Natália Perez é uma jovem bailarina que está quase falida e se vê diante de um grande problema, a volta repentina do Aquiles a deixa perturbada, sem saber como agir diante de tantas emoções diferentes.
Aquiles Montenegro é um ex agente federal que t...
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Aquiles:
— Estou em posição senhor — a equipe alfa avisa pelo rádio.
— Em posição senhor, prontos para entrar — equipe ômega também responde ao meu chamado.
— Avançar — mando o comando sentindo meu sangue ferver diante da possibilidade — vamos destruir esse lugar e acabar com esses desgraçados.
Em menos sessenta segundos o caos se instalou diante dos meus olhos. Bombas de fumaça foram jogadas assim que todas as portas foram derrubadas. Treinamos por semanas para esse ataque, totalmente cronometrado às três equipes invadiram o lugar em simultâneo, impedindo qualquer verme ali dentro de fugir.
— No chão — JP grita para os homens que correm, desorientados dentro daquele salão, buscando uma maneira de fugir das mãos da justiça.
— Parado porra — grito para um imbecil que corre por um corredor escuro e estreito — aponto minha arma e atiro — mandei você parar inferno, é surdo por acaso porra? — viro seu corpo caído no chão e vejo seu rosto amedrontado, o homem geme e olha assustado para o ferimento no braço.
Em outra ocasião não hesitaria em atirar bem na testa desse nojento. Essa é só a ponta do iceberg.
— Aquiles — JP me chama pelo rádio — você precisa ver isso.
Quando aceitei essa investigação sabia que não seria fácil, mas nada me preparou para a catástrofe que presenciei dentro dessa boate de luxo. Difere ler e ver relatórios sobre tráfico humano, mas quando você se depara com essas situações tudo o que se acredita sobre a bondade humana caí por terra.
Diante de mim, está uma cena digna de filme de terror, cerca de quinze mulheres estão nuas encostadas na parede e com as mãos amarradas nas costas, os pés presos em uma corrente de ferro, presas como animais. Estão acuadas, assustadas, mas nenhum som saí dos seus lábios, não olha a mim e meus homens nos olhos, evitam até respirar, como se qualquer movimento em falso delas dentro desse cômodo fétido definisse entre vida e morte.
— Boa noite — me aproximo delas, abaixo minha arma e tiro meus óculos de visão noturna, enquanto JP e outro homem meu está parado na porta, pronto para nos proteger diante de qualquer situação — sou o agente Aquiles Montenegro, estamos aqui para libertar vocês — falar diante de tamanha barbárie é difícil, as palavras parecem ficar presas em minha garganta — estão seguras agora.
Me aproximei da mulher sentada perto da porta e cortei a corda em volta do seu pulso, ela é negra e seus cabelos desgrenhados estão tapando seu rosto, não ergue o olhar para me encarar, mas acaricia seus pulsos machucados pelo aperto da amarra, esse gesto lembra a minha esposa. Vanessa sempre acaricia seus pulsos após o dia inteiro de trabalho na academia, mas a minha mulher está dormindo na segurança do nosso lar agora, prestes a dar à luz ao nosso filho.
