Capítulo 4

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  Eu estava em um lugar escuro, me sentia presa, não sentia meu corpo, não conseguia me mecher, eu tentava gritar mais minha voz não saia. E então escutei uma pessoa dizer no meu ouvido:

   -- Acha que vai sair daqui? Está enganada.... ( riu macabramente )
  
   E então eu acordei, era um sonho. Me sentei na cama e chorei, chorei até perder o fôlego, olhei o relógio, já eram 07:20, então fui tomar banho, vesti uma calsa preta, uma camisa de lã rosa e minhas botas de salto pretas.

   Fui para a cozinha e comi cereais com morango, eu sempre comia muito no café, e fui para a escola. Quando cheguei meus amigos vieram correndo ao meu encontro.

   -- Oiii, está bem? Temos que te contar uma coisa!!! (disse Sofia animada)

   -- Oi, Estou sim, o que aconteceu? Está pulando de tão animada. -Falei com um sorriso, feliz por ter eles.

   -- Vêronica você não ficou sabendo? -Pergunta Roger.
 
   -- Não meu Deus, o que aconteceu?! -Pergunto já sem paciência. Eles enrolam demais!

Odeio quando o Roger faz isso, ele fica aumentando o assunto até eu passar mal.

   -- Eu, Roger Guiden, fui convidado a apresentar meus quadros para o museu de arte como um convidado da escola! Acredita! -Diz super animado.

   -- Aí meu Rá! Meus parabéns -O abracei, ele ficou dando pulinhos comigo no colo- Fico muito feliz por você, você merece! - Fico dando diversos beijinhos no rosto dele.

Ficamos uns minutos abraçados e pulando de tão felizes. Roger é demais e ele merece toda a felicidade do mundo.

   O sinal tocou e fomos em direção a sala de aula. Quando no corredor alguém esbarra em mim, me derrubando com tudo no chão.

   -- Olha por onde anda garoto! -Digo com raiva e juntando meus livros
   Ele se ajoelhou para me ajudar.

   -- Desculpe, Não estava pres...

   Quando levanto o olhar vejo que é o Alec que esbarrou em mim.

   -- Ah... è você... - Digo meia sem jeito.

   -- Descupe, já vou indo.

   Ele sai em disparada para a sala e eu fui em seguida também.
  
   Quando entramos na sala e nos sentamos o professor entra, fechando a porta.

   -- Bom dia pessoal, hoje temos um trabalho de ciências para começar, se vocês quiserem podem fazer em dupla, com a condição de eu escolher, tudo bem?

   Nós concordamos com as condições do professor, ele foi falando com quem ia ficar cada pessoa, quando chegou em mim ele disse:

   -- Senhorita Jones, você vai ficar com o senhor Argent. Agora podem se juntarem com suas duplas para aprontar seus trabalhos.

   Eu fiquei com o Alec? Que merda! E agora? O que eu faço?
   Ele vem em minha direção com um papel pequeno na mão.

   -- Oi... anota seu número aí.

   -- Que educado neh? -Digo com cara de deboche

   -- Quer que eu implore? -Disse também com deboche.

   -- Idiota. - Que muleque irritante!

   Anotei e ele falou que me ligaria para avisar onde e quando íamos fazer o trabalho. Depois fomos em bora.

   Quando cheguei em casa, vi minha mãe no sofá com meu pai em seu lado. Quando me viram levantaram e meu pai veio me abraçar.

   -- Oi minha filha. Está tudo bem?

   -- Sim, que faz aqui?

   -- Eu queria saber como você e seu irmão estão... -interrompi ele.

   -- Corta essa, nunca vem aqui ver como estamos, o que quer de verdade?

   Depois que disse isso meu irmão chegou pela porta. Estava com sua camisa do time da escola, seu cabelo castanho estava meio molhado e sua pele morena também, pelo visto tomou banho depois do treino.

   -- Oi maninha, -Me abraçou de jeito carinhoso, quando viu a presença de nosso pai fez cara de bravo- o que ele faz aqui?

   -- Oi filho, como está? - Meu pai tenta se aproximar pra nos abraçar.

   -- Tô bem, o que aconteceu? - Jecob me puxa pela cintura num claro ato para desviar do abraço.

   -- Vim saber de vocês, estava jogando bola?

   -- Sim, não que você se importe. Vem Vêronica, vamos para o quarto, temos que conversar. -Ele colocou seu braço forte por volta do meu pescoço e foi me guiando para seu quarto.

   Entramos e eu sentei em sua cama, estava tudo arrumado, seu skate atrás da porta perto da escrivaninha. Seu quarto era maior que o meu, mas não dava para perceber por conta de suas tralhas.

   -- Você sabia que ele vinha? -Perguntei mesmo sabendo a resposta

   -- Não... Mais acho que sei o motivo... -Disse pensativo

   -- Por que? - Pergunto confusa, como ele saberia?

   -- Aquela loira esquelética o largou e ele não tem para onde ir.

   -- Ele vai ficar aqui?

   -- Não! Eu não vou deixar! -Estava com o rosto queimando, deu um soco na porta fazendo eu incolher.

   -- E a mamãe? - Digo baixinho

   -- Não sei, acho que ela não vai deixar.

   -- E para onde ele vai ir?

   -- Ele que ache um canto. - Diz de maneira grosseria

   -- Ele é nosso pai Jek... - Digo, por que apesar de tudo ele era nosso pai neh.

   -- Não interessa, ele trail a mamãe! - Ele da um grito que me da  um certo medo e raiva, odiava que ele descontasse isso em mim.

-- Não grita comigo Jones! - Digo levantando e encarando ele, por ser mais alto fica difícil de olhar em seus olhos, mas eu tento.

Nos olhamos por longos minutos, sei que não foi de proposito, por isso não fiquei brava de verdade, só odeio que gritem comigo. 

   -- Está certo, então vamos lá? - Ele se da por vencido e suaviza a expressão 

   -- Vamos. - Digo baixo

   Fomos lá e Jacob e meu pai discutiram. Jek (que é como eu chamo ele desde bebê) estava certo, a Luciana largou ele, ele queria ficar aqui, mais o Jek não deixou, meu pai foi para um hotel e não falamos mais nisso depois.

   A noite, depois do jantar, eu não conseguia dormir, então fui para o quarto de Jek e bati na porta.

   -- Jacob, posso entrar? - Digo baixinho pra não acordar mamãe.

   Ele não estava dormindo então respondeu que sim, entrei e sentei na cama.

   -- Eu não consigo dormir, posso ficar aqui? - Disse cautelosa, indo em direção da cama.

   -- Sim, deita aqui.- Faço o que dissera e me deito em seu lado.

   Ele me abraçou e eu estava quase chorando.

   -- Vai ficar tudo bem com o papai e a mamãe? - Digo com a voz embargada.

   -- Eles se separaram Ronny, bem nunca vão ficar, mais podem ser felizes com o tempo.

   Eu comecei a chorar e ele fez carinho no meu cabelo, com seus olhos empresando seu carinho com o silencio gostoso, mais também um vazio imenso.

Ele e papai eram muito grudados, inseparáveis, só que agora Jacob nunca mais o tratou com carinho.

   -- Te amo Lune.

   -- também te amo Sun.

   Dormimos abraçados, estava quente, me senti segura com meu irmão.

Os dramas de uma Atriz: Do Completo Ódio Ao Mais Puro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora