11. Obrigado Mestre Ao

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- Aqui, Tereza, eu o trouxe.

Tereza estava sentada em um banquinho velho dobrável, e sentiu um calafrio ao encarar os olhos de Shinosuke se aproximando.

- Você me chamou de volta porquê? Tem alguma informação para mim?

- Esse insensível, indo direto ao ponto... nem ao menos perguntou se estou bem após quase enlouquecer com suas memórias. - suspirou - Sim. Vi que você está procurando um lugar com forte energia mágica, com esperança de encontrar seu pai...

- Hã?! Então foi isso, todas as suas memórias foram passadas pra ela? Porquê ela e não eu?

Yuri parecia indignado.

- Porque eu sei que Tereza é a verdadeira líder de vocês, eu não só compartilhei minhas memórias para ela, como também vasculhei as dela. Você passou por muita coisa também.

- Érr... obrigada... mas por favor, me deixe terminar.

Tereza falava o tempo olhando para as suas mãos em cima do colo enquanto as esfregava. Shinosuke analisou e constatou que ela é uma garota um tanto tímida, mas ele estava errado.

- Abimaru Shika, o rei de Kyoto, e hoje rei de toda a Ásia, é um cara prepotente, poderoso, arrogante, maldoso. Por conta dele estamos exilados aqui, lutando para sobreviver. Passamos um inferno aqui todos os dias, e temos saudade do mundo como estávamos acostumados. De dia aqui é escuro, de noite é mais escuro ainda, e sempre, sempre há escuridão e demônios pulando dela para nos atacar. Eu odeio ser a mais inútil apesar de ser a líder da Confraria, porque eu nasci sem nenhum poder, e por isso fui muito desprezada na vida.

Todos pareciam tristes e ouviam a história de Tereza com a cabeça baixa.

- Onde quer chegar com essa história?

Shinosuke interrompeu, sua pressa era demasiada.

- Queremos ir com você. Queremos enfrentar nosso maior malfeitor. Queremos... vingança, nem que morramos para isso, custe cada gota de sangue que já foi derramada entre nós.

Shinosuke surpreendeu-se, e chegou mais perto da garota.

- Devo tê-la julgado errado. Suas palavras indicam que você sabe onde devemos ir.

- "Devemos?" Então...

- Sim. Vocês podem vir comigo, passe a liderança da Confraria para mim, e nenhum de vocês morrerá debaixo de minha proteção.

De repente os integrantes da Confraria Delta olhavam-se se sorriam, felizes tendo um pouco de esperança. Yuri segurava as lágrimas enquanto mantinha sua pose, e Tereza, ao ver a animação do grupo, não conteve as lágrimas.

- Obrigada, muito obrigada, senhor Ao.

A voz trêmula de Tereza fez Shinosuke perceber o quão humilde eram aquelas pessoas, e um sorriso satisfatório estampou seu rosto.

- Mas agora, Tereza, me conte o que sabe sobre o paradeiro de meu pai.

Tereza enxugava suas lágrimas e todos retornaram a atenção à ela.

- Sim... claro. Ao norte de onde estamos, na direção em que você já estava indo antes, há uma dungeon, denominada pela igreja de "A Dungeon de Outro Mundo."

Shinosuke ouvia com atenção.

- Essa Dungeon é um gigantesco castelo que não sei quantos andares possui. Se aproximar de lá sem proteção corporal é o equivalente a suicídio.

- E porquê diz isso?

Perguntou Shinosuke, interrompendo Tereza.

- Porquê desde que ela apareceu de repente, perdemos nosso lar, e todo o resto. A luz do sol não nos alcança, a lua e as estrelas não são vistas, e tudo se tornou um Breu sem fim. Esse lugar só está assim hoje porque aquela coisa tem uma energia que ao se aproximar instiga as pessoas à entrar, mas nunca retornam. Perdemos 50 de nossos integrantes lá, ficamos fracos, e fugimos para o mais longe possível daquela coisa asquerosa.

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⏰ Última atualização: Jun 14, 2021 ⏰

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Kodokuna Tsumi - Pecado SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora