois se encararam de maneira mortal, quase como se estivesse tendo uma guerra na qual não foi convidada a participar.

- O que deseja Will?- Pergunto quebrando o clima estranho que se formou.

- Nada de mais, apenas a vi e vim cumprimenta-la, sabe como é, ficamos um tempo sem nos ver, estive com saudade de sua companhia- Disse malicioso.

Eu e Will já ficamos por uns meses, porem o mesmo sempre tinha que viajar para os negócios de seu pai.

- Viajando como sempre, talvez um dia possamos sair pra matar a saudade...- O mesmo me encarou quase que provocativo.

- Claro, se não estiver ocupado viajando... e eu também ando com muitos trabalhos da escola para aprontar- Disse desviando os olhos do mesmo.

Tivemos um relacionamento conturbado, ele vivia viajando e eu sempre estava envolvida com peças de teatro e a escola, o de cabelos escuros queria que eu fosse com ele para as viagens de negócios, porém não ia deixar tudo para traz para satisfazer o mesmo, não pretendo parar os estudos e abandonar meu sonho de um dia virar cineasta.

- Ah sim, vejo que tem trabalhos da escola pra fazer- Diz olhando para Alec provocativo, o mesmo sentiu a maldade da fala do moreno e não tardou em responde-lo.

- Sim temos trabalho pra fazer, então se nos der licença- Alec disse com um sorriso falso no rosto.

-Claro, até Verônica- E num gesto rápido o maior selou minha bochecha num beijo delicado- Vou indo.

Senti que seu ato foi por pura provocação, mesmo assim fiquei um tanto envergonhada.

Depois de algumas horas conversando com Alec sobre algumas coisas do trabalho nós concordamos em terminar durante a semana para entregar na segunda que vem, tínhamos 4 dias para faze-lo, ainda faltava as pesquisas, e eu iria fazer o video. Então iriamos nos encontrar ali na lanchonete todos os dias as 14 horas.

Confesso que gostei da dinâmica em que trabalhávamos, os dois são muito inteligentes então este trabalho iria ser digno de nota máxima!

Mesmo que o clima tenha ficado estranho com o nosso quase beijo, nós procurávamos não tocar no assunto, por estarmos um pouco envergonhados, e não poderia reclamar, realmente foi no calor do momento.

Mas fiquei pensando ainda no que ouvi Sra. Argent falar. Por que ele não poderia cantar sendo que ele é bom? Realmente não tinha sentido, parece que os pais dele o tinham proibido de entrar na sala, o que me deixou muito curiosa. E sempre que tentava perguntar Alec mudava o assunto, alegando ser só para o bem do mesmo.

No momento estávamos rindo de uma piada mal feita pelo maior, e eu como sempre ria que nem uma condenada.

- Como consegue rir tanto dessa piada? Ela é a mais conhecida do mundo inteiro!- Alec me encarava incredolo por eu estar gargalhando de suas besteiras. - Ok, escuta essa então.

Ele se arruma na cadeira e estufa o peito.

-O que a galinha foi fazer no show de magica?- Alec disse com um sorriso divertido.

- Não sei, o que?- Perguntei quando as risadas sessaram.

- Ficar popotizada

E de novo eu me encontrava quase engasgando de tanto rir, saia lagrimas dos meus olhos e minha barriga doia pelas gargalhadas. Enquanto eu quase morria por falta de ar, Alec me encarava com um sorriso muito brilhante, e dava risadinhas roucas enquanto dizia o quanto foi sem graça, mas mesmo assim eu gargalhei durante longos minutos.

- Você devia ser comediante- Disse após voltar ao normal, encarando as safiras azuis brilhantes

- Só você acha graça dessas piadas cliches que eu pego da internet- Disse divertido.

- Mas é muito engraçado- Voltei a rir ao lembra da piada dos tomates atravessando a rua.

- Sua risada é contagiante- Ele disse rindo de mim- Mesmo sendo estranha.

- Ei! minha risada é fofa!- Fingi irritação.

- Não, mesmo você sendo fofa sua risada é igual um fumante- Falou rindo.

Ok, fiquei meio sem reação quando o mesmo disse que me achava fofa, eu estava vermelha, só não sei se por vergonha ou por ter rido muito a segundos atraz.

Parece que o mesmo percebeu por que ficou tão envergonhado quanto eu.

Nossos olhos se encontram em uma luta de sentimentos estranhos que eu sentia, os seus azuis encaravam os meus verdes e não faseamos menção de desvia-los. Seu telefone recebe uma mensagem que o faz ficar serio na hora, se levantando e dizendo que tem que ir.

- Vamos, te deixo em casa- Diz apos pegar minha mochila pra leva-la.

Durante o caminho fiquei agarrada no mesmo com um medo absurdo de cair da moto, o de cabelos claros me deixou na porta e foi as pressas pra casa.

Foi um dia muito divertido e curioso, mesmo com as partes em que fiquei muito envergonhada, eu senti uma paz e calmaria grande enquanto ele contava suas piadas ruins e eu ria loucamente.

Assim que entro em casa vou direto para o banho, relaxando o corpo e colocando um filme para assistir na TV, me perdi em pensamentos e nem prestei atenção quando o filme rolava baixinho, só pensava nas esferas azuis me encarando e foi assim até todos chegarem em casa e termos um jantar divertido com minha mãe falando loucuras para meu irmão e eu apenas ria baixinho pela bronca por estar namorando e não mencionar para ela, que pareceu achar absurdo não conhecer a nora.

Os dramas de uma Atriz: Do Completo Ódio Ao Mais Puro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora