Alec Narr:
- Tô aqui mãe, cheguei- Disse em um suspiro cansado.
Depois que recebi uma mensagem da minha mãe dizendo que eu deveria vir pra casa, deixei Verônica na casa dela, assim que a mesma entrou fui de moto o mais devagar possível, não queria chegar em casa e encontrar minha mãe sentada no sofá pronta pra dizer um bocado de coisas chatas e exaustivas sobre eu não chegar perto da sala de musica.
As vezes é cansativo escutar o mesmo discurso de "Alec não quero você brincando com essas coisas". Ela não entende que eu realmente gosto, na verdade entende, só não quer permitir.
- Sua tia vai vir jantar conosco, esteja pronto e elegante para recebe-la - Disse autoritária sem me olhar.
Murmurei um ok e fui para meu quarto descansar um pouco antes de me arrumar. Deito na cama e fico encarando o teto, sempre que fico sozinho no meu quarto sem a presença de ninguém que me julgue sem ao menos saber o que eu sinto, a tristeza e solidão vem como um demônio particular me atormentar.
A culpa e a saudade sempre me fazem sentir que não tem motivos pra continuar tentando, por que eu continuo insistindo em me manter forte se eu continuo com muita dor. Essa culpa de não estar com ele quando aconteceu... eu deveria ter ido junto, eu disse que iria... eu não deveria ter desistido.
Eu deixei ele ir sozinho pra quela boate, era pra eu ter ido junto, eu deveria te-lo acompanhado, eu prometi que iria ver ele e dar apoio, e agora ele não esta mais aqui... ele morreu e a culpa foi minha.
Se eu ao menos tivesse junto eu estaria com ele, ele não iria ficar sozinho. Eu fico me perguntando se ele ficou com muito medo, se ele sentiu dor, se ele ficou com raiva de eu não estar com ele.
Nem notei quando as lágrimas escorreram sem cessar dos meus olhos, numa cachoeira salgada e triste, escutando meus suspiros e engasgos baixinhos. Meu peito doía muito com essa culpa e dor que fazem parecer que estou dentro de um tanque.
Tudo a minha volta girava e cada vez minha visão ficava mais nublada, minhas mãos tremiam muito a cada segundo. Eu preciso resolver, eu preciso ficar bem.
Eu tenho que respirar, tenho que voltar ao normal, vamos la Alec! Você é um idiota mesmo!!
Não adianta mais, agora o Percy já ta morto! e a culpa é sua, não adianta chorar que nem um garotinho. Eu tenho que me recompor, tenho que me acalmar, que nem eu sempre fiz.
Eu estou sozinho, sempre estive, não preciso de ninguém pra me acalmar. Sempre faço isso por mim mesmo. Vou para o banheiro em busca de um banho pra tentar voltar ao norma, mas é difícil quando não se enxerga mais que um grande borrão.
Entro no chuveiro com grande dificuldade, colocando a aguá no frio, pra tentar baixar a quentura que sinto me consumir. Minha cabeça para aos poucos de girar e minha vista vai perdendo os pontos em preto, sinto meu corpo parar de tremer devagar, e minhas pernas voltam a ter força. To conseguindo, isso é um bom sinal.
- Vamos Alexander! Daqui a pouco sua tia e seu primo chegam. - Mamãe diz da porta do quarto.
Após mais alguns segundos eu saio do banheiro como se nada tivesse acontecido, vestido corretamente e colocando a mascara de menino educado novamente. Ninguem pode nem sequer imaginar que eu tenho esses ataques, iriam dizer que eu sou fraco, e mesmo eu sendo e carregando toda esta culpa eu sei que seria pior escutar minha mãe dizendo isso.
Eu tenho que conviver com isso pra sempre, a culpa de Percy morrer foi minha, e eu vou carregar isso até o fim sozinho...
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Os dramas de uma Atriz: Do Completo Ódio Ao Mais Puro Amor
RomanceOs Dramas de Uma Atriz Ela sabe seu segredo, mas não conta a ninguém, mesmo ele sendo muito bom nisso. Ela finge não se importar mas gosta dele. As letras que ele escreve são para ela. Será que eles vão ficar juntos? 🌷 Venha ler esse incríve...