Joshua Beauchamp
— Josh? Josh?... Joshua!
Sobressalto ao ouvir Kyle praticamente gritar na minha orelha e quase caio do banco em que estou sentado. Olho-o um tanto impaciente e indago:
— O que foi?
— Estava perdido no mundo da lua, é?
"No mundo de Any Gabrielly" seria a pergunta certa. Solto um suspiro, passando os dedos entre as mechas do meu cabelo, jogando-os para trás no processo. O que não adianta muito, já que a franja suada cai quase que instantaneamente de volta sobre os meus olhos.
— Desculpa, só estava distraído. — respondo.
— Distraído passa longe do que você realmente estava. — debocha, batendo de leve em meu ombro.
Dou-lhe um sorriso cansado e olho para o meu reflexo no grande espelho da sala de treinos do estúdio. O pessoal continua ensaiando, mesmo que eu tenha saído de órbita há vários minutos e perdido totalmente o foco na coreografia.
Apesar de alheio e ainda chateado, observo Kyle sentar ao meu lado.
— Quer fazer uma pausa? — ele sugere — Assim podemos conversar um pouco.
— Pode ser. — encolho os ombros.
Meu amigo me entrega as muletas até então apoiadas na parede mais próxima e dou um impulso para levantar, encaixando-as debaixo dos braços para ficar de pé.
— Pessoal, vamos fazer uma pausa de vinte minutos. — digo aos meus colegas — Descansem e bebam água. Não muita para não pesar quando recomeçarmos.
Todos concordam e dispersam na sala de treinos. Kyle e eu caminhamos lentamente para fora, mais especificamente para a entrada do estúdio de dança.
— Sorte que eu vou tirar essa droga de gesso amanhã. Já não aguento mais!
— Quando começa a fisioterapia?
— Assim que o médico liberar. Acho que vou precisar fazer algumas radiografias antes.
Paramos em frente a máquina de bebidas e meu amigo pega duas garrafinhas com água, oferecendo-me uma, que aceito. Saímos para a rua e acomodamo-nos em um canteiro. Claro que eu faço todo um malabarismo para agachar e conseguir sentar dignamente.
Ficamos quietos um momento, repondo o líquido que perdemos após quase uma hora e meia de ensaio, e Kai é quem toma a frente de iniciar a conversa ao perguntar:
— Ainda preocupado com a história do ex-marido da Any?
— E como eu não estaria? — respiro fundo — O cara voltou depois de cinco anos e, apesar de tudo o que aconteceu, continua representando uma ameaça. Porra! Como competir com ele, que foi justamente o ex-marido dela?
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À TRÊS ᵇᵉᵃᵘʳʳᵉᵃⁿʸ
Romance[+18] | beaurreany/noshany O amor tem várias faces, vários jeitos, várias interpretações. O coração não faz distinções, não escolhe entre o que é certo ou errado, assim como às vezes não se limita a querer apenas uma pessoa. Mas será que é realmente...