Capítulo 9 - Expresso

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Depois de quase um mês estou aqui de novo...

FORMADAAAAAAAA (finalmente) 

Então aqui está mais um capítulo fresquinho!Boa leitura!

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Não houve um só momento que ele fechasse os olhos e não relembrasse o que aconteceu sem abrir o 'sorriso idiota' como Ray chamava. O fantasma das mãos dela, deslizando através dos ombros por cima do tecido fino e a maciez dos lábios nos dele vinham como flashes toda vez que ele virava de um dos lados tentando adormecer.

A silhueta dela ao se esgueirar antes que ele pudesse pensar em fazer qualquer coisa. Ele ainda lembrava do sorriso travesso murmurando um 'boa noite' para correr para a entrada do dormitório feminino.

Seus pés ficaram plantados no chão da calçada como se ela tivesse lançado feitiço forte demais para ser quebrado.

Ele não esperava que ela fosse tão ousada a ponto de roubar um beijo dele. Ou que sentisse o mesmo sentimento que ele. Eles estavam saindo como amigos e o máximo que ele esperava era que ela desse uma resposta para sua pergunta.

Bom, ganhar um beijo era um sim, certo?

Engolindo em seco, ele enterrou o rosto no travesseiro. Era como se ele voltasse a ser um garotinho outra vez, espreitando a porta da cozinha a meia noite com Ray para descobrir quais presentes eles iriam ganhar no natal tentando não ser pego.

O calor estava começando a ficar insuportável, então ele chutou os lençóis e saiu da cama, vendo o relógio da cabeceira marcar cinco da manhã. Sua garganta estava seca e seu rosto continuava quente, mesmo com o vento refrescante do início do dia.

Quando chegou a cozinha ele pulou de susto ao escutar uma voz arrastada atrás dele.

— Você caiu da cama?

Norman se virou surpreso, encontrando Ray esparramado no sofá lendo um livro. Ele estreitou os olhos para ler o título e notou que era um livro de fantasia pelos desenhos da capa.

— Algo assim.

Ray desviou os olhos do livro e o examinou por cima da franja. O albino parecia o seu eu usual, exceto pelo ninho confuso no alto da sua cabeça. Ray não falou nada enquanto o outro passava o café na bancada, de costas para ele.

Não era raro Norman acordar cedo e Ray já estar andando por aí, ou mesmo já ter feito o café da manhã, principalmente quando Anna passava a noite.

Norman se concentrou no aroma quente e forte do café, tentando ignorar a noite passada e falhando miseravelmente. O apartamento estava quieto, mas o silêncio de Ray era ensurdecedor as suas costas. Um movimento em falso e ele seria exposto. Ele agradeceu mentalmente ao suave tilintar da porcelana quebrando o clima frio da sala.

— Eu pensei que a sua semana de provas tinha acabado.

Norman se sentou no sofá ao lado esticando a outra caneca para o moreno que se endireitou bebericando um pouco.

Norman olhou para ele e ponderou.

— Sim, na verdade, acaba hoje — ele responde, relaxando os ombros — Mas eu ainda tenho uma reunião com Vincent e outra com meu pai mais tarde.

Ray se endireitou, parando de folhear o livro que tinha no colo.

— Oh sim. O tio James conseguiu fazer o acordo com Arquiduque Lewis? Ouvi que o cara é um carrasco.

— É por isso que eu vou lidar com ele.

Ray sorriu de lado.

— Parece que você já tem tudo planejado.

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