- Aqui, Tereza, eu o trouxe.
Tereza estava sentada em um banquinho velho dobrável, e sentiu um calafrio ao encarar os olhos de Shinosuke se aproximando.
- Você me chamou de volta porquê? Tem alguma informação para mim?
- Esse insensível, indo direto ao ponto... nem ao menos perguntou se estou bem após quase enlouquecer com suas memórias. - suspirou - Sim. Vi que você está procurando um lugar com forte energia mágica, com esperança de encontrar seu pai...
- Hã?! Então foi isso, todas as suas memórias foram passadas pra ela? Porquê ela e não eu?
Yuri parecia indignado.
- Porque eu sei que Tereza é a verdadeira líder de vocês, eu não só compartilhei minhas memórias para ela, como também vasculhei as dela. Você passou por muita coisa também.
- Érr... obrigada... mas por favor, me deixe terminar.
Tereza falava o tempo olhando para as suas mãos em cima do colo enquanto as esfregava. Shinosuke analisou e constatou que ela é uma garota um tanto tímida, mas ele estava errado.
- Abimaru Shika, o rei de Kyoto, e hoje rei de toda a Ásia, é um cara prepotente, poderoso, arrogante, maldoso. Por conta dele estamos exilados aqui, lutando para sobreviver. Passamos um inferno aqui todos os dias, e temos saudade do mundo como estávamos acostumados. De dia aqui é escuro, de noite é mais escuro ainda, e sempre, sempre há escuridão e demônios pulando dela para nos atacar. Eu odeio ser a mais inútil apesar de ser a líder da Confraria, porque eu nasci sem nenhum poder, e por isso fui muito desprezada na vida.
Todos pareciam tristes e ouviam a história de Tereza com a cabeça baixa.
- Onde quer chegar com essa história?
Shinosuke interrompeu, sua pressa era demasiada.
- Queremos ir com você. Queremos enfrentar nosso maior malfeitor. Queremos... vingança, nem que morramos para isso, custe cada gota de sangue que já foi derramada entre nós.
Shinosuke surpreendeu-se, e chegou mais perto da garota.
- Devo tê-la julgado errado. Suas palavras indicam que você sabe onde devemos ir.
- "Devemos?" Então...
- Sim. Vocês podem vir comigo, passe a liderança da Confraria para mim, e nenhum de vocês morrerá debaixo de minha proteção.
De repente os integrantes da Confraria Delta olhavam-se se sorriam, felizes tendo um pouco de esperança. Yuri segurava as lágrimas enquanto mantinha sua pose, e Tereza, ao ver a animação do grupo, não conteve as lágrimas.
- Obrigada, muito obrigada, senhor Ao.
A voz trêmula de Tereza fez Shinosuke perceber o quão humilde eram aquelas pessoas, e um sorriso satisfatório estampou seu rosto.
- Mas agora, Tereza, me conte o que sabe sobre o paradeiro de meu pai.
Tereza enxugava suas lágrimas e todos retornaram a atenção à ela.
- Sim... claro. Ao norte de onde estamos, na direção em que você já estava indo antes, há uma dungeon, denominada pela igreja de "A Dungeon de Outro Mundo."
Shinosuke ouvia com atenção.
- Essa Dungeon é um gigantesco castelo que não sei quantos andares possui. Se aproximar de lá sem proteção corporal é o equivalente a suicídio.
- E porquê diz isso?
Perguntou Shinosuke, interrompendo Tereza.
- Porquê desde que ela apareceu de repente, perdemos nosso lar, e todo o resto. A luz do sol não nos alcança, a lua e as estrelas não são vistas, e tudo se tornou um Breu sem fim. Esse lugar só está assim hoje porque aquela coisa tem uma energia que ao se aproximar instiga as pessoas à entrar, mas nunca retornam. Perdemos 50 de nossos integrantes lá, ficamos fracos, e fugimos para o mais longe possível daquela coisa asquerosa.
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Kodokuna Tsumi - Pecado Solitário
FantasyNeste mundo, os poderes demoníacos são tudo. Shinosuke Ao, desprezado por seus pais biológicos no dia de seu nascimento por não possuir poderes demoníacos, terá que se esforçar para se fortalecer, e buscar vingança com um poder anormal.